Capítulo VII

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Helena**

Estou distraída com o notebook em meu colo quando a campainha toca, achei estranho por que o rapaz da portaria não avisou pelo interfone. Abro a porta e o meu coração para de bater por alguns segundos, tenho quase certeza de que estou pálida como papel. Augusto esta na minha frente com um sorriso maldoso nos lábios, choque e terror medem forças em meu peito e procuro um lampejo de coragem para reagir, tento passar tranquilidade e frieza na voz ao cumprimenta-lo, mas minhas pernas estão bambas e o coração está quase saindo pela boca. O que raio ele está fazendo aqui?

–Raphael não está!

–Não faz mal, eu espero! Posso entrar?

Tive que dar passagem, ele logo se acomodou no sofá depois de me lançar um olhar devorador, será que sabia que Raphael não estava em casa? Porque não deixou ser anunciado pelo porteiro? Será que premeditou tudo isso? Respiro fundo lamentando profundamente estar com um short tão curto. Voltei a me concentrar no notebook em meu colo tentando manter o controle e não deixa-lo perceber que estou quase à beira de um ataque, sinto seus olhos fixos em mim avaliando-me de cima a baixo, ele se levanta e vem em minha direção, meu corpo tenciona num sinal de alerta e eu rezo silenciosamente para que Raphael chegue logo.

–Posso me servir de uma bebida?

–Fique à vontade

–Quer me acompanhar?

–Não obrigada!

–Sabe Helena, fiquei sentido por você ter rejeitado minhas mensagens, esperava por um reencontro mais caloroso, quem sabe relembrar o passado.

–Não quero relembrar nada com você, a única coisa que eu quero é distância.

–Tem certeza? Posso fazer você mudar de ideia.

–Não se atreva a tocar em mim, ou conto tudo para Raphael.

–Sério? Em quem você acha que ele vai acreditar? No amigo de anos ou numa putinha safada que ele comprou agora a pouco?

Filho da puta! Meu sangue ferveu e eu bati em seu rosto com toda a minha força, toda raiva reprimida veio com força total, toda dor e humilhação que senti naquela noite foi colocada naquele tapa, mas não tive tempo de aproveitar minha pequena vingança, pois ele veio com tudo me derrubando no sofá e imobilizando meus braços acima da cabeça, sua mão forte veio para frente da minha blusa rasgando-a num puxão violento deixando meus seios expostos, o medo se apoderou do meu corpo, minha mente voltou novamente para aquela maldita noite. Gritei e me debati debaixo dele, mas tinha me esquecido do quanto ele era forte. Sua boca explorava meu pescoço de forma bruta e senti lagrimas escorrendo livremente por estar revivendo o pior momento da minha vida, me debati com todas as forças, senti seu membro roçar em meu ventre e quando tentou abrir meu short eu o bati com a mão livre, ele revidou e uma ardência absurda tomou conta do meu rosto, resultado do tapa que levei, continuei a lutar mas o cansaço e o medo me fizeram refém, chorei ainda mais desesperada e por fim fechei os olhos esperando que o pior acontecesse, chamei por Raphael baixinho na esperança que ele chegasse e tirasse aquele homem asqueroso de cima de mim, lagrimas grossas descem pelo meu rosto e nesse momento ouço um estrondo alto que me faz abrir os olhos e ver um Raphael furioso puxando o Augusto pela camisa e o jogando no chão, me arrastei para o canto do sofá e me encolhi escondendo meu corpo seminu; surpresa, alegria, alívio, vergonha, foram tantas emoções misturadas que não consegui distinguir qual seria a mais forte, mas ao me deparar com a raiva estampada no olhar de Raphael, o medo voltou com força. Ele estava com raiva de mim! Descobriu que menti e está me odiando também. Ele ruge para o homem caído e eu começo a tremer incontrolavelmente.

O ContratoWhere stories live. Discover now