Treena estava sentada em minha frente, tão fascinada com o lugar quanto eu, e Thomas está sorrindo, olhando para o teto, que me chamou a atenção ao notar que tinham desenhos de pessoas nele, com contornos dourados.

Um garçom se aproximou de nossas mesas e entregou um cardápio para cada um de nós. Com as mãos tremulas, segurei-o, e tentei folheá-lo com cuidado. Poxa, nem mesmo o restaurante mais chique que eu já tinha ido, em Stotfold — inclusive, com William — era tão bonito e sofisticado quanto esse.

Discretamente, aproximei a boca do ouvido de Will.

— Tem certeza que não tem um lugar mais... hum...

Como eu diria isso?

Ele olhou para mim, piscou e, quando entendeu o que eu estava querendo dizer, sorriu e balançou a cabeça, desacreditado.

— Ah, Clark, não se preocupe com isso. Eu pago o jantar.

Ah!

— Will, você já gastou demais com todos nós.

Agora, tenho quase certeza que Treena está nos ouvindo. Os olhos azuis de William me fitaram por um instante e, quando achei que ele iria ficar zangado, sorriu, tentando se concentrar. Acho que estava querendo manter a tranquilidade.

— Louisa, por favor, não se preocupe. Eu tenho dinheiro. Bastante dinheiro.

Pisquei. Tem? Ah. Quantas coisas sobre ele eu ainda não sei? Tudo bem, eu sabia que ele é rico, mas nunca pensei que tivesse tanto dinheiro assim...

Alguns minutos depois, o garçom voltou, e Treena fez o pedido dela e o de Thom, e eu pedi o mesmo que Will. Não fazia ideia do que pedir. Invejei minha irmã por ser tão fina e entender dessas coisas.

— Mamãe, quero fazer xixi... — Thom pediu, manhoso, estava cansado.

Will riu.

— Thomas, apenas peça para ir ao banheiro, não diga o que vai fazer lá — Treena disse e, desculpando-se, levantou-se da mesa e foi até o toalhete, segurando o menor pela mão.

Finalmente estamos a sós — e agora, de verdade. Estava pronta para falar com ele, sobre qualquer coisa, até sentir os dedos esguios e quentes de Will em minha coxa e eu arfei. Olhei-o pelo canto dos olhos e o vi sorrindo para mim, sem abrir os lábios, encantador. O ar escapou de mim. Senti todos os nervos abaixo da minha cintura se contraírem. Ah, meu Deus, como ele consegue fazer isso? Tem um efeito tão forte sobre meu corpo que eu quase não sei quem sou. Seus dedos apertaram-se ali e, apenas aquele toque, foi capaz de desenfrear todos os meus sentidos.

— Ah, não faça isso — murmurei baixinho, para somente ele escutar.

— O que eu estou fazendo, Clark?

Suspirei pesadamente.

— Me tocando. Não faça isso. Você sabe como me deixa.

— Como eu te deixo? — piscou, inocente.

— Não finja que não sabe do que estou falando...

— Ah... — aproximou os lábios da minha orelha e, devagarinho, brincou com o lóbulo da minha orelha por alguns instantes antes de continuar. — Eu deixo você molhada, é isso?

Fechei os olhos, tentando me controlar. Ele não está fazendo isso comigo, não pode ser... Não aqui! Coloquei a mão sobre a ele e, tentando me manter forte, tirei-a dali, sentindo a minha pele queimar no exato lugar de onde estava sua mão outrora. Respirei aliviada, finalmente certa de que eu não iria perder o controle no meio do restaurante.

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora