Capítulo 14

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Um bolo não deve ser tão difícil de fazer, certo? Era o que a garota pensava antes de pôr literalmente a mão na massa. Allegra não sabia que era tão ruim na cozinha assim...

Leu a receita pelo o que parecia ser a milésima vez desde que pensara em um jeito de pedir desculpas a seu melhor amigo. Se o bolo realmente ficasse bom, ela acreditaria que as desculpas seriam completas.

Allegra murmurava uma canção enquanto remexia a massa dentro do recipiente de vidro. Seus braços já estavam de certa forma doloridos pelo movimento de bater a massa...

Agradeceu mentalmente quando deu o ponto certo e se apressou em pôr tudo dentro de uma forma para aquecer no forno.

Fitou o pequeno celular enquanto esperava. Havia alguns milhares de notificações, mas não havia mais nada de seu amigo. Talvez Afonso não estivesse mais a fim de ser encarado como alguém que tinha certos problemas com a verdade aos olhos dela.

Mordeu os lábios assim que se preparou para enfeitar a sobremesa. Todo o se carinho foi derramado enquanto com cuidado despeja uma chuva de granulados coloridos em cima do bolo. Se aparência contasse mais do que sabor...

— O que você está fazendo, minha filha? — Seu João sorriu ao se aproximar da garota.

— Um bolo?

— Sim, estou percebendo. Mas qual o motivo? Você geralmente só gosta de prova-lo e passa correndo quando sua avó os fazem...

— Ah, vô, sabe como é, ? — Deu de ombros, sorrindo ao sentir seu rosto esquentar. — Eu queria tentar fazer alguma coisa...

— Sei.

— Eu também vou tirar o pedaço de vocês.

— E para quem é? — Arqueou uma sobrancelha se divertindo ao ver o rosto da netinha ficar ruborizado.

— Para o Fonso... — Murmurou o apelido que há muito tempo não dizia. — Ele merece um agradecimento por ter dito a verdade uma vez na vida.

— Aham.

— Pronto! — Sorriu, limpando as mãos no pano de prato e encarando sua obra de arte.

Seu João deu um sorriso de canto como se deduzisse que ali tinha coisa. E ele tinha uma certa pena por só ela não perceber. O senhor pôs as mãos nos bolsos enquanto via a neta tão alegre.

— Ficou bonito. — Ele disse ao receber um olhar da garota como se pedisse aprovação. — Eu quero um pedaço, viu?

— Já está aqui.

Fechou o recipiente de plástico e logo despediu-se de seu avô com um gesto que apenas consistia em ele beija-lhe o topo da cabeça ou cheirar os cabelos bagunçados da neta.

— Tchau, vô.

— Tchau.

Saiu saltitante de casa. O relógio marcava umas sete horas da noite. E ela não podia estar mais ansiosa para encontrar com ele.

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