Sete Vidas

184 26 16
                                    

Galileu se espreguiçou, e levantou animado. Foi até a tigela de ração e miou um par de vezes até que uma de suas humanas veio lhe dar comida. Ela fez carinho na orelha cortada dele, e ele retribuiu com um ronronar.

― Seu danado. ― Ela disse com um sorriso. ― Nunca mais suma daquele jeito.

Ela então pegou o pote de ração e serviu para Galileu.

― Marie! ― Chamou ela, balançando o pote ― Marie! Ração!

Marie veio correndo da sala, miando com animação. Um dia ela havia sido apenas gatinha. Não tinha nome, nem casa, nem humanos para chamar de seus. Mas agora ela era Marie Curie, e tinha duas donas amorosas, e um companheiro de casa: Galileu.

― Oi Marie. ― Cumprimentou Galileu com um sorriso.

― E aí Galileu. ― Ela respondeu com seu sorrisinho.

Depois de comerem, os dois foram pelos muros até a casa ao lado. No quintal vizinho, Pandora brincava com os filhos de seus humanos, duas crianças enérgicas, que só mesmo a labradora para conseguir acompanhar. Galileu cumprimentou a amiga canina com um miado.

― Galileu! Olá! ― Latiu a labradora de volta com animação. ― Oi Marie!

― E aí Pandora. ― Respondeu Marie com um risinho.

Luna saiu da casa poucos minutos depois. Estava com uma nova coleira azul de renda. Ela foi até Galileu e lambeu a bochecha dele com carinho. Os três então foram para o telhado assistir o sol se pôr e a noite surgir. A Lua brilhou no céu, e os três gatos ficaram lá em cima, conversando, brincando e caçando insetos enquanto, Pandora, no quintal, brincava com as crianças.

Uma labradora mestiça. Uma gatinha de rua. Uma gata siamesa. E um gato preto com muita sorte.

Gato PretoWhere stories live. Discover now