Capítulo 25 - Segundas intenções

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A ansiedade de Cassie corria seu corpo, bem como o mês seguinte. Sua agenda começava à voltar ao normal e, nela, se encaixava um pequeno show para a imprensa e um seleto grupo de fãs a fim de demonstrar o trabalho do seu álbum que sairia em um par de dias. A abordagem da gravadora, sabendo o caos em que a garota estava e a forma que evitava pessoas, era liberar um par de músicas para compra online até que chegasse esse momento de degustação do público de modo físico. Era dessa resposta que dependiam os próximos passos.

Apesar de contrariada, a garota aceitou a ajuda sufocante de Christopher, tentando limitá-lo à buscar e levar, como sempre fez, tanto para a faculdade quanto para a gravadora. Ela calculou bem para que Thomas não visse seu novo motorista-guardião particular e que isso não chegasse aos ouvidos de Adrian, perturbando seu tratamento. Tirando o poderoso moreno, todos a sua volta entendiam esse desfecho como um retorno de namoro.

Para seus superiores era interessante que ela se desvinculasse da imagem confusa de amante de um CEO e brilhasse apenas por ela mesma, com a história de superação que se vendia sozinha. Seattle queria vê-la nos ares e que isso, de alguma forma, fosse o pagamento pelo começo trágico de sua carreira.

Eles não imaginavam que a garota estava passando por mais pressão do que nunca e que sem Adrian e um conhecimento amplo, ela estava virando um fantoche de Nico. Aceitando ordens e confirmando abordagens de relações públicas como ele lhe jurava ser conveniente. A conveniência do momento era manter Christopher por perto, mais ainda do que nos últimos dias, para que o filme O Guarda Costas se projetasse na sua vida e nas páginas de revista — a mulher frágil que reencontrou forças no seu guarda costas que por sinal era seu ex-namorado. 

Ela estava lendo uma pequena matéria sobre uma insinuação de seu namoro em um portal local, em perfeita cara de descontentamento enquanto o carro encostava por trás do estabelecimento. Ali, se retirava mais uma lição sobre o mundo complexo dos famosos: quanto mais as pessoas te reconhecem, você deixa de entrar pela porta principal e não vê sua própria vida da mesma forma que a mesma é vendida para outros. 

O lugar, que se chamava The Crocodile não era muito grande, mas era melhor do que todos os outros que ela já teria tocado na vida. Haviam duas entradas, a principal para o bar, apenas, que tinha letras em dourado e preto, um tanto exótico para onde estava instalado aquele local. Virando o quarteirão, ficava a entrada oficial da casa de show, onde já haviam algumas pessoas na porta esperando para entrarem ou até mesmo por curiosidade em ver como estaria a morena após o trauma. Ela não via muito de onde estava, apenas algumas jovens encostadas à uma cerca de madeira que envolvia o começo do mesmo de forma rústica e diferente.


"Eu preciso que vocês me esperem aqui enquanto eu revisto o local.", alertou Christopher, olhando para o banco de trás, onde estavam Cassie e Nico.

"O que? Revistar?", Cassie desviou o olhar do celular, aprofundando sua expressão descontente e, agora, confusa.

"É o natural, querida. Ele precisa observar se seu camarim tem a infraestrutura necessária, se não há fãs escondidos, essas coisas...", Nico tocou seu joelho nu e levantou os ombros.

"Ele não vai encontrar nada demais lá. Eu nem sou famosa! Não podemos ir com ele, sem perder tempo?", perguntou, contrariada.

"Não! Eu vou na frente, Cassie. É a sua segurança.", abriu a porta do carro, sem deixar que ela respondesse.

"Ele tem razão... Não queremos outro King J na sua vida, não é?", Nico sorriu como se tivesse ganho uma batalha.


Cassie sentiu um arrepio que gelou sua espinha ao ouvir esse nome e apenas assentiu. Era claro que, dificilmente, alguém daquela máfia aparentemente extinta a procuraria de novo, já que o causador do seu sequestro trabalhava para ela e o cabeça do grupo permanecia atrás das grades, mas ela não conseguira pensar com tal clareza. 

A AmanteWhere stories live. Discover now