Capítulo 38 - Agora É Que A Porca Torce O Rabo.

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Teotónio

Quando vi a Mia a afastar-se apeteceu-me esmurrar o gajo ainda mais. Ele tinha conseguido o que queria, estragar-nos a noite. Eu vou matá-lo. Quando me virei para olhar para as suas fuças vi que tinha fugido. Merda, ele conseguiu o que tanto queria.

Olhei para todo lado à procura da Mia, devia ir logo atrás dela, e não ter começado a pensar em pancadaria novamente. Vagueei pela Associação e à medida que procurava ia ficando mais desesperado. Prometi-lhe que esta noite seria diferente e na realidade estava a falhar por completo na minha missão. Fui até à saída mais remota, afinal já tinha virado aquele lugar diversas vezes. Se calhar foi para casa. Tentei ligar-lhe constantemente, mas não me atendia. Das duas uma, ou ainda estava na Associação e não ouvia o telemóvel ou estava a ignorar-me por completo. A segunda era a mais provável visto que não a encontrava em lado nenhum.

Continuei o meu caminho até à saída, e vi uma rapariga a ser carregada por outra com muito esforço. Pode ser a Mia. Corri com todas as minhas forças e à medida que me ia aproximando percebi que tinha razão, era a minha Mia que estava esticada no chão, mas o meu choque foi quando vi quem a estava a carregar. Não pode ser.

- Estás maluca? – Perguntei, aproximando-me dela. Não a considerava uma ameaça, mas também não a esperava ver ali.

- Desculpa? – Perguntou, virando-se para mim. – Estou a fazer-lhe um favor. – Respondeu-me a Liliana.

- Estás a arrastá-la como se fosse um saco de batatas. – Resmunguei, tirando-lhe a Mia dos braços, e pegando-lhe ao colo.

- Ela é pesada! – Exclamou.

- Porque é que estavas a fazer isto? Que mal é que ela te fez? – Questionei. Não conseguia perceber o que tinha levado a Liliana a arrastar a Mia daquela forma, é verdade que nos últimos tempos não tinham sido as melhores amigas, mas também não era caso para tanto.

- Eu não lhe fiz nada. – Respondeu-me confusa.

- Então porque é que ela está neste estado?

- Pergunta à cabra da tua ex-namorada. – Respondeu-me. Daniela? Mas o que é que ela a haver com isto?

- Não estou a perceber.

- Eu cheguei de férias, e quando entro aqui vejo a tua ex-namorada a adormecer a Mia. – Contou, já visivelmente chateada. – Eu na minha inocência apareci e ela fugiu.

- Mas a Daniela não está mais em Coimbra. – Falei. O meu aviso tinha sido demasiado duro e pensava que ela tinha percebido a mensagem.

- Está sim. E agora vou para casa, porque já me estragaram a noite. – Resmungou, virando-me as costas.

- Espera! – Gritei.

- Mas o que é que queres agora? – Resmungou.

- Ajuda. – Respondi.

- Leva-a a casa. – Sugeriu. – A Patricia está lá dentro com o Joel, e o Alex também não está. – Contei, a Mia tinha falado que ele ia jantar com um "novo amigo" e que era provável que não dormisse em casa.

- Parece que ele seguiu as minhas sugestões. – Murmurou. Tinha tanto para lhe contar, mas sabia bem que não podia por mais que me custasse. – Ela deve ter chave de casa. – Falou.

- Estás de carro?

- Não. – Respondeu. – Vim a pé, mas na realidade nem devia ter vindo. – Falou.

Notice Me|| ft. awritersnightmareWhere stories live. Discover now