Radioativo, quem?

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Era óbvio que aquele não era

O seu lugar.

Algumas pessoas que

Passavam por aquilo,

Quando o notavam,

Se perguntavam

O que essa criatura

Fazia

Em frente

Àquela fonte tão

Majestosa,

Enfeiando-a.

Eu, sentado num dos bancos

Daquela praça,

Senti clemência

Vazar

Do meu coração

Como elemento

Radioativo,

Enquanto olhava

Para aquela cena.

A criatura, que parecia mesmo

Uma estátua,

Notei

Que possuía

Pés diferentes

Um do outro:

O direito todo enrugado

E o esquerdo estava mais que inchado.

Porém, em ambos, algo fingia que os

Protegia

Das larvas

Que haviam no chão.

Imediatamente olhei para meus próprios pés:

Suspirei aliviado, estavam devidamente

Tampados.

Era noite

As estrelas brilhavam radiantes no céu

E aquela coisa

Irradiava desconforto

Na terra.

Suas mãos...

Oh, céus!

Tinham calos morando nelas,

Nas suas rugas

Tinham expressões

E nas suas unhas

NubladamenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora