Talvez...

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- Eu, a um tempo atrás conheci uma mulher linda, cheia de vida. Mas ela não via o filho a muito tempo por que o pai não deixava que os dois tivessem contato. O nome do seu filho era Yurio. Ela me contou toda a história e disse que ele havia voltado a ficar com o pai.
- Ah... Então você só está com a minha mãe por causa da minha história com o Yurio? - pergunto meio desnorteado.
- Não, claro que não. Soube disso um pouco depois que estava saindo com a sua mãe. Não tinha ideia que o Akira que ela falava era você.
- Entendi. Você sabe alguma coisa dele... Do Yurio?
- Sei, primeiramente que ele te ama. Ele está bem, está tentando voltar pra cá sem que ocorra algum problema com o pai dele.
- Eu não entendo... Você deve estar brincando comigo. Se fosse verdade, ele teria me contado sobre você. - disse um pouco irritado.

Acho que ele disse alguma coisa, não sei ao certo. Eu estava aos prantos.
Mesmo se fosse mentira o que o Aoi falou, me deu esperança de ver o Yurio novamnete.

****

Chegamos ao consultorio da minha nova pscóloga as 15:30.
Alguém chama o meu nome e entro na sala um pouco sem jeito.
Já fui em várias pscólogas na minha vida, e nunca gostei da primeira seção.

- Entre Akira, vamos conversar? - disse ela.
- Ahn, oi. - falei sentando em um lugar que parecia um divã, extremamente brega.
- Bom, aqui na sua ficha diz que você se mutila. Como se sente sobre isso?

*Sério? Como eu me sinto?*

- Ahn, eu me sinto mal, eu acho. Digamos que não é uma maravilha se sentir mal o tempo todo.
- Entendo, e você tem namorada?
- Não, tenho um namorado. Mas ele está... viajando.

Fiquei um tempo pensando se era ela a mulher que o Aoi tinha falado. Será que era ela a mãe do Yurio?

- Você sente falta dele? Do seu namorado?
- Mais que tudo na minha vida. Eu o amo.
- Sabe, eu tenho um filho que está "viajando". Qual é o nome do seu namorado?
- O nome dele é Yurio. Ele tem o cabelo quase branco, um olho verde e azul e o outro preto. Ele é lindo.
- Yurio? Você é o namorado do meu filho...

Ela fala isso e cai no choro.
Não tenho outra reação a não ser abraça-lá.
Não acredito que eu estou abraçando a mãe do meu namorado. Isso é surral.

- Eu não acredito, você é o Akira, o namorado do meu filho! Estou tão feliz em conhecer você. - falou ela em meio as lágrimas.
- Eu não sei o que dizer, nunca achei que conheceria a senhora.

Ela me solta do abraço e eu me sento. Tenho tantas perguntas pra fazer que nem sei por onde começar.
Eu não consigo dizer uma palavra, choro com muita força. Coloco todo o choro que prendi pra fora. E como isso me deixa mais tranquilo.

- Akira, nós temos que tirar o Yurio daquele lugar. Ele pode ser um demônio mas ele vive muito melhor aqui, com você. - disse ela se acalmando.
- Nós? O que eu poderia ajudar nisso? Eu sou um simples garoto que tem problemas demais pra sua idade. Eu não sei o que faria...
- Eu vou tentar ir pra lá e tirar ele desse lugar. Eu só preciso que você ajude ele, de a ele um ligar pra ficar.
- Claro, como eu negaria uma coisas dessas.

Ela me abraçou com muita força, mas acredito que ela estaja feliz como eu estou agora.

- Se quiser voltar aqui pra se consultar comigo fique a vontade. - disse ela sorrindo pra mim.
- Okay, eu volto.

Dei um sorriso pra ela e sai da sala.
Olho pras cadeiras da recepção e o Aoi anda está ali.
Só fomos nos falar depois de um tempo dentro do carro.

- Por que você me levou até lá? Foi intenso. - disse.
- Achei que faria você se sentir melhor. Que talvez voltasse a vê-lo. Ve, eu não sou um montro. - falou rindo.
- Com certeza não é. Queria fazer uma pergunta. Você sabe como o Yurio se parece?
- Não muito, ele parece ser um menino bonito. Mas sei la, deve ser como qualquer garoto normal.

Ele não faz ideia do que o Yurio é. Mas não tem problema, ele não precisa saber.

Chegamos em casa um pouco tarde, estava extremamente cansado, precisava do eu quarto.
Subi as escadas rápido, não sabia ao certo o que eu faria no.meu quarto mas queria chegar logo.
Entrei no meu quarto e fechei a porta.
Eu não acredito o que eu acabei de viver. Talvez eu consiga ver o Yurio novamente. Eu nunca estive tão feliz!
Tomo um banho e deito na cama, foi uma noite completamente sem sonhos. Foi uma noite tranquila.

Acordo com o meu despertator tocando, tenho que tomar meus remédios.
Me levanto da cama e vou em direção a minha cama, tomo os meus remédios e desco pra cozinha.
Minha mãe e o Aoi estão lá, felizes.
Ainda não me acostumei de ter outro cara aqui em casa que não seja meu pai.

- Oi filho, como foi ontem? Você foi direto pro seu quarto e nem falou comigo. - disse ela fazendo um pouco de drama.
- Foi tudo bem, a psicóloga é a mãe do Yurio acredita? Talvez em algum momento eu veja ele. - falei animado.
- É tão bom te ver assim!
- Assim como? - pergunto.
- Feliz!

Tomamos o café juntos, nós três. Uma coisa que nunca aconteceu quando meu pai morava aqui.
Descubro no meio das conversas que eu não voltarei pra escola esse ano, perdi coisas demais pelo insidente, então volto ano que vem.

Talvez as coisas melhorem, talvez tudo de certo, talvez eu o veja de novo, talvez...

Eu Precisava De Um Demônio Where stories live. Discover now