Capítulo 5 - A Festa

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Cassie desceu as escadas correndo, assustando-o um pouco. Ele se levantou, franzindo a testa, pronto para defendê-la do que fosse ou se justificar de algo que ele não sabia se tinha feito. Ela foi até ele, com seus olhos grandes, vivos e espertos, como se não tivesse muito tempo e precisasse vê-lo de perto antes que ele se dissolvesse. E de fato, ela não tinha todo o tempo do mundo para isso.


"O que houve? O que aconteceu no andar de cima?", ele perguntou.

"Nada aconteceu! Como você descobriu meu tamanho de roupa?"

"Que pergunta sem sentido é essa?", franziu a testa.

"Por favor, eu quero saber. Eu tive um dia de merda e eu quero saber por que me escolheu isso! Como escolheu? Você me achou gorda demais para as outras peças?", tinha os olhos fixos nos dele.

"Porra, lá vamos nós outra vez.", sentou no sofá. "Eu... Sei identificar o tamanho de uma mulher. Um homem deve ser especialista nisso. A perfeição gera a prática, Cassandra. Eu posso descobrir o número da sua lingerie sem que você fique nua para mim.", riu.

"Eu fiquei nua na sua frente! Ou de toalha, que é a mesma coisa.", fez uma cara de desapontamento.

"Quase a mesma coisa. Quase.", apontou. "E eu não te acho gorda. O fato é, Edward traz modelos, aqui. O tamanho delas é quase o dobro do seu, essa foi a melhor calça que encontrei."

"Então... Não me acha gorda?", soou aliviada.

"Eu não faço ideia do que andam dizendo para você ou se todas as mulheres são assim, donas de baixa estima, mas, por favor, gorda? Não, você não é! Eu toquei você, forte demais, eu sei exatamente onde seu corpo começa e termina. Agora, ser magra ou gorda como você diz, são apenas rótulos, é apenas uma força de expressão. Isso não importa."

"Eu sei, sei disso. Sei que eu devo estar contente comigo mesma...", respirou fundo, sentando do lado dele. "Mas eu ouvi coisas hoje e ver que nem todos os homens julgam assim, é bom."

"Querida, homens não possuem um filtro entre o cérebro e a fala. Nós somos diretos demais. Se algum homem te disse isso, bata nele. Ou me avise e eu trato de cuidar disso.", tocou-lhe a coxa.

"Você pretende me proteger mais uma vez, então?", sorriu, olhando a mão dele.

"Eu não sei por que ofereci essa ajuda, agora, francamente, mas eu não deixaria alguém menosprezar você assim, a troco de nada. Eu jamais disse isso a uma mulher, não fui criado assim."

"Como você foi criado, então?"

"Mulheres devem ser respeitadas. Elas geram vidas, mesmo sendo mais frágeis que nós. Elas sentem dores e desejos que nunca poderíamos entender. Você não deve se aproveitar de uma, a menos que ela queira.", sorriu.

"Adrian, de que conto de fadas você saiu? Eu nunca ouvi nada parecido com isso.", sorriu de volta.

"Eu não saí de um conto de fadas. Na verdade, minha vida não teve nada disso, nem um pouco.", levantou-se.

"Percebeu que eu não posso falar nada e você se irrita comigo? Eu quero saber de você!", exclamou.

"Não há nada para saber de mim! Tudo o que há para saber eu já disse ou está no Google. Vamos para a festa de uma vez."

"Não vai ter no Google a resposta do porque você me ajudou essa noite!"

"Eu ajudei você, porque você parecia frágil e descuidada, para mim. Eu não pude lidar com aquela imagem e estamos aqui. Pare de fazer o que faz com a minha cabeça. Por Deus!"

A AmanteWhere stories live. Discover now