Capítulo 44

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Anthony

Quando cheguei no hospital, dona Bárbara estava perto da janela olhando para fora e lágrimas descendo por suas bochechas. Me aproximei dela e toquei seu ombro, dona Bárbara me olhou e imediatamente me abraçou. Nos afastamos, ela limpa suas lágrimas e respira fundo como se estivesse procurando palavras para dizer alguma coisa.

- Clarice não está nada bem...

- O que? Por quê?

- Anthony... A... A minha filha está cega!

Meu coração descompassou, minhas mãos começaram a tremer. Cega? Clarice não pode estar cega, não pode estar na escuridão. Ela não pode!!
Não consegui e não quis conter as lágrimas dolorosas que desceram por minhas bochechas.

- Ela acordou no meio da madrugada, chamou por você, depois pelo Enzo e depois só por você... Hoje de manhã ela abriu os olhos e entrou em desespero porque não podia ver nada!

- O doutor disse o porquê disso? Disse o porquê dela não poder enxergar?

- Eles estão fazendo exames nela agora mesmo... Por isso eu estou aqui. Meu coração está apertado, eu, eu me sinto mal... Por quê com minha filha? Clarice nunca fez mal a ninguém, Anthony!

Clarice é um anjo.
Uma mulher guerreira, simples e com um coração lindo e mmaravilhoso. Por que com ela? Por quê justamente com ela? Por que não comigo?

Dona Bárbara teve que ir para casa, tomar um banho e descansar um pouco. Dormir no sofá dessa sala de espera com certeza não é confortável, ainda mais para ela.
Os médicos ainda estão fazendo exames na Clarice, eles querem saber a fundo o que ocasionou a cegueira. Estou ficando angustiado sem saber nada dela, sem saber de como ela está, queria poder entrar naquele quarto e não sair do lado dela, até termos certeza de que tudo, de que tudo isso vai passar.

- Familiares de Clarice Rodriguez!

Uma enfermeira diz adentrando a sala de espera, levanto e corro até ela. Vejo em seu crachá que seu nome é Vera Vieira, ela sorri.

- O senhor é o que dela?

- Eu? Eu sou o pai do filho dela...

- Marido?

Penso um pouco.

- Namorado!

Ela sorri.

- O doutor Pedro está esperando no consultório dele. No fundo do corredor, a direita!

- Muito obrigada!

Falo saindo de perto dela e indo na direção do corredor. Caminho rapidamente e quando finalmente chego no final do corredor, viro a direita e fico em frente da porta do consultório.
Dou duas batidas e logo escuto ele mandar entrar, sem pensar muito entro e fecho a porta.

- Olá, doutor!

- Olá! Como é mesmo o seu nome?

- Anthony Albuquerque!

Pego a mão dele e o cumprimento, depois nos sentamos.

- Você é parente da Clarice?

O Amor Não Tem Preço - Completo - Em RevisãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora