24. CINDERELA E OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE

1.8K 224 162
                                    



 Para alívio de Luna, apesar de seus pais não terem lhe poupado de uma bronca colossal como a de Dulce, Olga e Esteban acharam que o susto e a fratura no nariz já tinham sido castigo o suficiente e não a puniram mais. No entanto, não é como se, de qualquer modo, Luna fosse querer sair de casa com bandagens bem no meio da cara.

Então ela faltou ao tradicional jantar de sábado à noite da família e ficou longe do celular até a tarde do dia seguinte, quando bateram na porta do seu quarto e, ao abrir, Luna se deparou com Alberto.

À primeira vista, a expressão do rapaz era de um cão sem dono, mas, ao vê-la com o nariz repleto de bandagens, ele não aguentou e riu.

"Vai se foder, Beto!" Luna não aguentou mais aquele desaforo e tentou fechar a porta na cara dele, mas o rapaz a impediu com um braço.

"Calma, Luna. Eu prometo que não vou mais rir", para crédito do rapaz, ele realmente se esforçou ao morder o lábio inferior. "Só fui pego de surpresa. Eu não pensei que tivesse sido tão ruim".

"Agora que sabe, pode ir embora?" Rebateu a garota, mais do que ciente do quanto aquele visual era horroroso. Felizmente, Dulce tinha ficado de ir vê-la ao final da tarde, para avaliar se era possível tirar um pouco de todo aquele esparadrapo antes que ela tivesse que ir para o colégio. "Não quero ver ninguém. Estou de mau-humor".

"Sério?" Debochou o mais velho. "Porque eu quase não percebi".

Luna não conseguiu conter um revirar de olhos, tampouco uma demonstração mais explícita da sua impaciência ao cruzar os braços.

"O que você quer, afinal?" Ela perguntou. "Porque, sinceramente, eu já paguei mais do que o suficiente pelo seu castigo, não acha?".

"Com certeza eu não posso negar que a sua experiência na praia foi bem pior do que eu imaginei que seria", admitiu o rapaz. "Mas, justamente por isso, eu queria te pedir desculpas. Então o que acha de ir comigo ao Ártemis mais tarde? É tudo por minha conta".

"E o seu castigo?".

"Fui absolvido da sentença depois do que a Maria Eduarda aprontou. Meu novo castigo, ao invés da reclusão, é tomar conta dela sempre que a nossa mãe quiser, de agora em diante".

Saber disso só deixou Luna envergonhada de toda aquela situação outra vez.

"A Dulce ficou mesmo desapontada comigo, não foi?".

"Ela ainda está de cabeça quente", Alberto reconheceu. "Mas logo vai perceber que o que aconteceu não foi inteiramente sua culpa. A Madú já tem nove anos e agiu com descuido. Ela me contou que mentiu para os amigos sobre saber nadar e, ao tentar se exibir, deu no que deu. Foi sorte ter alguém por perto para ajudá-la".

"É verdade", pensando racionalmente, Luna sabia que, mesmo se estivesse de olho em Madú, não poderia fazer muito para ajudá-la em uma situação de afogamento. Também não sabia nadar, então, no fim, morreriam as duas. "Acho que vou agradecer ao Ian toda vez que o vir de agora em diante, o que é meio humilhante".

"Ian?" Alberto pareceu surpreso. "O Medeiros?".

"É", disse Luna. "Foi ele quem salvou a Madú ontem. A sua mãe não te contou?".

"Ela não sabia o nome dele e a Madú insistiu em chamá-lo de Percy Jackson", Alberto respondeu, ainda chocado. "Como foi que justo ele salvou a minha irmã?".

"Os irmãos dele são colegas da Madú, então ele deve ter ido para a festa de aniversário também", Luna deu de ombros, sem perceber que aquela pergunta de seu sobrinho se referia a algo mais profundo do que aquilo.

Alberto ficou em silêncio por um momento, ainda tentando absorver aquela revelação, mas, ao perceber que Luna o olhava com confusão, tratou de mandar seus pensamentos conflituosos para longe ao mudar de assunto:

CRUSH - Em Busca Do Garoto PerfeitoWhere stories live. Discover now