27 - I am all Fucked Up.

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— O Mark resolveu fazer merda.

— Para variar. — Eu murmuro me sentando na minha poltrona, vendo que meu pai respira fundo.

— Ele se empolgou durante um dos massacres em Cancún. — E eu fecho os olhos.

— Não me diga que ele matou algum dos...

— Não só um, mas ele matou dois dos primos do Sucre. — Ele fala de maneira firme, já me fazendo imaginar a cena que a porra do meu tio fez lá.

— E realmente não achou que seria importante me falar isso ontem? Ao invés de levar os meus filhos para o puteiro, poderia muito bem ter sentado comigo e conversado, pois a esse horário já poderíamos estar lá, resolvendo essa merda.

— Fique calmo, eles não tiveram coragem de fazer nada com seu tio ou primos, eles estão esperando para ver o que nós os dois faremos. — Ele fala como se não fosse óbvio. Por mais que a família do Sucre seja a mais antiga no ramo de tráfico no México, eles são como nossas vadias, porquês manipulamos como bem entendemos. Então por mais que ele esteja com raiva, jamais faria algo de grande porte, como matar meus parentes, sem tentar falar comigo ou com o meu pai antes.

— Você vai? — Eu pergunto e ele nega.

— Se eu vim aqui explicar tudo para você, é porque eu realmente não tenho tempo de ir lá e lidar com mais dramas. — Isso só pode ser piada com a minha cara.

— Não percebeu que ultimamente eu tenho cuidado de muitos problemas seus? Não tem mais voz? — Falo grosso mesmo e ele nega, olhando em volta como quem "admirasse" a decoração do meu escritório.

— Eu sempre acabo explodindo e fazendo merda, sem contar que você tem mais calma e é mais controlado do que eu. Lembra do que o seu avô te ensinou uma vez? Que tudo pode se resolver quando você age com muita cautela e sabedoria. — E quando ele fala essas duas palavras, é como se todo o meu psicológico congelasse e me levasse a um lugar não tão distante daqui fisicamente, mas um fato que ocorreu a muitos e muitos anos atrás. Me leva de volta ao momento que eu mais tento esquecer em toda a minha vida.

Flashback 20 anos atrás.

— Mãe! Para onde você está indo? — Eu pergunto nervoso, levantando da minha cama e vendo que a mamãe pega as roupas do meu armário, jogando tudo em um saco enorme de lixo.

Ela vai me jogar fora? Eu sei que o papai sempre fala isso, mas eu não fiz nada, eu sempre sigo todas as regras, uma por uma.

— Mamãe, eu juro que não faço mais coisas erradas, mas não me joga fora! O papai já não gosta de mim, mas você...

— Não, querido. Você vem comigo, nós precisamos sair. — Ela fala se virando e eu fico nervoso, porque vejo que tem muito sangue saindo da boca e do nariz dela.

— Não, precisamos falar para o papai que você está machucada, ele vai cuidar de você, eu tenho certeza. Podemos te levar para um hospital. — Eu falo sério, sabendo que se ele não está com ela agora, é porque o vovô está com ele no escritório, conversando sobre os assuntos de trabalho.

— Não, nós precisamos sair daqui, agora! — Ela fala me puxando pela mão e eu percebo que não levei nenhum dos meus dois ursos comigo. O pai não sabe nem que eu tenho esses ursos, a mamãe me deu escondido para não irritar ele e fazer ele descontar na gente.

— Eu preciso pegar o senhor bolhas e...

— JUSTIN, AGORA! — Ela fala gritando comigo como nunca antes, me fazendo soltar a mão dela e negar assustado, não entendendo nada do que está acontecendo.

Criminal BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora