13. ATUALMENTE

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Todo dia esse negócio de acordar, quem inventou isso? Precisamos tomar as devidas providências. Fora temer!

Parei com meu drama diário e me levantei, fazendo minha higiene matinal em seguida.

Quando cheguei na cozinha, Alex estava comendo cachorro quente caseiro.

- A salsicha né? - ele resmungou pra mim enquanto colocava mais salsicha no pão. - Que alimento sincero, ela não tem aparência saudável, não tem gosto saudável e não é saudável. Cumpre o que promete, admiro.

E essa não foi nem de longe, a última piada relacionada a salsicha do dia. Resolvi ignorar e tomei meu café da manhã.

Depois me joguei no sofá e procurei alguma coisa pra assistir. Na televisão, só aparecia notícias de políticos.

Como que os políticos conseguem roubar milhões e ficar com aquela cara de bobo? Eu sento no assento preferencial no ônibus e já fico morrendo de culpa.

Rafael apareceu e se jogou ao meu lado no sofá quando eu estava assistindo desenho animado.

- Quer fazer algo mais empolgante? - ele falava alisando as minhas pernas que estavam no colo dele.

- Tipo o que? - me inclino pra ele. Sugestões eram bem-vindas.

Rafa joga uma pistola de água descarregada no meu colo e sorri.

- Vamo nessa! - corro para o meu quarto para trocar de roupa.

Descemos para o térreo do prédio fomos para o jardim. Carreguei a minha arma em uma torneira e fui pra perto do pessoal.

- Aqui vai as regras: A brincadeira vai ser tipo polícia e ladrão. Mas, vai ser por duplas. Se a sua dupla foi atingida, você tem que voltar para o ponto de início e perde todos os pontos por atingir outras duplas.

Depois de algumas horas no joguinho infantil, a minha dupla foi declarada vencedora. Alex e eu fizemos uma dancinha vergonhosa da vitória. E por isso, as outras duplas descarregaram as armas na gente.

- Vocês são péssimos perdedores. - reclamei.

Depois de algum tempo, resolvemos subir pra tomar banho. Quando eu sai do banheiro, o pessoal já estava na sala zoando o Guaxinim.

- O que tá rolando? - me joguei no colo do Rafael. Às vezes eu só esquecia que a gente não estava mais juntos.

- Guaxinim tá stalkeando aquela sua amiga gringa. - Maethe ria.

- Eu não stalkeio, eu realizo análises curriculares para fins de possíveis interações sociais de profundo impacto.- Guaxinim se manifestou sem tirar os olhos da tela do celular.

- Que? - perguntei confusa. - Não importa. - desdenhei com a mão. - De qualquer forma, eu tô indo buscar ela no aeroporto amanhã.

- Isso é sério? - ele perguntou.

Concordei com a cabeça e me aconcheguei mais no meu ex-futuro-namorado já que ele agora fazia carinho no meu cabelo.

- Acha que ela vai querer ficar comigo?

- Acho que vocês deviam se conhecer melhor. - sorri sem graça.

- Mas se ela me conhecer melhor ela não vai querer. - ele se desesperou nos fazendo rir.

Me levantei e a caminho da cozinha, pisei no pé da Gabs. Automaticamente ela começou a gritar comigo.

Já notou que se pisar no pé de alguém ela abre a boca? Igualzinho uma lixeira.

Depois de me desculpar, fui procurar algo para comer.

Estava terminando de preparar um sanduíche quando o Rafa entra na cozinha e rouba ele do meu prato.

- Ridículo. - ri.

- Aquela banda que você gosta tá no Brasil. - ele rouba meu copo de suco também e eu o olho indignada.

- E dai? Eu também tô. - reviro os olhos. Ninguém precisava me lembra de que sou uma fã pobre.

- Achei que você quisesse ir no show pra conhecer eles. - ele resmunga e eu o encaro.

- Primeiro que aqueles ingressos estão muito caros. - vou numerando com os dedos. - Segundo, que eles deviam pagar para me conhecer. Eu já conheço eles. - deixo o copo na pia e quando me viro para o Rafael vejo dois ingressos na mesa. - O que é isso?

- Ingressos. - eu já sabia que eram ingressos, que menino mal amado.

- Pra que? - analiso os ingressos e quase berro.

- Bom, achei que fosse um bom presente de boas vindas ou reconciliação. - ele sorri. Eram ingressos para ver um show da minha banda favorita com acesso ao camarim.

- Reconciliação? - franzo o cenho.

- Eu que te apresentei a banda, acha mesmo que te deixaria ir sozinha? - ele nega com a cabeça. - Te pego as oito.

Depois do aviso, ele saiu da cozinha e eu corri para o meu quarto. Considerando que ele ia me buscar às oito e já eram seis e meia, eu já estava atrasada. Qual é? Eu sou menina.

Depois de uma briga intensa com a escova e meu cabelo - que eu venci, é claro. - e depois de uma terceira guerra mundial no meu quarto eu estava quase desistindo de sair, mas eu sou guerreira.

Jovens que tem vontade de desistir de tudo mas aí lembram que desistir de tudo vai dar muito trabalho e acabam desistindo de desistir me adicionem.

Mas eu estava pronta quando Alex bateu na minha porta.

- O que aconteceu com o seu quarto? - me perguntou assim que deixei ele entrar. - Jogaram uma bomba nele?

- Não me testa Alex - resmungo.

- O Cellbit veio te buscar.

[...]

- Esse show foi maravilhoso - entro arfando no carro. - Meu Deus. Obrigada por isso Rafa. Eu preciso revelar essas fotos.

Eu estava muito eufórica. O show tinha sido muito especial e eu tinha curtido cada momento.

- Quando você tropeçou na moça loira.- ele ri. - Foi o melhor show da minha vida.

Faço bico.

- Você me empurrou. - cutuco seu braço e coloco o cinto de segurança quando ele liga o carro. - Tirando os micos enormes. - enfatizo a palavra enorme porque mico foi o que a gente mais pagou. - Foi o melhor dia da minha vida. - suspiro. - Obrigada por isso Rafa.

Ele sorri e é a última coisa que eu vejo quando o carro capota na estrada e eu apago.

Stay || CellbitWhere stories live. Discover now