Capítulo 10

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Ele continua dirigindo por mais uns 30 minutos, como meu celular ficou com Sara na sala de aula, espero que Samuel não sinta a minha falta. Eu poderia até falar com ele para irmos em seu carro, mas isso viria com uma sequencias de perguntas e eu não podia dizer que o meu tem rastreador.

 Ele tinha um sorriso travesso que geralmente ficava em seu rosto, não conversamos muito durante o caminho só coisas sobre o cotidiano, mas em determino ponto ele me fez uma pergunta que me travou na mesma hora:

- Júlia e seu pai? 

Na mesma hora eu congelei, ele nunca tinha perguntado sobre minha família, nesse quesito sou bem discreta por causa de tudo que ocorreu, não confio nele cem por cento, mas tem algo que me atrai não consigo explicar, deve ser só física mesmo.

- Meu pai morreu quando eu era pequena em uma acidente. - respondo e viro meu rosto para a janela vendo a paisagem verde ao meu lado.

Não gosto de tocar nesse assunto, sinto falta de uma figura paterna em casa, não que minha mãe não esteja presente nunca me faltou nada, mas sinto falta dele, o que eu tenho de recordação é uma foto dele me segurando com dois meses, roubei de uma caixa no quarto da minha mãe quando eu procurava por informações sobre ele. 

- Chegamos. - ele diz e me viro para ele. 

Não sei como ele consegue mudar de expressão tão fácil, na sala estava pronto para matar alguém, aqui no carro todo fechado e agora esse sorriso que eu conheci algumas semanas atrás.

- Me desculpe por perguntar sobre seu pai. - continuei olhando para ele e via sinceridade em seu olhar.

Saio do carro e me deparo com uma vista maravilhosa, uma grande extensão de grama bem verde e aparada e a mais ou menos quinhentos metros um lago. 

Você vem? - ele me pergunta depois de alguns minutos. 

C-claro. - merda! Sempre que estou com ele fico um pouco nervosa. 

Caminhei atras dele por uns cinco minutos, ficamos um pouco distante do carro e paramos quando chegamos em uma árvore muito grande. Ele coloca uma manta em cima da grama que esta um pouco úmida devido ao tempo da cidade, ele senta e me encara com aquele sorriso arrebatador.

"ta vendo ai, já esta apaixonada pelo sorriso dele idiota."  a Júlia debochada parece para zombar de mim. 

"Larga de ser trouxa mulher ele só quer mais uma na cama dele, esta fazendo isso com você como já deve ter feito com várias..."  - Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos.

Me sento um pouco distante dele e cruzo minhas pernas não sei o motivo, mas ele me intimida nunca me senti assim com nenhum outro rapaz.

- Você queria respostas certo? - aceno com a cabeça. - vamos la então. O que você quer saber?

- O que você estava fazendo em Portland? - antes que eu pensasse a pergunta saiu por meus lábios. 

- Certo. - ele balança a cabeça parecendo que esta procurando as palavras. Ele olha pra frente enquanto pensa e eu tenho aquela vista maravilhosa de perfil, observo a fina camada de barba que cobre seu rosto provavelmente foi aparada hoje pela manhã, os cabelos cor de bronze estão levemente balançando por causa da brisa e o sorriso ainda no rosto, fico imaginando minhas mãos enterradas em seus cabelos enquanto nos beijamos... me repreendo mentalmente, tenho que parar com esse pensamentos sobre ele. - Fui fazer uma cobrança.

- Não parecia que estava cobrado aquele rapaz. - penso um pouco antes de perguntar, mas eu preciso saber. - o que você fez com ele?

Nesse momento ele olhou para mim diria que meio incrédulo ou surpreso com a pergunta. 

- Você acha que eu sou um assassino Júlia? - eu fico em silêncio e ele continua. - Acha que matei aquele verme? - continuo quieta estou com um frio na barriga que jamais senti. "medo, isso se chama medo." - Não eu não o matei por mais que ele merecia e não vou matar você se o que está pensando agora.

Um breve suspiro sai da minha boca, mas não abaixo a guarda. Sou curiosa vou querer saber de tudo que aconteceu lá. 

- O que ele estava lhe devendo? 

- Coisas Júlia, coisas que você não tem que se preocupar. - ele fala num tom frio. Me levanto e olho para ele indiferente, quer jogar? Vamos jogar.

- Então vamos embora já que não tem mais nada para contar.

Assim que me viro ele me agarra pelas pernas e me deita no chão suavemente, o movimento foi rápido de mais quando ele me colou no chão eu ainda estava processando a situação. Ele prendeu minhas mãos com uma mão e veio avançando para cima de mim, fiquei sem reação eu sempre domino a situação quando estou com alguém e com ele não consigo fazer nenhum movimento. Ele avança com um brilho diferente nos olhos e devo admitir que estava um pouco assustada. Com um fácil movimento ele esta em cima de mim ele colou nossos corpos e novamente aquele calor veio.

Continuo olhando para ele para tentar descobrir seu próximo passo, ele põe as mão em cada lado do meu rosto e diz:

- E quem disse que eu acabei com você? 

Aquele frio subiu pela minha espinha.

Puta merda to fodida.

Ele não desgruda os olhos de mim e continua aproximando do meu rosto até que consigo sentir sua respiração.

- Estamos apenas começando.

Muito fodida. 



Amanha tem mais. Próximo capitulo narrado por Emmett, vamos conhecer um pouco sobre ele. 


O BecoWhere stories live. Discover now