Capítulo 11

1.4K 57 6
                                    

Narrado por Celina-------------
Matt me ajudou a preparar o jantar, o pessoal já estava pra chegar. Trocamos beijos enquanto a carne cozinhava, Matt era tarado em beijo, eu adorei isso. De repente Gabriel me veio à cabeça. Aquele sorriso e aquele olhar...
''Não, você escolheu o Matt'' pensei. Agora era só aproveitar o amor com ele. Matt me olhou e sorriu, forcei um sorriso. As 20hs Michele chegou. Ela amou Matt. Eles começaram a conversar e beber. Meia hora depois Dana e Josef chegaram. Também gostaram muito do Matt. O que meu moreno lindo tinha que conquistava as pessoas hein?
Matt me ajudou a arrumar a mesa, sentamos e esperamos os outros. Ele, a todo o momento, segurou minha mão. Eu gostei do que estava sentindo, mas lá no fundo tinha alguma coisa me incomodando. Eu temia que essa coisa fosse Gabriel. Será que meu coração não esta satisfeito com minha escolha?
–Tudo bem?
–Sim. –Sorri pra ele. –Estou faminta.
–Eu também. –Matt riu.
Não demorou para todos estarem a mesa. Nos minutos que se passaram, eu fui esquecendo dos problemas. Nós rimos, bebemos e ouvimos histórias do passado do Josef.
–Vocês ficam bem juntos. –Michele disse.
–Eu concordo. –Dana sorriu.
–Cuide bem dessa moça, ela é da família. –Josef sorriu.
A campainha tocou, olhei na direção da porta e vi Alex.
–Eu atendo. –Levantei as presas. Eles continuaram conversando. Abri a porta e rapidamente a fechei atrás de mim.
–Oi. –Alex sorriu.
–Oi. O que faz aqui?
–Vim me desculpar pelo beijo.
–Tá tudo bem. –Cruzei os braços.
–Então você... –Alex franziu, segui seu olhar ate Matt.
–O que foi?
–Aquele é Daryl Ortega?
–Não. É Matt Ortega.
–Daryl tem um irmão e gêmeo? –Alex me encarou. –Tem certeza de que não é Daryl?
–O que? Claro que tenho. –Sorri nervosa. Na verdade poderia ser Daryl ali sentado, a ideia me arrepiou.
–Da licença. –Alex me empurrou gentilmente e entrou na casa. Todos olharam pra ele. –Boa noite. Eu posso falar com você lá fora?
–Comigo? –Matt franziu.
–Sim. É sobre Daryl.
Matt fechou a cara, levantou e veio para fora. Olhei para ele confusa, eu queria saber que merda estava acontecendo.
–Espere lá dentro. –Ele tocou meu braço.
–Mas eu quero saber o que ele quer com você.
–Por favor.
–Tá. –Bufei. Esbarrei em Alex enquanto entrava.
Me juntei aos outros na mesa, mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Eles já estavam lá por cinco minutos. Matt gesticulou para algo que Alex disse, eu estava ficando louca com tanto mistérios. Matt esfregou o rosto, eu tremi. Os dois viraram para casa. Vendo a expressão em seu rosto, a coisa era séria. Cruzei meus braços impaciente.
–O que está acontecendo?
–Agradeço por me receberem aqui, mas eu preciso ir. –Matt olhou para mim. –Você não está segura perto de mim.
–O que? Como assim?
–As pessoas aqui pensam que sou Daryl. –Matt abaixou a cabeça. –Por incrível que pareça Daryl esteve aqui no mês passado e arrumou merda.
–Ele roubou uma família rica. –Alex explicou.
–Não pode ir ate eles e explicar? –Michele veio para meu lado.
–Seria capturado para trazer Daryl ate aqui. –Alex cruzou os braços. –Eu estou arriscando muita coisa informando isso a vocês.
Olhei para Alex, ele parecia muito triste.
–Eu tenho que ir antes que eles cheguem aqui. –Matt pegou as chaves do gancho e saiu apressado.
Meu coração estava sangrando por dentro, como assim ele ia embora? Meus olhos estavam queimando. Fui atrás dele, paramos perto da moto. Aproximei-me dele e peguei sua mão. Seus olhos encontraram os meus.
–Eu sinto muito.
–Eu vou com você.
–Não! –Matt se afastou. –Fique e volte na segunda-feira como combinado.
–Não! –Gritei.
–Celina... Eu não posso.
–Você vai mesmo fugir assim?
–Você estará segura aqui.
–Eu quero você, eu quero ser sua para sempre. –As lágrimas escorreram por meu rosto.
–Não chora amor. –Matt me puxou e me abraçou.
–Só me leve embora... Eu faço qualquer coisa por você. –Me afastei, ele respirou fundo.
–Tudo bem. Só tenho um capacete, ele é seu.
–Ok. –Peguei o mesmo de sua mão.
Matt pegou as chaves e ligou a moto. Subi meio desajeitada. Olhei meu short curto, não era bem com essa roupa que eu esperava viajar. Acenei para o pessoal na casa, eles acenaram de volta. Envolvi meus braços na cintura do meu amor, ele acelerou.
–Nós vamos sair de Nova York por uns dias. –Matt disse.
Não respondi. Ele não me ouviria com o capacete. Também não o respondi por que estava com medo. Sair da cidade para não sermos mortos, mas e seu irmão? Ele estava em perigo, alguém precisava informa-lo.
Matt não falou mais nada, espiei seu rosto e ele estava emburrado. Meu palpite era que estava pensando em seu irmão. Olhei pra longe. Gabriel ficaria desapontado com minha demissão, e Lisa por perder uma amiga. Espera... Tá errado. Eu não posso sair da cidade assim... Um barulho horrível de pneu derrapando cortou meus pensamentos. Olhei para trás. Um carro preto havia saído do nada, talvez da mata.
–Fique calma. –Matt pediu.
Calma? Como eu ficaria calma? Ainda usando uma merda de capacete. Apertei meus braços em volta dele e ele acelerou o que conseguiu. O carro estava se aproximando, nós seriamos mortos. Comecei a chorar, não era possível tanto azar na minha vida. Talvez fosse castigo por me envolver com tantos homens.
O carro estava cada vez mais perto. Olhei para trás novamente, eram dois homens. Um deles apontou a arma para nós. Ouvi um disparo, por sorte não pegou em ninguém.
–Celina? –Matt gritou. –Me ouça.
–Matt... –Eu disse com a voz fraca. Eu queria tanto beija-lo uma última vez. Não era justo.
–Eu te amo. Me arrependo de não ter tido tempo.
Não. Ele estava se despedindo? Era a certeza de que seriamos mortos, ele sabia, eu sabia, todos sabiam. Eu queria gritar, mas isso o deixaria assustado. Soltei sua cintura. Ele disse alguma coisa que eu não ouvi. Levei minha mão no capacete, mas antes que pudesse tira-lo para me despedir dele, algo doloroso me atingiu no ombro. Matt parou a moto e me passou pra frente, sentou atrás de mim, acelerou a moto antes que o carro chegasse muito perto.
–Você levou um tiro, fique quieta.
Toquei meu ombro, estava doendo pra caralho. Comecei a chorar com aquela porcaria de capacete me prendendo o ar. Matt era habilidoso mesmo comigo na frente. Ouvi mais dois disparos, em seguida a moto deu um tranco.
–Porra não! –Matt gritou.
A moto foi perdendo velocidade. Juntos, nós olhamos para trás e o carro estava vindo a toda na nossa direção. Eu gritei, foi tão alto quanto eu consegui. O carro bateu na traseira da moto, fomos jogados para fora da pista. Minha visão ficou escura, ouvi uma buzina e tiros. Meu corpo parecia estar sendo arrastado. Senti alguma coisa quente sobre minha perna. A última coisa que ouvi foi Matt chamando meu nome.

