Irreversível

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"Non, nous sommes tous à blâmer."

(Não, nós somos todos culpados.)








Forçando-se a acreditar que não tinha culpa ao som da risada dele, ela irrigou o corte com a solução fria. Chat Noir puxou uma respiração profunda.

Felizmente, não doeu tanto quanto esperava. Ele teria que encontrar uma maneira de guardar um kit de sutura em seu quarto também. Isso certamente facilitaria o tratamento se ele não tivesse que usar álcool. Como era possível uma mansão daquele tamanho não ter um kit de sutura?

Marinette foi cautelosa e atenciosa enquanto tirava o sangue seco, pequenos pedaços de pele morta e couro rasgado da área. Como Ladybug, ela sabia que seu miraculous ajudou na dor, bem como deu algumas habilidades de cura. Não muito, mas o suficiente. Ela estava ciente de que qualquer garoto normal provavelmente estaria afundado em lágrimas.

— Eu sinto Muito... — Ela lançou um olhar simpático para o gato, uma vez que sua ferida festava completamente limpa. Ele deu de ombros, para que ela pensasse que não era nada de mais, embora não tivesse certeza de como ele acabou com a dor. Vendo isso, Marinette sentiu-se mais culpada. Ela queria ter certeza de qualquer forma que ele estava bem, mas Marinette não achava que tivesse a capacidade de ajudá-lo com palavras.

Limpando o sangue de suas mãos, ela pegou as tesouras que tinha lavado antes e murmurou:

— Preciso preparar as bordas para costurar. Tente não se mover, ok?

Ainda doía, (como qualquer ferida aberta doeria) , mas o herói assentiu e agarrou-se nas bordas da banheira. Ele já estava preparado para a dor, e ele não queria relaxar apenas para recomeçar um ciclo de dor e, bem, falar enquanto  tinha sua luva como mordaça em sua boca não era muito charmoso. Ele suspirou ao ver aquelas tesouras, tentando não cravar garras na porcelana da banheira.

Ele não queria tornar isso mais difícil para si mesmo e se ele tivesse que ficar quieto, então ele ficaria quieto.

Marinette cortou as partes dentadas de sua pele, com cuidado para não piorar a abertura. Concentradíssima, ela se aproximou e gentilmente descascou as bordas de sua ferida para garantir que cicatrizassem da melhor forma possível. Chat Noir encolheu os ombros, embora ele mantivesse seu abdômen imóvel. Ele não hesitou nem se afastou. Ela dava uma ordem e ele obedecia. Ele apenas fechou os olhos e ficou em silêncio.

Com Chat Noir calmo e imóvel, salvo por sua respiração pesada e suas mãos trêmulas, Marinette aproveitou esta oportunidade para terminar o trabalho.

— Você está bem? - Ela também não esperava que ele respondesse, sabendo que era difícil falar em sua condição atual.

"aham" Mesmo com a mordaça improvisada, ele não conseguiu reprimir todo o barulho. O que tinha sido um gemido silencioso agora era mais agonizante. Infelizmente,  ele marcava superficialmente com suas garras na banheira enquanto lutava para se manter quieto. Pelo menos parte da angústia poderia tranquilamente ser aliviada ao balançar sua cauda. Ele ainda não tinha certeza de como isso funcionou ou quando foi a primeira vez que reparou nisso... mas pareceu reagir às suas emoções e isso ajudou. De uma maneira estranha. Com certeza tinha a ver com Plagg.

Ele levou cerca de meio minuto para relaxar antes de endireitar-se para que Mari terminasse com o que estava fazendo. Todo o excesso de sangue foi retirado e agora com a ferida bem cortada, ela não desperdiçou tempo ao deslizar o material de sutura não absorvível na agulha provida. Marinette prendeu a respiração, uma das pontas franzidas quando ela começou a costurar as bordas da pele. Usando algum tipo de método de costura modificado ... pele não era tão fácil de perfurar como o tecido.

Jogo Duplo - Descobertas (Double Jeu) • [Em Revisão 2023]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora