Capítulo 7

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Fiquei muito assustada com o barulho da porta... Não fazia ideia de quem era. Aproximei-me, espiei pelo pequeno olho mágico e avistei... Tiffany? A amiga da Elisa esmurrava a porta com muita raiva. Avisei que abriria e a destranquei, virando a maçaneta em seguida. Assim que fiz isso, Tiffany entrou correndo, furiosa. Não entendia o motivo para tudo aquilo. A menina me encarava de um jeito muito assustador, e tentei ser paciente ao proferir as palavras a ela.

— Tiffany, por favor, sente-se. Por que está furiosa? Acalme-se.

— Como ousar pedir para eu me acalmar, sua criminosa? Você matou a minha melhor amiga!

— Nunca mataria a Elisa! Não sou uma criminosa, e você não deveria me acusar desse jeito. Como pode ter tanta certeza de que a matei? Não tenho motivo nenhum para ter feito isso. Se veio só para me acusar, sugiro que saia correndo deste quarto antes que comece a me estressar e leve você à força para o lado de fora.

— Olha como fala comigo, piranha! Não vou sair tão cedo daqui.

— Queridinha, falo como eu quiser. Aliás, você veio até aqui e me xingou de vadia abrasileirada. Quem você pensa que é? Você não é ninguém! Vaza do meu quarto antes que a leve para fora.

— Já avisei que não vou sair. E só disse a verdade, você é uma vadia que chegou aqui achando que é importante. Você nunca será importante. Deve ter matado a Elisa por inveja.

Tentei me controlar para não agredi-la no meu dormitório, mas foi em vão. Não consegui segurar a raiva. Estava vermelha, mesmo não me vendo no espelho, sabia disso porque meu rosto queimava. Respirei fundo, se não fizesse isso acabaria agredindo aquela vaca no meu quarto e ainda poderia sofrer consequências piores se a diretora soubesse.

— Quem cala consente, não é mesmo?

Simplesmente não aguentei. Quando percebi, já estava em cima da Tiffany, batendo em seu rosto e puxando seu cabelo. Estava tão nervosa que peguei a cabeça da menina e comecei a batê-la no chão. Ela me xingava muito, e retribuí, como sempre. Olhei furiosa para a garota caída no chão e falei:

— Você não é digna de uma resposta. Sei muito bem o que faço ou deixo de fazer. Nunca tive inveja da Elisa e nunca desejei a popularidade. Sempre fui uma garota invisível e sempre gostei de ser assim, então, não ouse falar merda para mim. Saia daqui antes que termine de destruir você. – Levantei-me de cima da garota e abaixei para pegar o cabelo dela, puxei-o, olhando furiosamente para ela.

— Irei, mas antes que eu saia... Quero dar mais um aviso. Afaste-se do Nicholas! Ele é meu, todos sabem o quanto gosto dele e até ele sabe disso. Fique longe do que é meu, garota. Ele é o garoto mais popular dessa escola e nunca vai querer você.

— Se ele é "seu" e nunca vai me querer, por que me beijou? Acho que só você gosta dele porque ele nem liga para a sua presença. Ele não tem dona, então não é seu, e pode até ser popular, mas gostou de mim. Não ligo para as suas ameaças e, agora que já deu seu aviso, pode ir embora. – Girei a maçaneta e abri a porta, esperando que Tiffany se retirasse, mas quando ela não o fez, aproximei-me e a puxei pelo cabelo novamente. — Você é cega e surda? Abri aquela porta para você sair por vontade "própria". Agora vaza desse corredor antes que eu chame alguém. – Bati a porta na cara dela e esperei, vigiando pelo olho mágico, que ela saísse do corredor.

Assim que Tiffany se afastou, deitei na cama e liberei um longo suspiro. Estava prestes a abrir os olhos quando ouvi mais uma batida na porta. Pensei que ela tivesse voltado para me irritar e abri furiosa.

— Não mandei você sair daqui, sua vadia? – Para a minha grande surpresa, não era ela.

— Oi? Como assim? Quem você mandou sair, Marina? – Olhei assustada para a pessoa à minha frente.

Nicholas?

A AcusadaWhere stories live. Discover now