A Casa ao Lado (Jungkook Long Story)

Capítulo Oito

Durante toda a viagem, você e Jungkook mal se falaram, a não ser talvez, durante algumas conversas monossilábicas, e já havia passado da hora do almoço e estava começando a escurecer. Não aguentando mais aquele silêncio e se deixando levar pela curiosidade você pergunta:

-Para onde estamos indo Jungkook?
Ele te olha por meio segundo antes de voltar sua atenção para a estrada e após soltar um longo suspiro disse:

-Você foi sincera comigo, nada mais justo do que eu ser com você.

Você espera pacientemente até que ele continua

-Minha família era muito parecida com a sua. Mãe, pai, irmão – ele fez uma pausa – E assim como a sua, eu também tinha uma péssima relação com meus pais. Não importava o quão bom eu e meu irmão éramos nunca era o suficiente. – Mais uma pausa – Lá pelos meus dezessete, dezoito anos eu decidi o que eu queria fazer e meus pais...

-O que você faz da vida? – Você o interrompe curiosa de repente.

Ele riu antes de responder

-Eu sou CEO de uma empresa. Mas é claro que naquela época eu não pensava em me tornar isso, na verdade eu queria ser advogado.

-Advogado? – Você repete surpresa e mais uma vez ele ri.

-Sim, eu posso não trabalhar na área, mas me formar em direito me ajudou muito para chegar onde estou hoje.
Você ficou em silêncio, não sabendo o que achar daquela afirmação, quando ele continuou

-Mas meus pais não aceitaram muito bem a minha escolha. Eles queriam que eu fosse médico e quando eu disse que não iria seguir esse caminho, eles surtaram, me colocaram para fora de casa. Se não fosse pela minha namorada na época eu teria morado na rua.

Namorada aquela palavra causou um certo desconforto em você.

-Ela me ajudou com tudo e eu me tornei um dos mais jovens a se formar. Eu comecei a trabalhar como consultor em uma empresa, prevendo os possíveis processos legais e como evita-los, só que eu fui crescendo e crescendo e me tornei o CEO de hoje.

-E seus pais? – Você perguntou lembrando o principal motivo dessa conversa.

-Ao descobrirem o meu sucesso eles tentaram uma reaproximação. Falsos, fingindo que nada tinha acontecido. – Ele disse e você pode ver os punhos dele fechando no volante.

-O que aconteceu? – Você perguntou, mesmo sabendo já a resposta.

-Eu os matei – ele disse sem se abalar – Meu irmão, entretanto suspeitou de mim e eu tive que mata-lo também.

-Ninguém suspeitou? – Você pergunta – Sua família inteira morta e só você vivo?

-Se suspeitaram, não havia como provar. Fiz parecer um acidente. – Ele disse sem tirar os olhos da estrada.

-Desculpa, mas nada disso explica para onde estamos indo. – Você disse confusa.

-Vamos visitar os seus pais – ele disse.

Nessa hora você gelou. Você não conseguiu emitir nenhum protesto, nada, só conseguiu ficar lá parada enquanto o carro seguia em alta velocidade.

Já era a noite quando vocês estacionaram enfrente a casa de seus pais, o choque ainda percorria seu corpo, mas você teve forças para perguntar

-Como você sabia que eles moravam aqui?

-Seu irmão me contou – ele disse antes de sair do carro.

Ele contornou o mesmo e parou para abrir a sua porta.