Capítulo 18

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MAYA

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MAYA

O que não foi real

A sala cirúrgica estava envolta em uma tensão palpável, cortada apenas pelo zumbido dos instrumentos médicos e o suave som do monitor cardíaco que pulsava no canto da sala. Eu estava inclinada sobre a mesa de operações, focada na delicada tarefa de suturar o tecido do abdômen do paciente canino. O aroma de desinfetante hospitalar pairava no ar, me relembrando a cada segundo que havia uma vida em minhas mãos.

Kevin estava ao meu lado, seu olhar atento seguindo cada movimento meu. O cachorro, um Labrador Retriever de pelo dourado, estava deitado na mesa de operações, respirando regularmente com a ajuda do tubo endotraqueal. Sua expressão tranquila contrastava com a tensão palpável ao redor. Os outros membros da equipe se moviam com destreza, cada um cumprindo sua função igualmente importante.

A atenção aos detalhes era crucial, pois procurávamos a origem do problema. As pinças seguravam delicadamente os tecidos enquanto nossos olhos procuravam qualquer anomalia. Encontramos o foco do problema: um pequeno objeto estranho alojado no intestino do cão. Era imperativo removê-lo para garantir a recuperação completa. Começamos a extrair o objeto, mantendo a calma no processo.

— Só mais um pouco, Maya. Estamos quase lá — meu primo sussurrou, quando o objeto foi retirado, e era hora de fechar a incisão.

Utilizando fios de sutura estéreis, Kevin e eu trabalhamos juntos para garantir que cada camada fosse cuidadosamente reparada. Cada ponto era colocado com precisão, formando uma barreira protetora contra complicações pós-operatórias.

Nesse momento, meu celular vibrou, interrompendo o fluxo meticuloso da cirurgia. Estava decidida a não atender sem terminar aquele processo, mas a vibração persistiu. Pedi que Sandra, uma funcionária, verificasse pra mim de quem se tratava. Ela pegou o celular do meu bolso e me mostrou. Olhei rapidamente para a tela e vi o nome "Mary" piscando.

Achei estranho, pois Mary dificilmente me ligava. No entanto, lembrei-me que ela disse que precisava falar comigo no dia da inauguração da clínica; talvez tivesse a ver com isso.

Como estava no fim, entreguei o comando para Kevin e avisei a equipe:

— Desculpe, pessoal. Preciso atender — murmurei, me retirando da mesa de operações enquanto Kevin assumia minha posição.

Já fora da sala, com as mãos livres das luvas, liguei de volta.

— Mary?

— Maya, pode vir para casa rápido? — Ela parecia estar chorando. Meu coração disparou de preocupação. — Preciso de sua ajuda.

— Fica calma. — Tentei dizer aquilo tanto para ela quanto para mim. — Eu já chego aí, está bem? Você está sozinha?

— Sim, mamãe e Melissa saíram.

Até que te ameiWhere stories live. Discover now