–----------Narrado por Matt------------
Celina gritou tão alto, que fez meus ouvidos doerem. Foi quando o carro veio com tudo para cima. Fomos jogados a vários metros de distancia. Não sei como, mas meu corpo parou no mato. Olhei procurando por Celina, ela estava perto da moto e não se mexia. Minhas mãos estavam sangrando, talvez a cabeça também, mas isso não me impediria de chegar nela.
–Pegue a garota! –O homem gritou.
–Não. –Levantei-me com esforço. Virei na direção deles, ninguém tocaria na minha princesa.
Fui com tudo pra cima deles, os dois estavam com armas. Levei um soco na boca do estomago e isso me tirou todo o ar. O rosto dela me veio à cabeça... Ela estaria morta? A raiva me deu forças, tirei a arma da mão do meu agressor e sem pensar atirei em seu peito. Ele caiu no chão. O outro correu. Mirei nele e a bala atingiu sua perna. Soltei a arma e corri para ela, Celina estava coberta de sangue, o capacete não estava por perto.
–Celina! Não! Por favor, amor. –Afastei seu cabelo do rosto, ela tinha cortes em todo lugar. Verifiquei seus batimentos, estavam fracos. A lembrança do acidente com Lana me congelou. Estava se repetindo e eu não devia ter me envolvido. Peguei-a em meus braços e corri ate o carro. Deitei Celina no banco de trás. Embarquei no carro, precisava chegar ao hospital o mais rápido possível. Acelerei e procurei por um celular. Encontrei um no porta luvas. Disquei o único numero que consegui lembrar.
–Seu filho da puta! –Gritei.
–Matt? –Daryl disse confuso.
–Em que merda você se meteu? Celina e eu fomos perseguidos! Eu posso ter matado um dos homens e Celina esta muito mal.
–Você o que? –Daryl praguejou.
–Por sua causa Daryl.
–Matt, você sabia dos riscos. Eu te avisei para deixa-la e sair de Vermont.
Sim. Ele avisou. Eu devia ter dirigido para longe, mas o amor que sinto por ela me fez voltar. Tive a chance de ir embora, mas de novo o amor me impediu. Bati no volante.
–Eu pensei... Pensei que pudesse estar enganado.
–Eu nunca me engano.
–O que eu farei?
–Fique calmo, eu vou te ajudar.
Daryl desligou sem dizer mais nada. Acelerei a porcaria do carro. Celina começou a delirar, falava coisas sem sentido.
–Ga... Gabriel.
Parei bruscamente o carro, virei para ela pra ouvir melhor. Eu devia estar louco, ela não acabou de chamar por ele. Não pode ser.
–Gabriel... –Ela disse.
Abaixei minha cabeça. Então ela o amava. É ele quem ela chama num momento como esse. Virei-me, ela estava mal, precisava de um médico com urgência. Me sentindo um tolo, deixei as que  lágrimas saíssem.  Afinal eu fui ate ela, eu a seduzi. Ela nunca escolheu um de nós.

Is It Love Gabriel (Livro 1)Where stories live. Discover now