Prólogo

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Décadas, anos, meses, dias, horas. A solução chegava com demora.

Abri meus olhos e os fechei incontáveis vezes. Tudo já estava ficando escuro.

Eu sempre tive medo que um dia isso fosse acontecer. Medo que paralisava, não deixava ir à diante.

Neste momento estou sentada sob a cama do meu quarto. Sem ao menos saber onde realmente estou olhando, ou pior, em qual direção meus olhos podem estar. Ao abrir e fechar os olhos é a mesma coisa, quando o dia chega ao seu fim. — Sinônimo de mais uma noite sem conseguir dormir direito.

A escuridão foi um lugar ruim durante muitos anos, e eu diria praticamente a vida inteira. E eu preciso confessar que ainda não enxergo a linha de chegada dessa caminhada.

A expressão que eu mais tenho escutado nos últimos tempos é: como você amadureceu. — Mas isso com toda certeza não foi aceitar a minha atual situação.

De uns tempos para cá a correria do dia a dia veio tomando o meu tempo de uma maneira que, aos poucos, foi roubando a minha luz.

Mas como todos os dias, a noite chegou. Me fazendo ter uma visão totalmente escura.

Tento afastar o pensamento de que um dia eu ficarei assim para sempre. Mesmo sabendo que seria como mentir para mim mesma, pois já é tarde demais para fazer as minhas esperanças se reerguerem novamente. Pelo menos por enquanto.

Liberta-me de mimWhere stories live. Discover now