Capítulo 5 - Olá Doutora!

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Victória Walker

Depois daquele meu breve momento surtada, (ta bom, vai?! Foi um mega momento surtada) eu decidi que seria melhor eu desligar a minha internet e focar no meu fim de semana voltado para os filmes.

Foi difícil?! Lógico! Passei dois dias longe da loucura das redes sociais!

Mas me mantive forte, e tentei a todo custo resistir a tentação de desbloquear aquele celular, ligar aquela internet e fuçar o perfil dele inteiro e descobrir até o que ele pensa antes de dormir. Isso soou bem louco não é?!

Vocês devem estar se perguntando: "Mas Vick, você não jurava de pé junto que não se sentia atraída desse jeito por ele?!". E então eu respondo: "Sim, meninas. Mas se posicionem em meu lugar, quando se tem um professor lindo, que sabe que é lindo e não mede esforços em ficar mais ainda, e que também te aceita no Facebook, ah minhas queridas, fica bem difícil dizer que não sente nadinha por aquele homem."

Eu já estava praticamente no final do meu sexto filme daquela noite de sábado, estava assistindo Deuses do Egito para ser mais exata, (simplesmente amo esse filme, principalmente Seth e Hórus), não passavam das duas da manhã quando os créditos começaram a subir e eu tentava a todo custo buscar alguma outra coisa para assistir na Netflix.

Optei por tentar por em dia uma das minhas séries prediletas, Pretty Little Liars, e o que vou contar para vocês aqui vai ser um pequeno spoiler, mas é necessário. Uma das personagens principais da trama mantêm um relacionamento as escondidas com o seu professor de Literatura, acreditam?! Isso soa com algo tão familiar não é mesmo?! Chega ser até maluco de dizer, contudo, eu me sinto quase que na pele da Aria. A diferença entre nós está na questão da dúvida quantos aos sentimentos e principalmente na existência do relacionamento, ela tem e eu não.

Fiquei nessa paradigma até o sono finalmente vim me visitar e me obrigar a deixar a TV ligada o restante da noite enquanto eu dormia.

(...)

O sol de domingo invadiu meu quarto me fazendo praguejar alto por não ter fechado as cortinas na noite anterior. Foi preciso muita força de vontade da minha pessoa de levantar e fechar aquela merda. Eu amava o escuro e como eu ainda estava ciente de que eram sete da manhã, eu decidi que iria dormir mais um pouco.

Voltei para a cama e me vi pegando o celular ainda meio sonolenta, deslizei meus dedos na tela do aparelho e liguei a internet, logo as mensagens começaram a pipocar (esse povo não vive não?!) a maioria era dos grupos no Whatsapp, me limitei a revirar os olhos.

Contudo, quando estou prestes a bloquear a tela e voltar para o meu mundo dos sonhos, o ícone do Messenger surgiu na tela abrindo uma conversa um tanto quanto estranha, precisei piscar umas duzentas vezes para finalmente notar quem estava falando comigo, e quando eu vi, deuses, eu quase morri e fui ao céu três vezes, era ele...era o Sr. King.

Olá Doutora,

Beijos pra ti!

Como que faz para respirar mesmo?! Eu estou delirando?! Thomas King realmente me mandou uma mensagem nesse período de tempo em que eu entrei em um breve coma induzido?!

Okay, Victória, foco! Responda de maneira educada.

Olá professor,

Beijos!!

Tudo bem vai, eu sei que foi escroto, mas eu não vou ser atirada a esse ponto, eu não teria nem coragem para isso, já tem garotas na minha sala que prestam esse serviço com um alto grau de excelência, estou bem no papel de nerd que tem uma queda vulgo abismo pelo seu professor gato de Instituições Judiciárias e Ética.

Não seria estranho se eu falasse para vocês que eu perdi completamente o sono naquele instante, certo?! Tratei de ficar ainda deitada na cama mas fazendo coisas mais úteis, como por exemplo xeretar mais ainda o Facebook dele e namorar quase todas as fotos daquele individuo...isso parece tão bobo, uma garota como eu viajando no professor lindo que provavelmente me mandou uma mensagem no face com o intuito de iludir ainda mais.

Com esse pensamento, eu decidi que seria melhor eu criar vergonha na minha cara e procurar alguém da minha idade, e assim eu fiz. Vasculhei meu Whatsapp e achei o garoto que tinha me mandado uma mensagem ontem mas que eu não tinha me dado ao trabalho de abrir a mesma.

Seu nome era Ezequiel, era moreno e musculoso, tinha cabelos negros o que o fazia parecer com um índio, muito bonito por sinal.

Abri a conversa e respondi o "Boa noite" que ignorei ontem.

Bom dia

Ele não demorou a responder.

O que uma bela garota como você faz acordada a essa hora da manhã de um domingo?

Digitei.

Perdi o sono, acho que dormi até mais do que eu realmente precisava (risos). Mas e você?! O que faz acordado a essa hora?

Eu realmente estava puxando conversa, o estado era grave.

Bem, eu havia sonhado com uma garota de cabelos negros, olhos profundos e sorriso meigo, ela era linda e se chamava Victória, mas ai alguém levou ela de mim e eu acordei com saudade, até que você me mandou a mensagem.

Eu entendi bem?! Ele está mesmo me cantando usando como argumento um sonho?! Ele claramente não teria dom algum para advocacia, não com esse tipo de método de persuasão, meu Deus, aonde eu estava com a cabeça quando eu dei corda para esse ser humano?!

Tudo bem, respira e contorne essa situação antes que ela fique ainda pior.

Poxa, uma pena...Ezequiel eu acho que o meu sono voltou, mais tarde nós voltamos a nos falar, okay?

Ele demorou um pouco para responder, o que me fez achar que ele havia ficado chateado com a minha resposta seca em relação ao seu "sonho", porém, me enganei ao ler sua mensagem minutos depois.

Tudo bem, princesa.

Durma mais um pouco e descanse, mais tarde conversamos melhor, beijos.

Agradeci mentalmente por ele não ter forçado a barra e prometi a mim mesma que não iria mais ficar procurando sarna para me coçar.

Eu tenho plena consciência de que o que eu vou falar vai mudar totalmente o rumo das coisas, mas eu sou jovem e vou me arriscar, pode ser que eu me machuque, pode ser que seja a coisa mais insana que eu faça no universo e pode ser o maior erro que eu vá cometer, mas eu prefiro sofrer com a verdade de que eu não consegui do que com o martírio de conviver com o arrependimento das coisas que eu não fiz por medo.

Trocando em miúdos: eu, Victória Walker, estou disposta a parar de evitar que não sinto nada por Thomas King e disposta a me aproximar dele de forma que nossa relação seja mais do que aluna/professor, estou disposta a me deixar apaixonar pelo meu querido professor.

Meu Querido Professor [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now