Prólogo

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Mais uma noite chega e eu, como sempre, no tédio. Agora minha realidade se tornou um pouco mais solitária que o normal.

Vega está recém-casada. Aquela vaca sortuda ganhou na loteria da vida com aquele marido gostosão. Pois é, nem todas nascem com essa sorte.

Lucca resolveu sair e me abandonou nesse apartamento que se torna cada vez maior com a solidão que me toma.

Merda! Eu jurei que não me permitiria sentir mais assim. Eu jurei naquele maldito dia de bosta.

** Anos atrás...

-Aldria, venha, vamos pro refeitório - Vega gritou do corredor.

-Já vou! Vou passar na biblioteca.

-Ai, por Dios, não sei o que tanto você faz nessa biblioteca! - foi reclamando pelo corredor afora.

Eu tinha que enrolá-la. Nem Vega , nem o Lucca sabiam o real motivo de todos os dias eu passar pela biblioteca. Assim como não sabiam das minhas saídas à noite do apartamento, quando eles já estavam dormindo.

Saio e caminho rapidamente ao meu destino. Meu coração quase pulando pela boca, eu o vi praticamente todos os dias no último mês e mesmo assim esse nervoso não saía de mim. Acho que estou me apaixonando.

Ainda não sei o que faremos quando ele for para a faculdade nos Estados Unidos, mas daremos um jeito. Ele diz que sempre daria um jeito e eu acredito nele. Eu confio nele.

Entro na biblioteca e vou direto para o acesso aos livros específicos de direito, um lugar meio apertado e pouco frequentado este horário. Perfeito para nós dois.

Entro na saleta e o vejo mexendo no celular encostado na mesa no canto da sala. Eu paro encostada na porta, ele levanta o olhar e me encara. E isso já é minha perdição.

Perco o ar, o raciocínio e o bom senso. Antes que eu me desse conta, acelero meus passos de encontro a ele, que só tem tempo de soltar o celular sobre a mesinha e abre os braços para me receber.

Ele me pega pela cintura e sua boca encontra a minha em um beijo descarado. Júlio Gouvêa não brinca em serviço, além dos seus dotes físicos, 1,85 de altura, corpo esculpido e malhado, com tudo exatamente em seu devido lugar, uma bunda que, meu paizinho do céu, me tira do compasso, ele tem 'a pegada'. Eu sou realmente encantada pelo seu sorriso. Quando ele sorri, parece que tudo em volta se ilumina, é como se eu enxergasse um pedacinho da sua alma, já que é tão raro ver esse sorriso, principalmente na frente dos outros.

Ele tem sido minha total perdição há pouco mais de um mês. O primo preferido da Vega, minha melhor amiga. Eu me sinto uma vadia traidora por esconder isso dela e do Lucca, mas ele me pediu que não dissesse nada. Júlio é muito reservado e não quer a família maluca dele interferindo entre a gente. Palavras dele.

Findo o beijo obsceno sem ar e raciocínio.

-Oi ,gata! - ele diz com a cara de safado que lhe é peculiar.

-Oi, gato! - devolvo o elogio. A diferença é que eu realmente quero dizer isso, e ele, bem, ele faz uma graça quando diz essas coisas para mim.

-Seguinte, boneca, vamos nos ver hoje a noite. Vai ser algo especial e eu te quero a noite inteira - ele diz isso próximo do meu ouvido e, como o safado está se esfregando em mim, eu sinto o algo especial quando ele me pressiona. Ofego, afinal é o que me resta.

-Tudo bem, vou inventar uma desculpa para aqueles dois - falo enlaçada ao pescoço dele e dando beijinhos no seu rosto. Eu sei parece bobo e idiota, logo para mim que tenho irritação dessas coisas melosas, porém, com ele não consigo ser diferente.

[DEGUSTAÇÃO] Obstinado & Atrevida - LIVRO II - SEAAWhere stories live. Discover now