Ela cochichou
No ouvido dele
O quanto ele era importante
E depois o beijou na bochecha, vendo-o
Fazer aquele sorriso
Que só ele sabia fazer
Quando estava envergonhado
Ou quando não sabia o que fazer.
Ele a abraçou por trás
Inesperadamente
Enquanto os dois esperavam para pagar
Um produto
Na fila do caixa do mercado
E repousou a cabeça em seu ombro
Sentindo aquele perfume
Que era tão dela.
Ela timidamente estendeu a mão
Quando estavam sentados lado a lado
Dentro do metrô,
E seus dedos ficaram entrelaçados
Fazendo carinho uns nos outros
Enquanto as estações passavam
Por janela a janela.
Ele trouxe café
Mesmo sem ela ter pedido.
Aquele café fraquinho que ele odiava
Mas que ela amava tomar quentinho
Enquanto o frio batia à porta
Todas as noites
E eles dormiam juntinhos.
Ela também no frio
O cobriu com outra coberta
No meio da noite
Enquanto apenas uma
Não aplacava
O frio que ele sentia.
Bem, ela nunca entendeu o porquê
Dele sentir tanto frio.
Ele ficou a observando falar:
A boca meio rosada e carnuda,
ESTÁ A LER
Nubladamente
PoetryEscrever é a arma de quem sente e vê tudo. Por Gabriela, todos os direitos reservados ©