Olhos expressivos,
Nariz fino
E rosto com traços suaves.
As palavras eram melodias, mesmo
Que ele não estivesse entendendo nada.
A voz dela era maravilhosa.
Mas ela brigou com ele quando perguntou
Se estava prestando atenção,
E constatou que passou vários minutos
Falando sozinha.
Ela notou que ele franziu o cenho
E respirou fundo
Quando o amigo dela não parava de olhá-la
De forma diferente
Na festa que haviam ido juntos.
Viu que estava com ciúmes
E sorriu, porque ele não era de demonstrar
Essas coisas.
Então pediu para que fossem embora
Porque queria ficar apenas com ele
Na casa deles.
Ele pediu desculpas
Porque sabia que tinha agido errado
Ao alterar a voz para falar com ela
Daquela maneira.
Ele sabia que a culpa não tinha sido dela
Do seu dia ter sido uma porcaria.
E então, no final da noite
Não a levou flores, mas sim
Livros,
Que era o que ela mais gostava de fazer: ler.
E ela sorriu aquele sorriso
Que acendia
Algo nele
Mas que não sabia explicar.
Ela também pediu desculpas
Por ter sido grosseira certa vez
Quando eles não concordaram
Em um assunto.
Ele era cabeça dura, mas ela também era.
Porém, ele não tinha sido grosseiro.
Ela sim.
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Nubladamente
PoetryEscrever é a arma de quem sente e vê tudo. Por Gabriela, todos os direitos reservados ©
Sobre eles
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