Scarlet

36 20 4
                                    

De alguma maneira acabamos no banco de trás do carro com Johnny sobre mim, ainda estávamos devidamente vestidos para o meu alívio, mas ele não parecia disposto a permanecer assim por muito tempo, enquanto sua boca espalhava beijos pela minha barriga exposta pela aquela bendita camisa, me fazendo cosquinhas em certos pontos, sua mão deslizava por baixo de minha blusa....e opa! Ele apalpou um lugar muito indevido, sorri entre seus lábios e lentamente fui afastando sua mão de minha cintura sem que ele se desse conta, a outra já alisava meus cabelos me deixando frustrada, fiz menção de me sentar, e só então ele parou de me beijar e colou a testa na minha:

-Qual o problema? -Johnny perguntou com os olhos azuis complementamente penetrados nos meus, e uma das mãos firme em minha cocha, porque eu não tinha vindo de calça jeans?

-Eu nunca fiz isso antes. -Comento sem graça, alisando os cabelos com as mãos.

-Não precisamos fazer senão quiser. -Johnny diz compreensivo, lambendo a pontinha do meu nariz.

-Desculpa mais eu não quero, não aqui. -Falo constrangida embora eu quisesse continuar o beijando, ainda me assustava o que vinha depois.

Meu corpo todo o desejava mas por mais estranho que pareça eu tinha a sensação de estar fazendo algo errado, eu não havia me entregado a Tood que conhecia a anos, não ia fazer isso com um garoto que conhecia a poucos dias.

-Tudo bem. -Johnny responde um tanto frustrado mas afastando as mãos de mim.

-Ei não fica chateado. -Peço alisando seu braço forte com minha mão hesitante.

-Não eu...não estou. -Johnny garante e segura meu rosto carinhosamente, pousando um beijo leve em meus lábios.

-Já está tarde, é melhor voltarmos. -Diz Johnny conferindo o relógio de pulso.

-Não podemos dormi aqui e voltar de manhã? -Peço estava muito cansada e apostava que ele também.

-Tudo bem, mas não será muito confortável dividir o banco de trás de um carro. -Ele avisa sorrindo torto.

-Imaginei que não fosse, mas se você prometer não roncar, eu prometo que não te chuto para o chão do carro. -Comento afim de aliviar o clima.

Funcionou ele sorri ainda que timidamente, Johnny se deitou de lado com a cabeça apoiada em um dos braços dobrados, eu fiz o mesmo e colei minhas costa em seu abdomem, e o senti ficar tenso imediatamente.

-Se não quer que eu arranque suas roupas escandalosamente curtas, não pode deitar tão perto de mim. -Johnny brinca mas sua voz estava tensa quando ele pousa a mão em volta da minha cintura.

Sorri descaradamente, e virei meu corpo de maneira que eu ficasse de frente para ele.

-Melhor? -Zombo.

Ele não responde apenas sorri, e beija minha testa estantes antes de eu adormecer.

Na manhã seguinte eu tinha noção de o quanto estava encrencada, acordei com meu celular tocando e percebi com desespero que não era a primeira vez, olhei rapidamente para o relógio antes de atender e quase bato a cabeça no teto do carro tão rápido que levantei, já eram quase dez da manhã!! Deslizei o dedo pela tela e atendi o celular.

Eu:Oi pai!

Ao ouvir minha voz Johnny desperta contorcendo o rosto pela iluminação, e ao conferi o relógio levanta bruscamente atingindo a cabeça no teto do carro com um estrondo, ele faz uma careta e esfrega o topo da cabeça na qual atingiu.

Fernando:Graças a Deus! Aonde você está mocinha, acabamos de chegar na sua escola e ninguém te viu por aqui.

Eu:Desculpa pai, depois do show de ontem ficou um pouco tarde para ir pra escola.

Fernando: SCARLET VELARC aonde você está?

Me arrepio ao ouvir sua voz zangada, Fernando quase nunca ficava com raiva.

Eu:Tô indo pra aí.

Fernando:Scarlet!

Eu:Também tem amo pai! Tchau.

E desligo rapidamente olhando com completo espanto para Johnny que já se espremia para passar pelo espaço entre os acentos e voltar para o banco do motorista.

-Ontem pareceu tão fácil. -Johnny resmunga quando finalmente consegue passar.

-Eu tô completamente ferrada. -Declaro.

-Pensando bem acho que posso conhecer seus pais em outra ocasião. -Johnny brinca ligando o carro.

-Ah não se meus pais vão ficar zangados comigo vou jogar a culpa em você. -Esclareço passando facilmente pelo espaço entre os acentos.

-O que é completamente injusto já que eu tentei te levar de volta como todo bom cavalheiro. -Johnny brinca revirando os olhos.

-Você já viu dois gays com raiva? -Perguntei num tom provocante.

-Não. -Johnny responde confuso.

-Vai ver hoje. -Comento enquanto ele começa a movimentar o carro.

Chegamos alguns minutos depois, a culpa evidente em nossos rostos, e não ajudou muito o fato de bem naquele momento Johnny resolver tirar as pontas da sua blusa que havia entrado dentro das calças, meus pais estavam na entrada e nos fugilaram com o olhar até nós aproximarmos.

-Ah mocinha você tá encrencada! -Diz Fernando descruzando os braços.

-Eu sei que eles estão falando sério quando me chamam de "mocinha". -Sussurro para Johnny.

-Quem é o garoto? -Cameron pergunta na defensiva.

-Meu namorado? -Falei mas saiu mais como uma pergunta do que como uma afirmação.

-Ah que bom saber, você passou a noite fora com seu NAMORADO, que até então nem sabíamos que existia. -Cameron diz furioso.

-Na verdade.... -Tento explicar.

-Não me interrompa mocinha! -Cameron diz embora já tivesse acabado de falar.

-Eu... -Johnny tenta falar mas muda de ideia ao receber um olhar fuzilante de  Cameron.

-Não posso acreditar que fez isso! -Diz Fernando decepcionado.

-Eu não fiz nada juro! Dormimos no carro. -Justifico.

-Ah que ótimo foi num carro. -Cameron diz chocado.

Reviro os olhos será que ele tava mesmo me ouvindo?

-Pai não houve nada entre nós ok? -Perguntei.

-Graça a Deus! -Diz Fernando me abraçando.

E seguro Johnny que tentava fugir dali disfarçadamente pela blusa, o fazendo suspirar frustrado, mas de repente o ar pareceu tenso e vi Cameron olhar fixamente para um dos cantos do lugar, seus olhos se arregalaram, Fernando me soltou e seguiu seu olhar a essa altura minha professora de biologia Anabela já estava praticamente a nossa frente, seus olhos avaliaram meus pais mas ela não pareceu surpresa como eles embora ela definitivamente estivesse os encarando com reconhecimento e até uma cumplicidade.

Incerto Where stories live. Discover now