Incerto

Scarlet

-Ana?

Ouso a voz de Cameron mas tudo que consigo pensar é na conversa que tivemos a algum tempo atrás:

"Ela se chama Ana" ele havia tido meu coração acelera, Johnny ao meu lado coloca a mão no meu ombro.

-Você está bem? -Johnny perguntou realmente preocupado me encarando.

-Se você considerar estar prestes a ter um ataque de asma bem, sim eu estou ótima. -Falo lutando contra minha respiração.

-Cam. -Diz Anabela alegremente.

-Qual o problema? -Johnny subitamente tenso também sussurra para mim.

-Estou tentando descobrir. -Sussuro de volta um pouco mais calma.

-O que faz aqui? -Pergunta Fernando na defensiva me deixando mais nervosa ainda.

-Eu TRABALHO aqui Fernando. -Anabela diz dolorosamente gentil, enfatizando a palavra trabalho.

-Imaginei que sim. -Diz Cameron subitamente de mal humor.

-Então esses são seus pais....já nos conhecemos, querem contar de  onde rapazes? -Anabela pergunta num tom de  insolente que eu achei quase cínico.

-Não temos tempo. -Diz Fernando rapidamente sem pensar duas vezes.

-Você não sente falta de ter uma mãe Sky? -Ana pergunta inocentemente mas sábia que ela não esperava que eu entendesse estava provocando meus pais.

-Não posso sentir falta de algo que nunca tive.-Falo duramente cruzando os braços.

Ela se calou por um instante parecendo ressentida.

-Foi um prazer te ver. -Cameron diz apressadamente em seguida.

-Querida você tá bem? -Anabela me encara subitamente com os olhos arregalados.

Todos me encaram, droga! Vários chiados escapam da minha garganta....droga!

-Fernando ela tá tendo um ataque de asma. -Cameron comenta com a voz que ele usava quando estava prestes a entrar em desespero.

-Calma, Cam ela tá bem, cadê a bombinha? -Fernando diz vindo até mim.

Cameron tira uma bombinha que eu nem sabia que ele tinha do bolso, e a sacode.

-Des-de de qua-ndo ca-rrega isso aí? -Perguntei com a respiração arrastada, enquanto ele aproximava a bombinha da minha boca.

-Desde de que tinha sete anos, agora respire querida. -Cameron diz nervosamente.

Não pude deixar de me comover com sua resposta, aos sete anos foi quando tive meu primeiro ataque de asma, num parquinho, e meus pais me levaram para o hospital em completo desespero, desde então tem bombinhas de asma por toda a casa.

-Eu tô bem. -Digo soltando um chiado como que para provar o contrário.

Anabela e Johnny me encaram preocupados, mas Anabela tinha algo mais no olhar inquisidor, parecia comovida por meus pais serem tão atenciosos, e se eu bem estava certa sabia porque.

-Então...Ana você teve filhos? -Pergunta Fernando após ver que eu já respirava normalmente, enquanto esfregava minhas costas com a mão em um consolo fraternal.

E pela primeira vez todos a encaram curiosos assim como eu imagino, Johnny finalmente parecia tá percebendo a tensão no ar.

-Sim uma menina. -Ela diz para minha surpresa, cruzando os braços desconfortável.

-Ah que curioso. -Diz Cameron com sarcasmo percebi, a comendo viva com os olhos.

-Pai, podemos ir. -Peço me sentindo sobrecarregada de repente.