2 - UNIVERSO

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 Essa noite resolvemos dormir todos juntos na sala, afinal, era minha última noite com eles antes da viagem. Decidimos assistir um filme de ação com o careca mais sexy da televisão mundial: Jason Statham. Amo os filmes desse cara. Eu o vejo batendo nos rivais e só imagino aquela mão grande acertando minha bunda, puxando meu cabelo, me xingando, me chamando de gostosa safada, enquanto rebolo no seu pau — que imagino ser deliciosamente grande — o suor descendo, enquanto nossos gemidos ecoam pela casa... Ok, acho que me empolguei, mas fico até molhada assistindo os filmes dele. A senhora Statham que me perdoe, mas tenho um troço grande por esse homem.

Ricky chegou na metade do filme e dormiu vinte minutos depois. Olhei no celular, passava da meia noite quando ele chegou em casa. Preciso falar com ele, está trabalhando demais.

Ele trabalha desde os dezoito anos, não o impedi de fazer isso. Ele é o homem da casa e deixou claro isso quando decidiu trabalhar, até fico feliz em ter com quem dividir as dívidas e as despesas da casa, mas não permitirei que se mate de tanto trabalhar, prefiro que tente um estágio.

Levantei do tapete verde — horrível — onde estava sentada assistindo, Telly também já dormia deitada ao meu lado. Desviei dela e me aproximei do meu irmão, que estava dormindo no sofá grande. Sentei, colocando seus pés no meu colo e comecei a fazer massagem. Ele, de olhos fechados, sorriu safado mordendo o lábio e gemendo. Bati em seu pé, ele resmungou, mas adormeceu novamente.

— Durma também, Belly, ou amanhã acordará parecendo um panda velho e morto. — Levei um susto com mamãe entrando na sala com uma máscara verde cheirando a abacate, bobes no cabelo e um pijama todo estampado por barras de chocolate. Pelo visto o conselho de dormir já pronta caso o lobo mal te faça uma visita só é válido para as filhas. Comecei a ri. — Pode rir agora, mas seus amigos capados irão rir de você depois.

Ela não sabia da história da foto, não queria mortes no colégio, então resolvi esconder e todos concordaram. Naquela época, meu papai ainda era vivo e inventou uma história qualquer para ela.

— Já vou dormir, mamãe, ou tentar, depois de te ver assim não sei se vou conseguir. — Tentei não rir, mas foi inevitável.

— Tenho um encontro amanhã, preciso estar ainda mais bela! — Depois de ficar viúva do papai, dona Amélia não casou novamente. O que era uma surpresa, considerando sua fixação por casamento.

— Divirta-se então. — Fui até ela, mas desisti de dar um beijo de boa noite. — Mãe, manda o Ricky largar o bico de fim de semana. — Durante os fins de semana, ele era entregador de pizza. Olhei para Ricky que dormia no sofá — Ele parece exausto.

— Falarei... o problema é que seus irmãos veem você se matando e fazem o mesmo, filha.

— Eu vou parar, juro... e vou conseguir um estágio para ele.

— Bom mesmo, você precisa namorar mais. — Revirei os olhos. Começou! — E se arrumar também. Mais um pouco e poderá fazer bicos como mendiga, metade de suas roupas íntimas tem um buraco — Fez uma careta, me olhando de cima a baixo. Gargalhei.

Exagerada.

— É para facilitar, mãe! — Pisquei insinuativa para ela.

— Facilitar o quê? — ela parecia indignada — A ventilação? Proliferação de bactérias? A manter-se casta? Porque se for penetração, melhor costurar logo, sei muito bem que sexo você não faz há muito tempo. — Nossa, assim minha autoestima aumenta.

— Vou terminar de arrumar minha mochila e dormir. — Saí quase correndo para o quarto, só queria fugir daquele assunto.

Já estava tudo pronto para a viagem e eu só conseguia pensar que aquilo era um erro. Eu não queria rever ninguém. Não tinha amigos naquele colégio. Todos me detestavam e eu detestava todos, me sentia o Chris só que sem o Greg.

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