Epílogo

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Três anos depois...

Cassie


Algum tempo se passou desde que nos casamos. Desde que deixamos toda a pressão e trauma em outro país e ambiente. Hoje, somos apenas Adrian, Emma e eu. Sim, Emma! É assim que decidimos chamar o pequeno amor da nossa vida e o sotaque inglês dela é de morrer. Sou a mamãe mais coruja do mundo e devo admitir isso.

A vida na Inglaterra é diferente — e repleta de chuva, como em Seattle —, mas é algo que nós realmente precisávamos. A paz que a Europa nos deu e a maneira que as pessoas daqui nos aceitaram, sem julgamentos ou maus olhares, nos mostra que somos um casal como qualquer outro. Nem melhor e nem pior. Apenas duas pessoas tentando ser feliz e criar uma criança.

Estou no meu segundo disco oficial. A Rising Records não fez muito por mim desde todo o caos e, quando o contrato acabou, Adrian fundou a Estrella Records, a fim de me lançar em um novo mercado e encontrar talentos que, como eu, precisavam de uma ajuda para serem o que são em seu interior. O negócio dele está indo muito bem e eu não tenho do que reclamar.

Recém lancei um novo single pela Internet que está bombando no mundo todo. Dá para acreditar? Eu sendo sucesso em países que eu nunca pisei. Recebendo cartas, mensagens e apoio de pessoas de todas as idades. Exatamente como eu sonhei. 

Com a música tocando tão forte por aí, produtores de eventos estavam desesperados para marcarem uma apresentação acústica em suas premiações. Quem diria que depois de conseguir trinta apertados segundos anos atrás e ter o pior produtor do Universo, me chamariam para algo bem maior?

O único problema do evento mais próximo era... Ser nos Estados Unidos. 

Não voltei para lá desde que tanta coisa aconteceu e a verdade é que não sei se estou pronta para encarar isso tudo. Mesmo que tenha aceitado comparecer e agora estar com toda a dúvida do mundo, mas já não há mais tempo para recusar.

 Adrian, como sempre, usou de suas melhores palavras para me convencer sobre comparecer e lançar My love, Mi amor, minha música. Entre as suas principais razões, estavam em ser verão,  o evento estar situado em Los Angeles e que poderíamos relembrar nossos dias utópicos, além de levar Emma onde nós fomos felizes de verdade.

Minhas mãos tremeram por quase todo o vôo e meu marido fez toda a questão do mundo de esquentar minhas mãos entre as dele e fazer piadinhas sobre o banheiro do avião, que acabou por me relaxar e me vencer durante um tempo.

Exceto quando eu já estava no hotel, vestida e pronta para sair. Entrei em pânico! Com exceção das minhas mãos frias, meu corpo parecia arder e me deixar incapaz de sair do lugar. Eu tinha uma sensação tão ruim que só queria cancelar aquilo tudo e voltar para casa. Peguei meu passaporte na penteadeira e joguei na mala, fechando-a depressa, quando Adrian saiu do banheiro. Sua cintura estava coberta apenas com uma toalha e gotas ainda caíam do seu peitoral. Era a visão do paraíso, mas eu não conseguia me focar.


"O que está fazendo?", perguntou com seu cenho franzido e desconfiado.

"Quero ir embora. Eu preciso.", minha voz tremia.

"Por que? Cassandra, o que houve?", retirou meu pulso da mala e se colocou entre nós.

A AmanteWhere stories live. Discover now