- Eu posso tentar. - sorri tentando parecer amigável e estiquei novamente minha mão.

A verdade é que eu estava com medo, com muito medo, não de ajuda-la, independente do que ela já tenha feito todos precisamos de ajuda uma hora na vida, porém medo do que estava por vir.

Ela pegou em minha mão e então eu pude perceber o quão fria e tremendo a garota a minha frente estava. Eu não tive muita reação, apenas a pus sentada perto do carro de Cameron e fui a sua procura.

- Oi, eu preciso de ajuda. - sorri para meu namorado e ele se virou me olhando confuso.

- Onde você estava? - perguntou se levantando do sofá.

- Só, vem, okay? - ele assentiu e peguei em sua mão o levando em direção a onde ela estava.

- Por que essa menina ta aqui? - perguntou assim que me viu abaixando ao seu lado.

- Só me ajuda Cameron. - ele me olhou confuso e ajudou a coloca-la dentro do carro.

Haviam mais feridas em seu corpo do que eu poderia contar, ela tremia e mal conseguia ficar em pé. Eu não sei o que eu poderia fazer por ela.

- Você quer que a gente te leve a um hospital? - perguntei assim que entrei no banco do carona.

- Não, por favor, não vamos a nenhum hospital. - ela disse desesperada.

- Ei, tudo bem, calma. - tentei acalma-la.

- Desculpa, eu só não, não posso correr o risco. - ela começou a chorar novamente.

Olhei para Cameron e ele já estava me olhando como se pedisse alguma explicação.

- Vamos para minha casa então, você pode pelo menos tomar um banho e por uma roupa descente. - eu disse e Cameron concordou com a cabeça dando partida no carro.

Ela não se objetivou e também não disse nada durante todo o percurso, assim como eu e Cameron, apenas respeitamos esse momento.

A levei até o banheiro e então a pus sentada no vaso, eu realmente não sabia o que fazer.

- Você quer que eu fique e te ajude, ou você consegue? - ela estava de cabeça baixa, mas então me olhou.

Seus olhos estavam marejados e apenas deu de ombros. Seu olhar implorava por ajuda e por um segundo eu tive o pior sentimento que uma pessoa pode ter pela outra em toda sua vida, pena.

Ajudei a tirar seu vestido devagar, havia cortes em seu peito e marcas de mão por todo seu corpo.

A ajudei a sentar na banheira e liguei o chuveiro, deixando cair água morna em cima da mesma.

- Por que você ta me ajudando? - me olhou.

Eu não disse nada, apenas sorri sem mostrar meus dentes, ela soube minha resposta apenas com aquele sorriso, ela entendeu.

- Quer comer alguma coisa? - Cameron perguntou para ela enquanto eu penteava seu cabelo.

- Talvez ela devesse só beber um suco por agora, né? - eu disse a olhando e assentiu.

Cameron saiu do quarto e eu me sentei ao lado da ruiva, ela continuou olhando pra baixo e eu continuava não sabendo o que dizer.

- Por que você não quis ir a um hospital? - perguntei mexendo na escova.

Ela demorou um longo tempo e então fungou.

- Ele disse que mataria minha irmã se eu procurasse ajuda. - disse de uma vez e eu a olhei assustada.

- Ele quem? - ela me olhou - Talvez eu possa te ajudar, talvez a gente. -

- Não, tá legal? - não gritou, apenas me olhou de canto de olho - Não tem nada que você, ou eu, ou quem quer que seja possa fazer, aconteceu, - sua voz começou a ficar embargada - aconteceu e não tem volta. - disse olhando para baixo novamente.

- Luma, não é assim. Talvez a polícia possa ajudar. -

- Por favor. - ela disse chorando e me olhou, eu apenas assenti.

- Deita, tenta dormir um pouco. - falei a ajudando a se deitar - Você precisa se acalmar antes de ir pra casa. - ela assentiu e se deitou.

Sai do quarto e desci as escadas indo em direção a cozinha, encontrando Cameron sentado no banco.

- Nossa. - digo chegando perto e ele me olha.

- O que foi isso? - ele perguntou e eu sentei na bancada a sua frente.

- Na hora que eu saí de perto foi porque eu vi ela andando desnorteada, eu fui ver o que tava acontecendo. - respirei fundo e ele pôs as mãos em minhas cochas - Vi que ela tava toda machucada, mal conseguia andar e ela chorava muito. - prendi meus cabelos em um coque.

- Nossa. - ele me olhou - O que você acha que foi? -

- Do jeito que eu vi ela se esfregar no banho. - disse sentindo meus olhos ficarem marejados, e não consegui terminar a frase.

Cameron me puxou para sentar em seu colo e assim o fiz, ele me abraçou forte fazendo carinha em meu cabelo e eu me permiti chorar.

- Como alguém tem coragem de fazer algo assim? - pergunto, entre soluços, indignada.

- Tem pessoas que são doentes, amor. - ele diz e eu nego com a cabeça, não aceitando essa situação.

- Isso não é certo, e na casa dos Grier? Quem seria capaz de algo assim? Ali todos são conhecidos Cameron. - enxuguei meus olhos.

- Eu vou falar com os meninos amanhã e tentar descobrir algo, ta bom? - assenti com a cabeça e apoiei minha cabeça em seu ombro - Eu amo tanto isso em você. - ele disse rindo baixinho.

- O que? - perguntei confusa.

- Mesmo com tudo o que ela já fez, tudo o que já aconteceu, mesmo assim você ainda se importou em ajudar ela. - falou ainda fazendo carinho em minha cabeça.

- Eu nunca deixaria de ajudar alguém que precisasse Cam. - falei baixinho e senti o moreno concordar com a cabeça.

_______________________________________

Aí gente, tadinha da Luma, sério, ninguém merece algo assim, nem mesmo ela!

O que vocês acham?

Ass,
Luiza Speziali.

[HIATUS] Tracking The Destination | C.DOnde as histórias ganham vida. Descobre agora