Tood

13 6 6
                                    

Eu havia ouvido seus passos indo embora pela brecha da porta, e aos poucos meu coração havia ficado apertado, eu havia ouvido tudo, e mesmo que eu quisesse com todas as forças não podia evitar sentir ciúmes, pela maneira como ela sempre o tratava, ela podia não ama-lo mas sempre se importaria o suficiente para me deixar desconfortável.

Estava tão distraído com meus próprios pensamentos que só me dei conta do que estava fazendo quando já andava pelos corredores claustrofobicos daquele hospital, me peguei liberto do transe apenas duas vezes, quando falei com uma enfermeira em busca de informações, e quando a encontrei, desacelerei o passo e a observei de longe.

Scarlet estava sentada numa das cadeiras de plástico azul, num corredor com várias portas, tinha os olhos inchados, a pele ainda mais pálida que o habitual, e o lábio ferido que indicava que ela voltará a arrancar a pelinha de lá com o dente, coisa que só fazia quando estava nervosa, seu cabelo tava um caos, e sua mão tremia entre as pernas aonde equilibrava um copo de plástico com café.

Eu a observei por algum tempo por trás da parede em que eu estava,
agora que via o mal que a havia que havia feito, me arrependia de não ter sido mais gentil, mais paciente, ela já estava passando por tanta coisa, e eu não me importei com nada além do fato que eu me sentia traído por ela embora não estivéssemos juntos.

Estava tão distraído pensando nisso que mal notei que Ana também estava ali, sentada ao seu lado, e que não só já havia me notado como me observava com curiosidade, fiz uma careta de desgosto e fiz um sinal com o dedo para que ela não falasse nada, ela apenas acendiu, ajustou a bolsa no ombro, murmurou algo pra Scarlett que eu não consegui ouvir, se levantou vindo na minha direção, por sorte Sky parecia tão distraída quanto eu, e mal notou quando Ana  veio até mim e susssurou no meu ouvido discretamente:

-É sua chance de fazer a coisa certa. -Ela falou em seguida sumindo nos corredores.

Não entendi o que ela quis dizer, o que exatamente seria a coisa certa a se fazer? Não sabia se podia apoia-la agora, ainda era tudo muito recente e eu ainda não conseguia controlar minhas emoções, não conseguia olha-la sem querer jogar na sua cara todo mal que ela havia me causado, parece que estávamos quites agora, percebi com ironia.

Eu não suportava a ideia de perde-la, mas como poderia perdoar isso? Quando ela quebrou meu coração em milhares de pedaços e pisou em cima sem se importar com as consequências? E mesmo que superassemos isso, como seria daqui a alguns meses quando nos formassemos?

Eu tinha planos de fazer tours pelas cidades próximas,e ela teria que começar a busca por uma faculdade, seus pais nunca iria aceitar que ela não fizesse uma, ou que resolvesse fazer parte de uma banda idiota e sair por ai em turnê pelo mundo.

Talvez eu estivesse sendo precipitado, ela ainda não havia me visto, eu devia ir embora, não seria justo com nenhum de nós dois insistir mais, por mais que eu a amasse com toda a força que ainda me restava.

Frustrado eu já voltava pelo corredor por onde entrei quando ouvi sua voz trêmula:

-Todd? -Frustrado me virei para ela e me aproximei com cautela. -O que está fazendo aqui? -Ela questionou surpresa jogando o resto do café no lixo.

Busquei em minha mente por alguma desculpa plausível, mas tudo que consegui foi fazer papel de idiota, então respondi com sinceridade:

-Eu não sei. -Digo me sentando ao seu lado, aonde Ana estava alguns minutos atrás. -Eu só queria te ver.

Ela me fitou com compaixão, mas não disse nada, também parecia estar incerta sobre o que dizer, talvez já não fossemos mais os mesmo, afinal nunca havíamos tido problemas em nós expressar pelo contrário, fazíamos isso muito bem, então do nada ela falou:

Incerto Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang