Capítulo 30

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Clarice

- Você não deveria ficar andando com esse barrigão de um lado para o outro!

João diz assim que me ver aparecer, sorrio e fico ao lado dele. Nesses meses que estou aqui, João e eu construímos uma amizade linda e saudável.
Meu bebê cresce a cada dia mais, já estou de 8 meses e pra falar a verdade não vejo a hora de poder segurar ele ou ela em meus braços.

- Quantas vezes vou ter que dizer que estou grávida, não doente?!

Ele sorri.

- O que está fazendo?

- Dei comida para os porcos. Agora vou pentear os cavalos e depois tirar leite das vacas...

- Se minha barriga não tivesse tão grande, eu iria ajudar você!

- Mas não é você quem diz que gravidez não é doença?

João diz gargalhando.

- Já está na hora do almoço. Depois você termina seus afazeres, João!

- Dona Cecília chamou?

- Sim!

João balança a cabeça, limpa as mãos e então me oferece seu braço. Entrelaço meu braço ao dele, e então começamos a caminhar voltando para a fazenda que não está muito longe.
Quando entramos, minha avó está ajudando Célia a colocar nosso almoço na mesa, vovô senta em seu lugar e sorri. João e eu sentamos em nossos lugares também e logo dona Cecília senta em seu lugar ao lado de meu avô.

Estou vivendo tão bem aqui, sem pensar em nada que me deixava triste em SP.
Estou sim refazendo a minha vida, refazendo a vida que Anthony destruiu a alguns meses. E quer saber, eu pretendo não voltar mais, aqui será a minha casa de agora em diante.

Quando terminamos o almoço, ajudei minha avó com os pratos e a louça, enquanto meu avô e João voltavam para os afazeres da fazenda.
João é um rapaz loiro, baixo dos olhos azuis, usa roupas de peão e um chapéu de peão. Sempre falo para ele, que quando ele for pra São Paulo vai enlouquecer a mulherada. E não é mentira.

- Querida, acho que não é bom você ficar andando muito. Logo logo o bebê nasce, é perigoso...

Sorrio e coloco o prato seco em cima da mesa.

- Dona Cecília, vou falar para a senhora, o que eu sempre digo ao João. Estou grávida, não doente!

Vovó da uma gargalhada contagiante.

- Eu sei, meu anjo. Mas não queremos um nascimento prematuro, não é?

Balanço a cabeça assentindo.

- Então trate de ouvir sua avó e andar menos. Dê passeios duas vezes ou uma vez no dia, certo?

- Pode deixar, comandante!

Vovó da outra gargalhada, pega o pano de prato e começa a secar a mão.

- E o nome? Já escolheu? - Ela pergunta sentando na cadeira a minha frente. Já estou sentada descansando.

- Sim. Se for uma menina, vai se chamar Fernanda. E se for um menino vai ser Lorenzo...

- São nomes tão lindos!

Sorrio concordando.

- E que tal um café?

- Eu vou passar essa, vovó! Café deixa essa criança acordada e pra mim dormir, é difícil.

O Amor Não Tem Preço - Completo - Em RevisãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora