Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.

Capítulo Vinte e Um

Viajamos logo após eu ter descoberto que teríamos gêmeos e realizado todos os exames para saber se os meus bebês estavam bem e que minha saúde estava excelente.

Sobre os gêmeos eu ainda não tive coragem de contar para ninguém. Só a Elaine sabia por enquanto. Contaria para o Daniel depois. Não tínhamos tido nada na cama ainda, ele tentou logo depois que casamos, mas eu não conseguia ainda, então decidimos esperar pela lua de mel, agradeci e prometi que tentaria.

Chegamos a Cartagena pela manhã, era um lugar exuberante, ficamos hospedados no Hilton Hotel, ele fica cercado pelas lindas praias do Caribe, é um hotel luxuoso e moderno, com quartos lindos todos com vista para o mar, têm muitas piscinas também, o lugar me encantou. Daniel estava todo romântico e carinhoso desde quando saímos de casa.

Passei mal durante toda a viagem, fiquei bem enjoada no avião e tudo o mais, mal comi e o pouco que me alimentei deixei dentro do banheiro da aeronave, estava enjoando bastante. Cheguei pálida no hotel, fui direto para o quarto, chegando lá me deparei com uma vista linda, a lateral do quarto era toda de vidro, que mostrava o mar, também tinha uma cama enorme king size, uma mesa com duas poltronas confortáveis, outra mesa no canto com um computador e com uma cadeira, a porta para o banheiro que estava fechada, havia um closet ao lado do banheiro e um deck com uma vista ainda mais bonita do mar azul e nele havia uma banheira de hidromassagem.

–Descanse um pouco Olívia, vou pedir algo para você comer. – Daniel falou deixando todas as malas no canto próximo ao closet.

–Não precisa se preocupar Daniel, só quero dormir um pouco. – falei já tirando minhas sapatilhas e o casaco que estava usando desde o avião.

–Não é preocupação Olívia, sou agora seu marido, tenho que cuidar de você e desse bebê que espera, que também é meu, afinal ele terá que crescer forte como o pai. – olhei para ele, quis falar que eram dois bebês, mas deixei quieto, por enquanto, não era a hora ainda, e estava querendo entender esse súbito romantismo. – Olívia, desculpa se fui grosso com você, mas saiba que sempre gostei de você, desde quando a vi pela primeira vez, eu me apaixonei, apenas não reagi bem a notícia do bebê e te peço perdão.

–Tudo bem Daniel, está perdoado, eu entendo. – falei e me deitei na cama confortável, ele veio e se deitou do outro lado, me puxando para deitar no seu peito.

–Obrigado por me entender! – deitei no seu peito e ele começou a passar a mão pelo meu cabelo me fazendo carinho.

–De nada. – relaxei e fechei os olhos, o carinho estava vindo em boa hora, estava com uma leve dor de cabeça.

Dormi no peito de Daniel não sei quanto tempo, acordei assustada, ele continuou dormindo um sono leve e bem tranquilo, minha barriga roncou, então fui atrás de um cardápio para pedir algo do restaurante do hotel, pois meus bebês queriam comer e logo, então pedi duas massas ao molho branco, sabia que o Daniel gostava, agora eu era dona de casa e tinha marido para cuidar.

Nossa senhora da bicicletinha, como tudo pode mudar da noite para o dia? Em pouco tempo deixei de ser apenas a Olívia, aspirante a bailarina, me formando na Julliard, que tinha um sonho de montar um galpão com aulas de balé e música, para uma Olívia, esposa e futura mãe de dois bebês, tendo que, por ora, abrir mão do sonho de ser bailarina e professora, para ser mãe e esposa em tempo integral. Será que eu aguentaria isso tudo? Aguentaria essa pressão? Essas inseguranças de que eu seria capaz de cuidar de dois bebês? Estou com muito medo.

Teria que aguentar e viver assim, aceitar minhas novas condições, teria que ser a mãe que minha mãe não foi, colocar os bebês a frente dos meus sonhos e até da minha vida particular. Não seria fácil, eu sabia, quando eles estivessem nos meus braços, teria que acreditar que todos os meus medos, ressentimentos e tristeza passariam. Seria forte e aguentaria tudo que acontecesse. Teria que orar a Deus pedindo que Ele me ajudasse a esquecer minha carreira por um tempo, para que eu pudesse me dedicar aos meus filhos.