❁ dois ❁

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- Quê? - perguntei incrédula. - Eu não vou pra Los Angeles.

- Vai sim.

- Por que?

- Porque eu estou mandando.

- PAI!

- Não grita, alexia.

- Eu não quero ir.

- Por que?

- Porque não.

- Isso não é resposta.

- Pai, eu to bem aqui.

- Não, não está. Querida, você só sai de casa para correr e para ir pra escola.

- E não tá bom?

- Não.

- Geralmente os pais querem que os filhos fiquem em casa.

- A questão não é essa.

- Qual é a questão então?

- A questão é que você não está vivendo, filha.

Fiquei quieta.

- Desde que Ahsley se foi, você não sai mais. - meu pai disse em um tom de preocupação.

Ahsley se tornou minha melhor amiga quando me mudei para N.Y. Éramos vizinhas, e frequentávamos a mesma escola, o que facilitou muito. Até que um dia, meses antes de começarmos o ensino médio, ela se mudou para a Itália com a avó.

No começo nos falávamos todos os dias. Por ligação, mensagem, até mesmo por skype. Mas ao passar dos dias, o contato foi diminuindo. Ela não retornava minhas ligações, não respondia minhas mensagens, até que eu parei de ligar. Já cheguei a pensar que ela tivesse morrido. Mas como minha avó costumava dizer: "notícia ruim chega rápido", então prefiro pensar que ela só está sendo uma tremenda filha da puta.

- Ahsley não tem nada a ver com isso, papai.

- É o que então?

- Nada. Só não quero ir embora. Eu não quero deixar você e a Lu sozinhos.

- Vamos ficar bem, meu amor.

- Mas...

- Mas?

- E se eu não me encaixar?

- Então você pode voltar pra casa.

- Promete?

- Prometo.

- De dedinho? - perguntei ao erguer meu mindinho para ele.

- De dedinho. - meu pai disse ao enlaçar seu dedo com o meu.

- Mas promete que vai pelo menos tentar.

- Ok, pai. - disse ao levantar do sofá e ir em direção as escadas.

- Alexia?

- Sim? - disse ao me virar.

-Ligue para a sua mãe. Ela vai gostar da notícia.

Assenti com a cabeça em concordância e subi para o meu quarto.

Assim que cheguei no meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama. Estava exausta. Peguei o celular para ligar para a Dona Lisa.

- Ela vai ficar eufórica. - pensei.

Disquei o número da minha mãe, e esperei. Esperei, esperei e esperei. Estava quase desligando quando minha mãe atendeu.

- Alô? Filha?

- Até que enfim.

- Desculpa, estava no banho.

- Tudo bem.

- Aconteceu alguma coisa?

Senti o tom de preocupação da minha mãe começar a aflorar.

- Não não. Liguei só para contar a novidade.

- Novidade?

- Decidi voltar a morar com você e com o Jason.

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- AI MEU DEUS, ALEXIA. NÃO ACREDITO!

- Mãe, sem grito. Por favor.

- Ok, desculpa. O que te convenceu a voltar pra cá?

- Bom, pode-se dizer que o Sr. Christian tem uma boa parcela de culpa nisso.

- Agradeça seu pai por mim.

Ri fraco.

- Ok, mãe.

- Quando você vem?

- Hum, não sei. Eu meio que decidi isso 10 minutos atrás.

- Quarta eu não trabalho. O que você acha de vir terça à noite?

3 dias, contei mentalmente. 3 dias para tudo mudar.

- Alexia, ta ái?

- Ah,oi. To sim. Terça tá ótimo, mãe.

- Ok! Vou avisar o seu irmão. Te espero ansiosamente, filha. Te amo

E desligou.

- Também te amo, mãe. - falei para o nada.

É... parece que em 3 dias eu vou para Los Angeles. E com esse pensamento, adormeci.


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votem e comentem, queridos.

xoxo, mica

Wonderwall • Aaron CarpenterWhere stories live. Discover now