❁ um ❁

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Eu estava em uma cama enorme, bem macia e muito confortável. E do meu lado estava ninguém menos que Zayn Malik. Olhei para ele dando um sorriso, recebendo outro em resposta. Como eu era apaixonada por aquele sorriso, e por aquele homem também. Quando Zayn veio para me beijar, senti um nervosismo. Será essa sensação as famosas borboletas?

Mas como é o beijo de Zayn eu nunca iria saber. Já que a próxima coisa que aconteceu foi o despertador tocar. Acordei meio grogue, sem saber exatamente o que estava acontecendo.

- Que inferno - sussurrei.

- Quem acorda cedo em pleno sábado? - reclamei.

Considerei a ideia de voltar a dormir, mas ao me virar na cama, escutei uma coisa amassando. Tateei o colchão até encontrar um papel, o qual percebi tinha algo escrito. Peguei meu celular, e liguei a lanterna em direção à ele.

"Bom dia, querida! Caso esteja pensando o por que de ter acordado cedo em pleno sábado, saiba que fui quem ativei o seu despertador.

- Ótimo - pensei.

... e não pense em voltar a dormir, pois pedi para a Lúcia ir ao seu quarto 30 minutos depois do horário que coloquei no despertador...

Ao ler essas palavras, olhei para o relógio, revirando os olhos em seguida.

- 7:05 da manhã, em um sábado, nas férias. Meu pai me odeia, só pode. - falei pra mim mesma.

... por isso levante, tome banho e faça alguma coisa. O dia está lindo!

Ps1: Tive um imprevisto na empresa, devo estar em casa por volta das 10:00.

Ps2: Esteja em casa nesse horário. Precisamos conversar."

Pensando se valia mesmo a pena ficar na cama, sabendo que Lúcia - nossa empregada - viria me chamar daqui alguns minutos, resolvi levantar. Tirei as cobertas de cima de mim e fui direto para o banheiro. Fiz minha higiene matinal e em seguida conectei meu celular na caixinha de som. Quando a voz de Taylor Swift começou a ecoar pelo ambiente, não me segurei e comecei a cantar junto.

I stay out too late

got nothing in my brain

that's what people say, hmmm

Eu pulava dentro do box como se não houvesse amanhã, até que bati o dedo em uma das quinas. Meus olhos se encheram d'água.

- Merda - gritei.

Escutei batidas na porta e em seguida a voz de Lúcia:

- Tudo bem aí dentro, alexia?

- Tudo ótimo, Lu.

- Café já está na mesa, querida.

- Ok. Já estou saindo.

Saí do banheiro amaldiçoando todas as quinas conhecidas possíveis. Coloquei um top e uma legging, ambos pretos e calcei meu tênis de corrida. Peguei meu celular e o fone, que estavam em cima do criado mudo, e desci pro andar de baixo.

Enquanto esperava Lúcia terminar de falar no telefone, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e me sentei para comer alguma coisa.

Ao pegar a jarra de suco, notei o olhar de Lúcia em mim.

- Algo errado, Lu?

- Não. É só que...

- Só que...?

Lúcia respirou fundo ao responder.

- Era sua mãe no telefone.

- E?

- E ela queria saber se você já tinha uma resposta. Para, você sabe.

É, eu sei.

- Não, Lúcia. Ainda não tenho uma resposta. - disse enquanto levantava da mesa e ia em direção a porta. - Tenho que ir. Até depois.

- Mas você não comeu nada.

Não me dei ao trabalho de responder, pois já estava do lado de fora fechando a porta. Coloquei os fones, aumentando o volume no máximo. Quem passasse por mim pensaria que eu era, no mínimo, surda. Com a voz de Avril em meus ouvidos, comecei a acelerar.

Correr virou um hábito, tal qual eu adquiri há cerca de três anos. No começo eu não aguentava dar a volta no quarteirão sem começar a arfar. Hoje já posso me dar o luxo de correr alguns quilômetros sem respirar fundo.

Minha cabeça voltou para a conversa que tive com Lúcia alguns minutos atrás. Minha mãe estava enchendo minha cabeça, tentando me convencer à mudar para L.A. Mas o que ela não entende é que eu estou bem em N.Y, eu gosto daqui.

Nasci e fui criada em Los Angeles, junto com o meu irmão, meus pais e meus avós paternos. Até os meus 8 anos, que foi quando meus pais se separaram. Meu pai decidiu abrir uma filial da empresa em New York, então ele teve que se mudar. E eu fui junto. Minha mãe foi contra a ideia no começo, mas acabou deixando, com a condição de que eu passasse pelo menos o meu verão em L.A, e Jason em N.Y.

E o trato foi cumprido. Até dois anos atrás. Não aconteceu nada, eu só parei de ir, e Jason parou de vir. Sendo assim, eu só via minha mãe e o meu irmão em datas comemorativas. Não posso negar que sinto falta deles. Mas a ideia de me mudar para lá me assustava.

Quando me dei conta que já havia ido longe o suficiente, comecei a fazer o caminho de volta. Ao chegar em casa, percebi que o carro do meu pai ainda não estava pelo lado de fora, o que me dava mais um tempo para tomar outro banho, já que estava escorrendo suor. Fui direto pro banheiro, tomando o devido cuidado com as quinas. Após 15 minutos escutei um barulho de carro, indicando que meu pai havia chegado.

Vesti um short larguinho, uma camiseta e calcei meu chinelo. Peguei meu celular e desci, encontrando meu pai sentado no sofá.

- Pelo cabelo molhado posso dizer que você seguiu meu conselho em sair de casa.

- Conselho? - perguntei rindo.

Meu pai deu um sorriso de canto e bateu no lugar vago ao seu lado.

- Vem cá. Precisamos conversar.

- Antes de mais nada: não fui eu.

- Dessa vez não é nada relacionado a alguma coisa que você fez, alex.

Respirei aliviada, me virando de modo que ficasse de frente para o meu pai.

- Sobre o que quer conversar então?

- Sua ida para Los Angeles.

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Oi, galera. Depois de 7 meses estou
aqui de novo. Tomara que gostem. Votem e comentem.

Xoxo,mica

Wonderwall • Aaron CarpenterWhere stories live. Discover now