#45

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- filho da puta! - grita uma voz que eu conhecia bem.

- Kat! - grito largando a arma e correndo em sua direção.

Ela estava pálida, como quem não tivesse se alimentado a algum tempo. Athena estava agarrada em sua perna, apavorada.

- seu idiota! - ela diz mostrando um arranhão em seu ombro - você tentou me matar?!

Graças aos céus o tiro não havia sido fatal.

- papai! - Athena me abraça forte - que bom que você chegou - ela chora.

- odeio interromper o momento em família... - Alec fala nervoso olhando em volta - ...estou comovido...  Mas temos companhia - Alec diz ao escutar mais barulhos de tiro.

Olho para o final do corredor, e vejo a luta acontecendo. Meu foco é tira-las daqui e voltar para ajudar os outros. Kat não estava bem, estava visivelmente desidratada, com os labios rachando e a pele ressecada. Por sorte, Athena estava mais corada.

- vamos! - pego Athena no colo e seguro sua mão - vamos sair logo daqui!

- que bom que nos achou - ela fala com lágrimas nos olhos.

- você precisa de um médico - falo preocupado.

- temos que sair daqui - ela seca as lágrimas - temos que tirar nossa filha daqui, Felipe - ela fala com preocupação.



_____________ Kat narrando ______________

Passo por Lucy, e atiro em um homem que vinha em sua direção. Assim que nota minha presença, ela abre um sorriso de orelha a orelha e vem até mim.

- que bom que está viva! - ela me abraça, mas me larga rapidamente visto que outros homens armados tinham acabado de notar nossa presença

- depois você me agradece! - corro com Felipe e minha filha nos braços.

Assim que saímos da casa, corremos até o carro, que estava sendo protegido por Demétria.

Espera... ela estava com uma metralhadora?

- Demétria! - digo a abraçando.

- que bom que estão bem! - ela diz feliz.

- leve Athena para casa - digo fechando a porta do carro.

- que? Você vai junto! - Felipe vocifera.

- ficarei com você! - ele abre a boca para falar, então seguro seu rosto com as duas mãos - ...sempre... - completo.

Vejo uma lágrima cair de seus olhos, e então o mesmo assente.
Ele dá dois tapas na lataria, e Demétria arranca com o carro e sai em alta velocidade.

Meu coração se aperta em ver Athena se afastando de mim.

Voltamos para a grande casa, e assim o combate continua. Tendo ignorar os gritinhos de Athena dentro do carro, me recuso a olhar para trás. Isso não é uma despedida, eu me recuso a isso.

(...)

- Bruce - Felipe diz entre dentes.

- alfa, que honra em conhece-lo - ele ironiza.

- será uma grande honra explodir sua cabeça! - diz Xavier aparecendo com uma escopeta.

Onde ele consegue essas coisas?

E assim, ele atira.

- está brincando comigo ? - Felipe exclama furioso.

- shiu! - ele diz passando pelo mesmo e indo me abraçar.

- oiii! - retribuo.

- vamos logo! Isso ainda não acabou! - Felipe grita.

- realmente, ainda tenho que fazer uma coisinha - digo indo para a minha antiga cela.

(...)

- você é uma vergonha para a nossa família, sua vaca psicopata! - Felipe cospe as palavras na face de July, que tinha um olhar furioso repleto de lágrimas de ódio.

- eu só queria...- a interrompo.

- e eu quero sua cabeça, vadia! - digo lhe dando um golpe com meu soco inglês.

- Kat! - Felipe segura meu pulso - o conselho irá julga-la - ele diz sério.

July começa a chorar, quase que sinto dó. Mas é só quase mesmo, ainda quero matar ela.

- podem levar! - Felipe ordena para dois guardas que estavam conosco.

- acabou, não sobrou ninguém! - Alec diz aparecendo ofegante - esse lugar parece um labirinto com um cheiro absurdo de chulé! - ele se encosta na parede e deixa sua arma de lado.

- ótimo - digo passando a mão no cabelo - o inferno acabou.

- aleluia... - Alec bufa.

- obrigada pelo apoio, Alec - Felipe aperta sua mão.

- sempre as suas ordens, meu amigo - Alec sorri - ... não importa o quanto insuportável e certinho você seja... - ele ri.

- vai se catar - Felipe gargalha.

- vamos para casa? - pergunta Xavier aparecendo junto a Lu que se encontrava com um pequeno arranhão na testa.

Finalmente, acabou.

(...)

- senhora! - Maria corre na minha direção e me dá um abraço - fico tão feliz que está viva!

Sorrio, e então ela me avisa que Athena já estava de banho tomado, e cochilando em seu quarto. Assim que  faço minhas higienes, vou ao seu encontro.
Tinha uma sensação estranha de estar aqui, fazia tempo que eu não andava por um ambiente amplo e limpo, fazia tempo que eu não sentia paz...

A paz de estar em casa.

Ao abrir a porta, vejo Athena dormindo cansada e acima de tudo, tranquila e segura, agarrada em sua pelúcia.

- está segura...- Felipe diz aparecendo do meu lado com os cabelos molhados pelo fato de ter acabado de sair do banho.

- finalmente... - suspiro aliviada.

- ninguém nunca mais vai tocar nela - ele me olha como se estivesse fazendo uma promessa.

- nada disso foi sua culpa, Felipe... - falo olhando em seus olhos.

- sim. Você sabe que foi - ele fala com dor nas palavras - a segurança da minha alcatéia falhou, de novo...

- July tinha muitos contatos, ninguém jamais impediria ela de entrar... ela usou de vantagem por ser da família. Nada disso foi sua culpa, Felipe! - volto a insistir.

Ele me olha cansado, e então vamos para o nosso quarto, já que acordar Athena com todo esse falatório era algo que eu sem dúvidas, queria evitar.

(...)

- fico amargurado quando acontece isso, fico me perguntando se a segurança da nossa alcatéia é fraca - Felipe explica.

- não, mas dessa vez, os cretinos usaram dardos tranquilizantes... creio que deveríamos colocar vigias na cidade e dentro da floresta, e não só em volta da alcatéia - explico.

- tem razão.... agora, vamos dormir, estou cansado - ele boceja.

- eu também - me deito ao seu lado.

Felipe me aconchega em seus braços.

- é tão bom ter você aqui... - ele sussurra.

- eu nunca mais vou sair.

Num dia chuvosoWhere stories live. Discover now