Bônus - Malu

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Marcelo recebia atenção da mulherada, mas não tanta quanto Rico. Devia ser por causa de seu ar angelical. Rico era o preferido porque apesar da certa timidez que notei, tinha um ar mais selvagem, mais malandro, mais cafajeste. E era desses que eu gostava.

Decidi me aproximar de Marcelo, mostrando meu lado mais doce, carinhoso e simpático. Ficamos amigos e ele me ajudou a terminar de traçar meu plano. Claro que o fato da banda do meu primo João passar a tocar no bar também ajudou.

Fiz o Rico me notar e também o deixei confuso, enviando sinais desconexos. Eu fingia que não o notava, tentei deixá-lo com ciúmes usando o Celo e o João e o feitiço acabou virando contra o feiticeiro, realmente fiquei muito aborrecida e com ciúmes quando o vi com a linda morena, porém nojenta, numa noite. Até achei que eles tinham um relacionamento, mas fiquei mais tranquila quando Celo me disse que seu irmão não estava querendo e nem procurando uma namorada. Aquilo me deu esperança, afinal de contas ela era uma foda esporádica. Apesar dele ter se tornado minha obsessão, se ele tivesse namorada eu tiraria meu time de campo. Meu interesse sempre foi em homens solteiros. Com dezenove anos eu queria me divertir, conhecer pessoas e não me apegar a ninguém.

A ideia que Marcelo teve, de fazer com que Rico desse carona para mim e para Camila foi incrível. Nesse momento eu já tinha noção do interesse do Rico e só precisava prendê-lo mais um pouco. Aquela noite foi ótima. Conversamos bastante e nos conhecemos melhor. Assim que eles nos deixaram na casa da Camila, fomos direto para seu quarto que tia Marina já havia deixado pronto para quando chegássemos. Nem bem entramos e Camila já foi logo falando, mais nervosa e agitada do que eu:

- Malu, sua doida. Esse seu plano louco está dando certo. E se no final você pegar aquele homem delicioso eu vou querer aulas para ser que nem você.

Dei uma gargalhada e depois lembrei que era madrugada e os pais da Camila já dormiam. Éramos amigas desde pequenas, pois fomos vizinhas por anos antes de meus pais se mudarem, além de estudar juntas até ambas entrarmos na faculdade.

- Ai Cá, não vai demorar muito pro semideus comer em minhas mãos. Aposto com você que sairemos nessa semana.

Ainda ficamos conversando até que o sono nos venceu. Passei o dia com ela e fui para casa depois do almoço, pois tinha trabalhos de macro economia para terminar.

Acordei na segunda, fui para a faculdade e deixei um recado pedindo para a Zita anotar o nome de todo mundo que me ligasse. Ela era o anjo da minha vida. Desde que me lembro por gente ela me cria e cuida de mim. Minha mãe, ginecologista-obstetra, é uma mulher ocupada por que além de atender no hospital e na clínica ainda saia correndo em qualquer horário para os partos, pois bebês não esperam quando querem nascer.

Chegando da aula, almocei e perguntei pra Zita se alguém havia me ligado. Nada ainda, mas eu sabia que ele ia ligar e reforcei para a ela:

- Por favor, coração, não esquece. Se o Henrique ligar eu vou atender viu?! Posso até estar no banho que atendo.

- Ah minha menina. Você e esses seus namorados malucos que arranja. Só espero que esse valha a pena e que você depois não fique triste pelos cantos, tá? - me disse afagando meus cabelos e me dando um olhar preocupado. Só ela me ajudou quando o idiota do Alexandre, por quem eu era apaixonada há anos, não quis mais ficar comigo.

- Pode deixar Zita. Não vou sofrer dessa vez. Eu só quero saber de diversão!

E dito e feito. Rico me ligou e combinamos de sair naquele dia mais tarde. Não quis que ele me buscasse em casa, pois não queria misturar as coisas. Tinha medo de que se ele soubesse onde eu morava, no dia que não quisesse mais vê-lo, ele apareceria na minha casa.

Puro PecadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora