[DEGUSTAÇÃO] Obstinado & Atrevida - LIVRO II - SEAA

Capítulo II - Pecado Encarnado

Faz malditas duas semanas que estou me descabelando feito louca, porque a minha amiga vadia resolveu trombar com o seu príncipe encantado e foder, viajar, foder, noivar, foder, casar e ainda por cima, sair em lua de mel pra foder mais ainda. Ok, eu sei que o cara é um Deus de Ébano e pelo pouco que a Vega fala – pois acredite em mim, eu tentei arrancar muito mais daquela vadia - ele é o verdadeiro Dom Juan. Claro, se eu acreditasse em príncipes diria que ele era um, mas não acredito.

Ele é a porra do Dom Juan que sabe trabalhar em torno para conseguir o que quer e eu, acredito que minha amiga que não é nem um pouco santa, muito pelo contrario, com certeza mantém aquele pecado muito bem ocupado.

E por que eu tô falando tudo isso? Porque eu que me fodi – e não foi no bom sentido - e agora tenho que lidar com o meu trabalho, parte do da Vega e pra fechar todo o circo, tenho o "imbecil" no meu calcanhar.

Aquela coisa ridícula que se intitula como um dos melhores advogados do país, resolveu tirar suas tardes ocupadíssimas, pra me azucrinar na Gouvêa & Associados. Desde que a Vega partiu para sua festinha da orgia com seu Deuso e deu adeus ao seu pai, o Sr. Gouvêa, eu estou me desdobrando em cinco para dar conta de tudo.

Como se não fosse o suficiente estar sobrecarregada de serviço, o Sr. Gouvêa teve a brilhante idéia de colocar o imbecil e eu para lidarmos com o depto. de controladoria, que antes era gerido somente pela Vega. Como realizamos um ótimo trabalho em equipe nas questões relacionadas a empresa do Antonio, ele achou que isso funcionaria muito bem a primeiro momento, como Vega cumpriu alguns contratos para não atrapalhar o andamento e fez um intensivo comigo e com a peste e assim darmos seqüência aos processos sem mais delongas. Eu não tenho problemas quanto ao trabalho e a sobrecarga nas minhas funções, sou competente e capacitada. Confio plenamente no meu taco e sei que dou conta de cobrir essas brechas até que a diretoria consiga reequilibrar os departamentos.

O meu problema é o imbecil. Aquele ser, que antes eu convivia numa escala muito menor de interação, agora praticamente respira no meu cangote. E por Deus, ele sabe o sacrifício que eu faço para não sucumbir a cada respiro daquele maldito em cima de mim.

Desde o casamento da Vega a duas semanas atrás, eu não o tenho visto. Parece que anda ocupado com um caso criminal do seu escritório particular e alegou não ter tempo para a burocracia daqui. Estou mais uma vez sozinha com tudo, até que não me importo, assim pelo menos tenho sossego. E de qualquer forma eu tenho Lola, a antiga assistente da Vega que passou a ser meu braço direito aqui no departamento.

Por falar nela aonde foi que ela se meteu? Pedi alguns relatórios de dois contratos que estão com pendências de avaliação e até agora nada. Sou uma ótima pessoa, brinco e me divirto, sou a favor do clima leve e descontraído no ambiente de trabalho. Só não tolero incompetência. Sou firme quando se trata das minhas responsabilidades e andamento do serviço que me cabe.

Resolvo ir atrás da doidinha. Saio da antiga sala da Vega que agora é minha sala e vou em busca da minha assitente maluca. Viro no corredor do departamento empresarial e trombo com alguém.

-Merda! – solto e olho pra cima vendo Henrique, novo responsável provisório do depto. pessoal, enquanto estou nesse pimbolim empresarial.

-Desculpe Srta. Garcia. – ai essa voz me dá coisas. O cara é um gatinho, pena que não me dá bola.

-Não foi nada Henrique e já te disse, corte essa merda de Srta. Garcia. – ele ri do meu linguajar, eu sei, não tenho filtro.

-Desculpe! É que só nos vemos aqui no âmbito empresarial, então tenho esse costume de manter a formalidade. Quem sabe se um dia a Srta. resolvesse nos acompanhar no happy hour eu não visse a moça por traz da chefia. – ele diz tudo isso e eu ainda não processei direito. Fico olhando-o com cara de besta eu tenho certeza, até que consigo me recuperar e responder.