Capítulo 11 - Contratempo.

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Marco.

Estou de pé, ao lado dos membros da equipe, todos estão acorrentados pelas mãos. Olho o local. É uma sala espaçosa. Provavelmente, a central. Há molduras requintadas por toda parte, de fato, luxuosas. Nada surpreendente para o "padrão Elite". Celestia e Jass estão na nossa frente.
- Que desastre, não é mesmo Marco?. - Celestia provoca. - Você parecia tão determinado a ajudar um provável ponto de resistência... E agora, é meu prisioneiro.

- Parabéns. - Mantenho a expressão apática. - E agora? Vai expor a gente em praça pública?
- Jass, já sei de quem você puxou a arte de ser debochado. - Celestia ri, olhando para Jass, que se mantem concentrado em mim. - Mas não é uma má ideia sabe? Imagine... Todos vendo o fracasso que é a Void! Seus "líderes" sendo capturados!
- Se matar-nos, mais rebeldes virão. - Soha intervém. - Se você já tem dor de cabeça com a gente, imagine com um exército inteiro!
- Exército?! - Jass se desconcentra. - Contando piada agora Soha?! Você e eu sabemos que não há ninguém com vocês!
Por parte, Jass tem razão. Onde eu estava com a cabeça? Acabei arriscando a vida de todos os membros da equipe, e consequentemente, selei o destino dessa Guerra. Meus olhos estão inquietos. Os guardas da elite, saíram da sala, levando com eles, nosso armamento, ou parte dele. Tenho comigo duas pequenas granadas, estão no meu bolso direito. Consegui esconder elas antes que os guardas pegassem. Olho para o lado, meus companheiros também tem algumas surpresas guardadas. Só precisam de tempo.
- Jass, como você consegue aguentar essa velha? - Implico, tenho que ganhar tempo. - Ela sempre te manipula assim?
- Do que você está falando?! - Ele olha nos meus olhos. Vejo um vazio no seu olhar.
- É! A Celestia. Como ela conseguiu te convencer a servir a Elite?
- Foi bem fácil, afinal, ele foi abandonado por você, Marco! - Celestia se irrita.

Os meus combatentes entendem o que quero fazer, eles se preparam, aguardando meu sinal.

- Olha que irônico, foi salvo para ser manipulado! - Estou chegando ao limite. - Seria uma pena se isso acabasse... Agora!

Por um momento um silêncio perturbador pairou sobre a sala. Não durou muito, já que logo em seguida, sons de explosivos de todos os tipos, ecoaram por ela. O fato de estarmos acorrentados pelas mãos, não impossibilitou de reagirmos. Vejo Soha e Rigel se refugiando atrás de uma pilastra. Os demais membros das equipes, fizeram uma linha de frente. Avanço na direção de Celestia. Sou surpreendido por Jass. Ele não era tão rápido assim quando pertencia a Void... Ele agarra meus pulsos, seus olhos fixam-se nos meus, Jass mantém o olhar vazio, como se estivesse desprovido de toda essência que um dia, já possuiu. Percebo que, a chama que simboliza o brasão da Elite, está em evidência em sua vestimenta.

- O que fizeram com você? Irmão? - Não consigo acreditar ainda.
- Me fizeram forte. - Ele solta uma das mãos, e soca meu abdômen. Uma dor imaginável se espalha em meu corpo. - Me fizeram alguém importante. - Ele desfere mais um soco. - Me fizeram aquilo que você não é! - Um último soco, e eu não aguento a dor. Caio inconsciente no chão.

Sinto que meu corpo está sobre o chão gélido de uma sala. Tenho dificuldade em respirar, meu abdômen pulsa a cada segundo. Tento mexer os braços e as pernas. Nada, não tenho nenhuma sensação deles. Tento abrir meus olhos, outra tentativa em vão. Decido me concentrar em manter a respiração constante, o que já é um grande desafio.

- O que faremos com ele? - É a voz de Jass.

- A mesma coisa que fizemos com você. - Celestia fala isso com uma certa empolgação. - Aplicaremos o soro nele, mas desta vez, teremos 100% de controle
- E o nosso acordo?! - Jass parece se irritar.

- Calma, soldadinho. Você ainda poderá matá-lo. Assim que tudo acabar.

Emito um som, que nem sei ao certo o que foi.

- Olha quem decidiu acordar. - Ouço a voz e os passos de Celestia em minha direção. - Jass, pegue o seu amigo.

Sinto as mãos de Jass me erguendo pelos braços. Estou sendo carregado, não consigo abrir os olhos ainda. O cheiro do local me deixa mais tonto ainda. Uma fragrância forte se espalha pelo ar. Não consigo absorver muita informação, já que estou limitado ao meu ofato e parte do tato e um pouco da audição.

Os passos cessam. Sinto que estou sendo colocado em uma espécie de cama de laboratório.

- Amarre os braços e as pernas dele. - A voz de Celestia ecoa secamente.

- Isso não é necessário, não consigo nem respirar direito. - São as únicas palavras que conseguem sair da minha boca, quase se perdendo no ar.
- Logo logo você não sentirá nada. - Ela retruca.
- Você sentirá um leve formigamento. - Alguém aperta cintas em meus membros superiores e inferiores. - E depois agradecerá por termos pena de um verme como você

Sinto uma agulha furar minha pele, sobre meu braço direito. Um efeito cascata começa a se formar a partir daquele ponto, dominando todo meu corpo. Quero gritar, me debater, mas é como se todas minhas ações fossem inibidas por um agente celular. Sinto meu coração disparar, o sangue percorre cada parte do meu corpo. Minha mente entra em colapso. Por um instante, não consigo respirar. Acabo desmaiando.

Rebellion - 1° Ato #CPOWWhere stories live. Discover now