Is It Love Gabriel (Livro 1)

Capítulo 14

----------Narrado por Celina----------
Meus pulmões pediam por ar, mas quem disse que eu queria parar? Em seus braços estava me sentindo segura, amada e sexy. O fogo que emanava do meu corpo era puro prazer, eu não queria parar. Gabriel me beijou lentamente. Ele estava buscando ar, eu também. Desejei loucamente estar sozinha com ele, havia necessidade em mim. Foram semanas sem tocar em um homem. Com um simples beijo ele estava acabando comigo.
–Eu... Preciso de ar. –Ele disse.
Eu ri. Olhei pra ele com outros olhos, foi um beijo incrível. Gabriel estava ofegante assim como eu. Percebi vários olhares em nós.
–Eu acho que viramos atração.
–Vamos sair daqui. –Ele pegou minha mão.
Deixei ser levada para longe, eu queria muito estar em quatro paredes com ele. Saímos da Starlite. Ainda segurando a minha mão, me levou para o estacionamento. Gabriel abriu a porta pra mim. Quando embarcou sorriu, aquilo me desarmou. Eu queria tirar sua roupa, queria tocá-lo. Mas não foi isso que eu fiz, virei e coloquei o cinto.
Torci para ele me levar para sua casa, ou a minha. Não aconteceu, ele estacionou no Central Park. Desapontada sai do carro, não queria demonstrar. Coloquei um sorriso falso no rosto. Caminhamos lado a lado, ele não disse nada por um tempo.
–Gabriel...
–Não diga nada, eu só quero aproveitar esse momento. –Sua mão pegou a minha. –Nós dois.
Olhei pra ele emocionada. Qual era meu problema? Por que de repente me sentia desesperada por atenção. Balancei a cabeça num sim, ele entendeu. Caminhamos por quase todo o parque, em silencio. Ate que foi bom, mas se ele me beijasse daquele jeito de novo, eu não responderia por meus atos. Paramos num banco.
–Eu não sei o que dizer. –Ele soltou minha mão. –Depois da festa você foi embora, e aconteceu esse acidente. Me ajude a entender o que aconteceu?
–Eu não sei.
–Você sentiu o mesmo que eu?
–Sim. –Abaixei a cabeça envergonhada.
–Gostou?
–Hmm. –Mordi meus lábios.
–Celina, precisa me dizer o que fazer. Eu não quero desistir... Mas se não me ajudar... Por favor. –Ele respirou fundo.
Minha cabeça estava confusa, eram tantas perguntas. Matt ainda era recente, mesmo tendo se passado cinco semanas. Agora meu coração e corpo pedem por Gabriel. O que eu deveria dizer a ele?
–Ele ainda mexe com você?
–Não é isso. –Me neguei a olhar pra ele. –Eu gosto dele...
–Mas não estão juntos. –Gabriel fez uma pausa, esperei por suas palavras. –Pode me dizer o por quê?
–Ele terminou tudo.
–Se dependesse de você estariam juntos?
Ai Meu Deus! Eu não posso responder isso. Não sem magoa-lo. Mentir não estava nos meus planos. Gabriel se encostou no banco e suspirou.
–Eu sinto muito. –Fechei meus olhos. –Mas eu gosto dele... E também gosto de você.
–Mas não é o suficiente para ficar comigo?
–Não. –Meu peito se apertou. O que eu estava dizendo? Não era isso, eu queria Gabriel... Ou não? Olhei pra ele, estava de cabeça baixa. –Gabriel...
–Não. Vamos embora. –Ele levantou.
–Tá. –Engoli o nó na minha garganta. Merda, mais uma vez estraguei com tudo.
O caminho foi frio, tão frio que era como estar sentada ao lado de uma pedra de gelo. Gabriel não me olhou, não falou nada. Parou o carro na frente do meu apartamento, abri a porta e desci. Ele estava olhando o celular.

–-------------Narrado por Gabriel----------------
Não tinha sido qualquer beijo, então por que ela teimava em querer ele? Não suportei olhar para ela, fraquejaria e subiria junto. Eu não estava tão desesperado ao ponto de aceitar migalhas, ou ela me queria ou nada aconteceria. Partiu meu coração, mas a deixei em seu apartamento sem olhar para trás.
No meu celular umas dez mensagens do Mark, o que ele queria a essa hora? Não respondi. Dirigi para casa, nada como uma boa noite de sono. Mas antes um banho para me acalmar. O beijo não saia da minha cabeça, foi bom. Não, foi mais que bom. Celina...
Em casa entrei de baixo da água, era tudo que precisava nesse momento. Ficar frio, tirá-la da cabeça. Estava me sentindo um lixo como homem.

–-----------------Narrado por Celina-------------
Minha cabeça estava rodando, eu queria vomitar. Também tinha perdido a vontade de tudo. Trabalhar pra que? Viver pra que se minha vida era uma merda? Matt me odiava, Gabriel estava com raiva. O que me restava afinal?
Sentei no sofá e as lágrimas escorreram. Eu gritei. Só assim meu peito sentiria alívio. Não podia ser fácil? Um “sim” e tudo estaria resolvido. Era engraçado e irritante como nossa vida muda com apenas umas palavras. Eu chamei por Gabriel, e acabei com o coração do Matt. Eu disse não para Gabriel e acabei com as chances de um romance.
–Porra! Eu me odeio. –Gritei. Bati minha mão várias vezes na mesa. Só parei quando vi sangue. Eu queria me ferir, era um meio de me castigar por feri-los.
Foi a noite mais longa da minha vida, não preguei os olhos por um segundo. Na manhã seguinte vesti qualquer coisa, prendi meu cabelo e fui trabalhar. Lisa me encarou quando passei pela porta, movi meus ombros. Virei e fui para o elevador. Quando cheguei ao meu andar, Matt me encarou. Dessa vez eu o ignorei e todos os olhares. Sentei na minha mesa e comecei a trabalhar. Cassidy me mandou mensagem, não respondi nenhuma. Gabriel não apareceu o dia todo.
Uma semana passou e nesses dias não vi Gabriel. Isso quebrou meu coração ainda mais. Pensei na possibilidade de pedir demissão, mas Lisa me fez desistir dessa ideia.
–Você não ficou maluca ainda. –Ela acariciou minhas costas.
–Não me sinto bem lá.
–Vai passar.
–Quando? –Olhei pra ela. –Doí tanto.
–Amiga... Desculpa, mas se queria Gabriel não devia ter dito aquelas coisas. Alias, não devia ter falado sobre Matt.
–Eu sei.
–Matt ainda te ignora?
–Ele tentou falar esses dias, eu não facilitei pra ele. –Bufei.
–Vocês dois deviam conversar.
–Não quero.
–Por quê?
–Quero paz. –Limpei uma lágrima teimosa que caía.
–Tudo bem. –Lisa me abraçou.
–Fica comigo?
–Claro. Vamos assistir filmes. Ficar na cama o dia todo.
–Acho muito bom. –Deitei minha cabeça no ombro dela.