17 | luke rudenko

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                Acordei assustado com o barulho de algo quebrando na cozinha, mal conseguia abrir os olhos devido a luz que invadia meu quarto. Suspirei fundo pela milésima vez, desejando com todo coração que aquilo seja apenas um sonho, ou meu despertador automático. Outro barulho, um gemido de dor agudo.

Alba está quebrando minha cozinha.

— Luke, você vai continuar fingindo que sua irmã não está caída no chão? — Reverberou irritada.

A empregada veio à mando de Meredith arrumar o apartamento, e posso apostar, pelo que a conheço, ela mandou a mesma instalar varias câmeras, microfones e um grupo de combate aqui em casa. Mas o chão estava escorregadio, não sei o que ela passou aqui, mas todo cuidado acabava sendo mínimo, e bom, Alba não era muito cuidadosa.

Alba gritou novamente, mas dessa vez, ela conseguiu atravessar todas as paredes e obstáculos possíveis. Inclusive, meu bom humor matinal inexistente.

Joguei as cobertas com toda raiva por ter sido acordado com essa gritaria, bufei e fui em direção da cozinha. Espero, de coração, que Deus seja bom comigo e não a deixe ouvir os xingamentos que saem da minha boca.

Ao fazer a curva para minha cozinha, vi um corpo magrelo estirado no chão, acompanhado de copos e alguns poucos talheres. Alba estava em uma posição tão cômica que não consegui segurar a gargalhada, e ela me jogou uma colher. Um de seus pés estava agarrado ao forro da mesa, e o outro no chão, enquanto ela escorregava tentando levantar.

— Calma, eu vou te ajudar. — Coloquei as mãos na barriga tentando não rir mais, mas era inevitável.

— Assim que eu levantar, vou juntar todas as minhas coisas e ir embora daqui. Eu vou morar com as meninas no Brooklyn.

— Ah, mas você não vai mesmo.

Peguei em sua cintura fina, e em um movimento rápido a joguei em meu ombro. Alba não resistiu e gargalhou alto, socando minhas costas e gritando para que deixe ela no chão.

Estava com saudade da nossa conexão, de como somos unidos e sempre damos um jeito de tudo ficar bem. Minha irmã era o meu maior tesouro. A joguei na cama, ela se enroscou entre os edredons e sumiu. Alba é tão branca, que não se destacava ali.

— Por qual motivo nós não ficamos no Brooklyn mais?

Ela se sentou na cama, arrumando seu cabelo, que parece mais com um ninho, juntou as mãos no colo e sorriu.

— Porque tem duas madames morando lá agora, e uma criança. Nós não precisamos de lá, então, pensei que seria legal deixar o espaço para eles.

Minha irmã assentiu, mordeu o lábio superior sem tentar esconder o quanto acha aquilo engraçado e peculiar.

— Você sente algo por ela?

O tiro veio com força total, sem uma introdução antes para que eu me preparasse.

— Ela quem? — Franzi o cenho, a encarando sério.

— Você sabe quem, uh? Mas se quiser eu posso pegar um megafone e gritar o quanto você vem sendo idiota ultimamente.

— Como assim?

— Para de se fingir de besta, você sente algo por ela, não sente? Seja sincero comigo. Primeira regra dos Rudenko: sinceridade.

Certo, ela acabou de inventar essa regra.

Seus olhos espertos fazem questão de me atravessar, a loira continuava me encarando com aquele sorriso de quem já sabe a resposta, mas, queria ouvir dos meus lábios para que possa ter algo para fazer sua chantagem emocional daqui pra frente.

THE REFUGE ✔Where stories live. Discover now