𝕯𝖆𝖚𝖌𝖍𝖙𝖊𝖗 𝖔𝖋 𝖙𝖍𝖊 𝕷𝖎𝖌𝖍𝖙 ░ 𝙴𝚕𝚍𝚊𝚛𝚢𝚊

O Mar Indomável

— M-Mas eu preciso buscar respostas!— Olhei para ela.— Miiko deve ter algo a me dizer sobre...— Por um momento engoli em seco, não sabia por onde começar.— ... Tudo.

— Tudo será respondido no momento certo!— Sinto ela acariciar meus cabelos com calma.— E...

Fomos novamente interrompidas por alguém entrando na enfermaria.

Nevra.

— Oh, a Bela adormecida despertou dos seus sonhos.— Brincou o rapaz se aproximando de mim e da enfermeira.— A garota já está liberada, Ewe?

— Eu já ia levar a Amy para o quarto, ela precisa de repouso mental e físico.— A enfermeira respondeu.— Principalmente físico. 

— Não se preocupe não vou morder ela.— O rapaz respondeu ainda de forma brincalhona.— Mesmo que ela seja mais humana do que faerie e relativamente ajeitadinha eu...

— Como assim beber meu sangue?— Interrompi o rapaz enquanto olhava para a enfermeira assustada.

— Ele é um vampiro.— Respondeu a mesma de forma simplista.— Você não sabia?

Olhei assustada para o rapaz e o mesmo devolveu o ato com uma expressão divertida, parece que o mesmo esperava essa minha reação quando eu descobrisse sobre sua verdadeira natureza. Tampei meu pescoço com ambas as mãos e me encolhi um pouco no divã. Acho que não quero mais ser da guarda dele. 

Aparentemente meu desespero deixou ele de bom humor pois o mesmo deu uma risada e bagunçou meus cabelos com uma de suas mãos.

— Eu não mordo as pessoas sem consentimento.— Ele se explicou de forma simples enquanto me pegava nos braços como se eu fosse uma folha de papel. Aquilo me assustou um pouco mais logo me senti acolhida nos braços do mais alto.— Não sou um monstro sanguinário.

Desvio meu olhar e por fim escuto mais algumas recomendações de Ewe sobre meu repouso além de ser "convidada" a realizar exames diários para que meu maana esteja em níveis aceitáveis. 

Em passos largos e silenciosos fui levada aos meus aposentos pelo vampiro. Me dei a liberdade de segurar no sua echarpe e me deito em seu ombro aproveitando para sentir o aroma do homem pálido. Seu perfume lembrava uma floresta, uma mistura de aromas amadeirados. 

— Hm, agora você quer estar perto de mim?— Resmungou.

— Desculpe, eu reagi mal.— Digo depois de inalar mais uma vez seu perfume.

O rapaz resmungou mais um pouco, mas eu sabia que isso era parte do teatrinho dele. Ele gostava de me assustar e isso estava nítido em seu rosto. 

— Você me magoou muito.— Ele continuou com o drama dele.— Você é muito malvada.

— O que posso fazer para que você me perdoe?— Pergunto deixando meu rosto mais próximo do seu pescoço. Sua pele se arrepia. Causei o efeito que eu desejava. 

Antes mesmo de perceber sou colocada deitada, já estávamos em meu quarto. O rapaz se afastou do meu leito indo para a porta onde a fechou sem muita cerimonia e logo a trancou. Na privacidade do meu quarto tudo se torna mais intenso. 

Ele já queria isso desde quando trombei com ele. 

Me sento na cama sorrindo e o chamo com o indicador olhando intensamente em seus olhos. Eu podia me divertir um pouco com ele. 

— Você realmente saber o que pode fazer para que eu lhe perdoe?— Ele caminha até minha cama enquanto tirava sua echarpe deixando com que ela caia no chão.— Você está entrando em uma brincadeira perigosa, Ametista.