Fevereiro, 2016. I.

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Dianna só saiu do carro quando teve certeza de que o rímel estava impecável e seu dente não estava sujo de batom.

Primeiro dia de aula no colégio novo e, para piorar, primeiro dia no Ensino Médio.

A loira não era nem um pouco fã de julgar e seu julgada pela aparência, mas, levando em conta que todos os grupinhos estavam formados e que as pessoas eram – infelizmente – julgadas por sua aparência, Dianna não via outra solução se não se encaixar naquele terrível padrão.

Decidira a roupa que iria usar na noite anterior e se comprometera a acordar todo dia meia hora mais cedo para dar tempo de passar toda a maquiagem que considerava essencial.

Despediu-se de sua mãe, que a desejou um bom dia olhando a filha dos pés à cabeça, estranhando a extrema vaidade repentina.

Não foi uma entrada para lá de triunfal. A maioria dos alunos estava concentrado demais para notar a aluna nova. Apenas uma garota de cabelos azuis nas pontas a encarava e, quando Dianna percebeu, a garota olhou para baixo, tentando evitar qualquer tipo de contato visual.

A garota dos cabelos azuis, Maia, sabia que, se desse a chance, Dianna se aproximaria e, mesmo com toda a insistência de sua mãe para que fizesse novos amigos, Maia não sabia como continuar uma conversa.

Do outro lado da rua, Leo e Sofia desciam do ônibus, como faziam há uns três anos. Sempre juntos, a única coisa que mudava era que, com o passar dos anos, Sofia parecia chegar cada vez mais perto de alcançar a altura exagerada de Leo.

A maioria do colégio ainda acreditava que Leonardo e Sofia namoravam, mas uma parte já tinha começado a se acostumar com o fato de que eles não passavam de grandes amigos e que o carinho que nutriam um pelo outro era só era intenso daquela forma porque os dois haviam crescido juntos.

Leo cumprimentou Matheus com um aperto e mãos e, em seguida, um abraço.

Matheus poderia ser chamado de "o garoto mais popular do colégio", mas não era por causa da sua beleza – mesmo que todos considerassem absurda – e, sim, porque ele era o cara mais legal do colégio.

Diferente de qualquer outro adolescente, Matheus cumprimentava todos, falava com todos, lanchava com todos. Era fácil acabar se apaixonando por Matheus. Sofia sabia muito bem disso, mas ele só tinha olhos para Luísa.

— Fecha a boca, Sofi — Leo soltou de repente, fazendo Sofia ruborizar.

— Fica quieto, Leonardo.

Matheus já estava no jardim do colégio, puxando uma rosa vermelha. Estendeu-a para Luísa, sorrindo de orelha a orelha e disse:

— Uma rosa para uma... rosa?

Luísa gargalhou com a espontaneidade do moreno, pegou a flor e o abraçou. Embora Matheus tivesse a linda mania de tentar agradar Luísa de todas as formas possíveis, a loira sabia que nunca se acostumaria e que cada gesto seria uma surpresa diferente.

— É "uma flor para uma flor".

— Eu sei, só não queria soar tão clichê.

***

— Ei, você! — Dianna ouviu chamar. Apenas virou a cabeça para o lado, tentando não se mostrar muito interessada. Não tinha certeza de que estavam a chamando. — É, você! — Uma garota apontou para ela. — Vem aqui, por que não se senta com a gente?

Dianna não esperou maiores explicações, apenas fez o que a loira pediu. A garota pegou a rosa, que ocupava um lugar na mesa, e a colocou na frente de si.

Clube dos 7 Erros [HIATUS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora