Meu Querido Professor [CONCLUÍDO]

Capítulo 4 - Eu te amo Facebook

Victória Walker

Desde aquele dia, daquela aula mais precisamente, eu passei a perder o sono sempre com a lembrança de Thomas em minha cabeça. Hoje completam exatas duas semanas de aula e eu ainda não sabia como lidar com aquele homem me encarando a aula inteira.

As garotas lá da sala também estavam enlouquecidas por ele, mas ao contrário de mim, elas não hesitam em espalhar o interesse nele, principalmente quando as mesmas decidem participar da aula, até a tonalidade da voz carrega a malícia e os pensamentos sujos que elas nutrem por ele.

Não vou mentir e dizer que não sinto o mesmo, mas fala sério, não sou esse tipo de garota que sai se oferecendo de forma gratuita para o gostosão do Sr. King. E outra, eu tinha plena consciência de que esse homem só queria diversão e nada mais, e como eu sou uma romântica incurável, eu tinha certeza que se eu começasse a nutrir sentimentos mais fortes por ele, eu claramente iria me machucar feio, e quando isso acontecia era motivo de depressão profunda pra meses.

Nesse momento eu estava enfurnada na minha cama com milhões de cobertas, de pijama e encarando a beldade que estava na tela do meu celular. As paparazzi das meninas da minha sala tiraram fotos de todos os ângulos possíveis e imagináveis de nosso professor. Os cliques foram postados no grupo da turma no Whatsapp, e deuses, que cliques.

Suspirei pesadamente antes de bloquear a tela do meu celular e enfiar minha cabeça novamente debaixo das cobertas. O dia estava chuvoso e era um sábado pra lá de delicioso para vegetar e dormir durante o dia inteiro, e assim eu fiz, só sai da cama para ir ao banheiro e almoçar, dormi a tarde inteira sendo acordada depois pelo meu celular que não parava de tocar um segundo sequer.

Bufei antes de pegar o aparelho e depositá-lo em meus ouvidos sem ao menos pestanejar em ver quem era.

-Alô. – Falei com a voz sonolenta.

-Nossa que animação, estou contagiado. – Era Oliver.

-Acabei de acordar. – Me ajeitei na cama ainda de olhos fechados.

-Passou o dia todo dormindo?! – Ele parecia incrédulo.

-Lógico, estava cansada, ainda estou, mas vou tentar assistir um filminho agora. – Me cobri mais enquanto bocejava.

-Deveria estar pensando em como vai conquistar território com o professor, as meninas lá da sala estão na frente, abra teu olho querida. – Oliver tinha maldade na voz.

-Não vou lutar por uma causa perdida, princípios básicos da advocacia meu bem. – Sorri do outro lado da linha.

-Não deveria pensar assim, não quando ele te joga charme em todas as aulas, e não se faça de desentendida, você sabe tanto quanto eu que se ele se envolver com as outras vai ser só para "comer" elas e nada mais. – Oliver insistia.

-E com base em que, você acha que não irá acontecer o mesmo comigo?! Não sou a melhor opção no quesito gostosona do ano. – Ironizei.

-Com base na minha intuição, ele já tem a fama de se relacionar com universitárias, e você é a menos atirada quando o assunto é ele, logo, homens não gostam de mulheres fáceis, você é um bom desafio para ele, Vick. – Argumentou.

-Você disse bem, sou um desafio, e se ele chegar a desvendá-lo ele não irá pensar duas vezes antes de me chutar e ir de encontro a outros "desafios" – Revirei os olhos.

-Para de ser ranzinza, procure por ele nas redes sociais, fique por dentro das coisas que acontecem na vida dele, puxe conversa, seja receptível. – Oliver foi dando as dicas.

-É sério que você vai ficar me dando conselhos de como pegar o professor?! Oliver, o King não é um colega nosso de sala, ele é o nosso docente, tem noção disso? – Eu estava pasma com isso.

-Para de ser antiquada Victória Walker. – Disse firme. – Você já é praticamente uma adulta, daqui duas semanas você vai fazer dezoito anos, aproveite a vida garota, larga de ser boba.

-Oliver, você não existe, sabia?! – Soltei um riso.

-Se eu não existisse minha querida, tenho certeza que me inventaria, você e Becky não saberiam viver sem meus conselhos, tenho certeza disso, me dá medo de pensar no que você tinha feito antes de me conhecer. – Eu tenho certeza absoluta que ele revirou os olhos ao falar aquilo.

-Ah claro, guru, tenho que desligar. – Respirei fundo.

-Vai stalkear a vida dele? Diz que vai, por favor, nunca te pedi nada, mulher. – Ele implorou com voz manhosa.

-Vou pensar no seu caso, tá bom?! Agora preciso mesmo ir, obrigada pelos conselhos, nos falamos segunda. – Me despedi desligando logo em seguida.

Para quem ainda não juntou os pontos, Oliver é o que eu chamo de meu melhor amigo gay, sim, ele é gay e eu o amo por isso. Se vocês ainda não conhecem tal sensação de ter uma amizade dessas, sugiro que comecem a procurar, não existe coisa melhor do que isso.

Quando se tem amigos desse porte, que te ajudam e te lançam para a sorte, você começa a se questionar sobre a natureza daquilo. Claro que a pretensão de Oliver era me fazer criar vergonha na cara e procurar pelo rapaz (ou melhor, HOMÃO DA PORRA), que me deixava com as pernas bambas.

Passei uns dez a quinze minutos tentando obrigar meu cérebro a desistir da ideia maluca que eu estava prestes a por em prática, mas como eu não sigo a razão, decidi tocar pro foda-se e abri meu Facebook.

Deslizei meus dedos na ferramenta de busca e digitei seu nome: "Thomas King".

Seria uma surpresa se eu dissesse para vocês que eu o achei?! Temos somente um amigo em comum, minha ex professora de matemática para ser exata, dei de ombros e lhe enviei a solicitação de amizade, tentei varrer seu perfil mas o mesmo era bloqueado para amigos, somente algumas fotos estavam disponíveis, e como eu não sou boba fui logo olhá-las.

No fim da minha minúscula pesquisa, descobri que meu querido professor também era capoeirista e adorava uma praia. Devo dizer que quase (quase mesmo) babei olhando aquelas fotografias, ele não cansa de ser lindo não?!

Respirei fundo e sai de seu perfil, eu poderia muito bem cancelar aquela solicitação e tocar minha vida, mas eu não o fiz. Fiquei exatos quatro dias esperando ele me aceitar, sabe o que são quatro dias?! E eu ainda tive que olhar para a cara dele na segunda-feira tentando fingir que ele não havia me ignorado.

E foi na manhã de quarta feira que eu vi, na verdade, foi a primeira coisa que eu consegui focalizar.

Thomas King aceitou sua solicitação de amizade, agora vocês podem compartilhar coisas juntos.

Ai meu Deus. Ai meu Deus. Ai meu Deus.

Eu te amo Facebook.

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Quem aqui também fica eufórica quando o crush, enfim, nota a nossa existência?!

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