Tudo vai acabar?

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Acordo com o barulho do meu despertador, pelo visto o mundo não acabou enquanto eu dormia.

Demoro algum tempo até ter coragem pra começar o dia. Eu poderia dormir o dia todo, assim não começo o dia e tudo fica bem.

Mas não tenho escolha, me forço a sair da cama e ir ao banheiro fazer a minha higiene. Coloco meu uniforme e desço.

Desço as escadas devagar ouvindo uma conversa. Vejo minha mãe no sofá sorrindo pra alguém.

- Mãe... Quem é esse cara? - pergunto sem rodeios.

- Akira, que ótimo que acordou. Quero te apresentar meu... Namorado! - Disse ela animada.

- Era só o que me faltava. - disse baixo.

- Olá garoto, não se preocupe, não vou roubar o lugar do seu pai. - falou ele sorrindo.

- Tanto faz, praticamente não tive pai. Prazer! - forcei um sorriso.

- Akira, filho...

Minha mãe não terminou o que ia falar, me virei e sai de casa.

*Da onde que ela tirou aquele cara?*

****

Não tinha feito muito tempo que eu havia chego à escola e parei na diretoria.

Eu estava apanhando e revidei. Mas obviamente o garoto distorceu a história e eu fiquei como ruim. Mas não me importo muito com isso.

- Senhor Yokay, o que levou o senhor a bater no seu colega de classe?

- Ele vinha me infernizando a dois anos, eu só me defendi.

- Não é assim que resolvemos as coisas, achei que sua ida na psicóloga teria algum efeito mais pelo visto não...

- É isso não é, qualquer coisa que eu fale ou faça é porque eu sou psicologicamente instável? Quer saber mesmo? EU ODEIO ESSE LUGAR! ODEIO MINHA VIDA! E EU ESTOU COMEÇANDO A ODIAR A SENHORA. POSSO IR?

Ela simplesmente me deixou sair, sem falar nada.

Para sair da escola eu passo pelo garoto que eu bati, ele está um tanto ensanguentado por assim dizer. Ele me encara, mas não me importo.

Quando chego no portão vejo minha mãe e o atual alguma coisa dela me esperando com uma cara não muito agradável.

- Vamos. - ela diz séria.

****

- Você bateu em um garoto até ele sangrar Akira! Eu não reconheço você!

- Ele me batia a dois anos seguidos, me deixava da mesma forma e ninguém se importava. E antes que você diga que eu nunca falei nada pra você, eu disse.

- Eu não sei mais o que fazer... Estou cansada de fazer tudo por você e nunca ser reconhecida! Você é...

- VAI, FALA LOGO!

- O PIOR FILHO QUE EXISTE AKIRA, FOI UM ERRO VOCÊ TER FICADO COMIGO!

- Pronto, foi tão difícil? - disse me virando e subindo as escadas.

- Akira, me desculpe... Eu não queria...

- Queria, não minta.

Entro no meu quarto e fico na frente de uma gaveta. É ali que eu guardo uma coisa que tinha prometido que nunca mais iria mexer, mas porque eu guardei então?

Peguei aquela faca na mão, pensei em jogar na minha mãe. Nunca faria isso. Pensei em tocar no cara que está namorando a minha mãe, no meu pai. Mas eu sei que não fazia isso nem se fosse preciso.

Então decido fazer a única coisa que sei fazer bem.

****

Acordo em um lugar estranho, olho pros meus pulsos e eles estão totalmente... Limpos?

Eu acabei de cortar vocês com tanta força, penso.

Me levando e começo a andar. Ao longe vejo um garoto com cabelos claros, com assas vindo em minha direção.

- Yurio? Você voltou pra mim?

Ele se joga em cima de mim chorando.

- O que foi meu amor? - pergunto.

- Eu não voltei, você que desceu. Você esta... - ele não consegue terminar a frase.

- Estou morto? - pergunto sabendo da resposta.

- Sim, não conseguiram te trazer a vida. E como você não pode subir, você veio pra cá.

Não falo nada, simplesmente o abraço com toda a minha força. Não conseguia pensar direito, eu sabia que se eu fizesse aquilo eu iria morrer, mas não achei que conseguiria fazer isso de verdade.

Abraço o Yurio e penso: eu não sinto nada, não estou depressivo, não estou irritado.

"Eu não sinto nada."

Eu Precisava De Um Demônio Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu