Capítulo V (12:00 / 13:00)

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No capítulo anterior:


– Os policiais militares tratam as estratégias de segurança para a inauguração de sábado;

– O Deputado Paulinho é sequestrado;

– Os detetives estão na escola Malba Tahan espreitando os alunos suspeitos.

Os eventos a seguir ocorrem simultaneamente entre 12:00 e 13:00 h.

A Avenida Brasil é uma importante via, com mais ou menos 50 kM de extensão, que corta a cidade da zona norte até o centro do Rio, em sua orla vários pontos comerciais e motéis de luxo.

– Está ligando pra quem João?

– Pro escritório, vou avisar que devo demorar mais um pouco! – João disca pelo celular – Alô, Silvana? Sou eu, João, tudo bem por aí?...Quem?...Mas ela deixou recado?...Quando?...Tá, vou retornar, obrigado! – desliga o telefone e faz uma nova ligação.

– O que foi? Está ligando pra quem agora?

João não responde e faz sinal com o dedo na boca para a mulher fazer silêncio.

– Alô? Camila, sou eu...o quê?...mas...não, não sabia...sei...a sua mãe está aí?...ela pode falar?...Tá...tá, tudo bem...não, não demoro aqui...sim, no máximo meia hora...tá, tchau! – João desliga o telefone e faz uma pausa em silêncio.

– O que foi? Fala comigo!

– Temos que ir! – ele quebra a concentração e começa a se vestir.

– O que é? Sua mulher de novo? Não acredito. Você diz que ela só te aborrece, mas toda vez que ela precisa você...

– Cala a boca e se veste logo, pô!

– Ih, está nervosinho assim por que? Não descarrega em mim, não. Não tenho culpa se a sua mulher é uma doente!

– Cala a boca mulher! – João dá um tapa na cara dela – Não sabe o que está acontecendo e só fala merda! Vamos logo, ou vou te deixar aí!

– Seu canalha! – a mulher protege o rosto com a mão – Vai embora, não me procure mais, seu imbecil, vai lá, vai atrás da sua maluca. Eu não vou a lugar nenhum contigo, seu monstro!

– Ah, quer saber? Que se dane, tchau! – João sai batendo a porta da suíte, deixando-a lá dentro.

* * *

Na Assembleia o caos ainda impera.

– Caramba, que fome, que horas são ô...qual é seu nome mesmo? – a vereadora chama atenção de uma de suas assessoras.

– Clarisse, dona Rosália. Quer que eu mande buscar comida?

– Seria perfeito, Clarita!

– Clarisse!

– Hein?

– Meu nome é Clarisse!

– Ah, sim, tá, tá! Mande trazer um filé de frango e salada de rúcula e manga picada e suco de laranja! Anotou?

– Sim, sim, pode deixar!

– Obrigada! Meu Deus, como estou cansada! – voltando-se para outro assessor – O Paulinho já ligou?

– Nada ainda!

– Vereadora, os policiais pediram para avisar que chegam em vinte minutos!

– Eu já tinha esquecido deles! E o Paulinho? – pergunta novamente ao mesmo assessor de antes.

– Nada ainda!

– Mas você só sabe falar isso? Ligue para ele, urgente! Tente o Rico também, os dois só vivem juntos!

DEGUSTAÇÃO - Terror no Subúrbio CariocaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora