"Red" - Harry Styles

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" Everybody needs inspiration
Everybody needs a song
A beautiful melody
When the night's so long
Cause there is no guarantee
That this life is easy "

Levantei-me do pequeno e velho sofá acastanhado e coloquei mais um pedaço de lenha na lareira de pedra, que já nela fogo tinha á algum tempo. Depressa aquele pequeno tronco foi coberto pelas chamas voltando o calor á sala de estar onde me encontrava. Sentei-me novamente no sofá desconfortavel a pensar nesta louca semana que passou... Um momento arrancou a felicidade que havia nesta casa, agora tristeza pairava no ar assim como medo. Levantei a cabeça de modo a conseguir olhar para todos os cantos da sala e foi isso que eu fiz... Continuava tudo igual, tudo no mesmo sítio, até mesmo as cartas com as contas que temos para pagar ainda estavam no lugar. As lágrimas começaram-se a formar nos meus olhos castanhos, agora sem vida, mas eu tinha que ser forte, eu prometi. O meu olhar pairou sobre aquela porta tão temida da minha infancia. Será que algum dia vou entrar naquela misteriosa divisão e finalmente descobrir os segredos que ela esconde. 

- Mãe?... 

Ela olhou-me com os seus olhos azuis, que estavam rodeados de vermelho e com água neles, como se fosse chorar em algum momento. Engoli em seco e baixei a cabeça por segundos, voltando depois a olhar para ela. O seu olhar transmitia-me força e isso era uma coisa que eu admirava nela... Ela sempre foi tão forte e agora estava mais frágil que um diamante. Tinha medo de falar partir aquele diamante por isso permaneci calada sem nada dizer... 

- Filha... - Ela ainda me olhava com aqueles olhos lindos. - Fala comigo, não tenhas medo.

- Mãe, será que algum dia eu vou entrar no escritório? - Disse quase inaudivel mas tenho a certeza que ela ouviu perfeitamente. 

-Filha, é complicado. 

Baixei a cabeça. O que é que há ali que seja prejudicial para mim, para eu ver, sempre me esconderam aquela parte da casa que no fundo me faz sentir mal. Eu tenho o direito de saber tudo o que aquele grande homem me deixou. Será que a minha mãe chegou a entrar lá, ou também não...

- O que é que existe lá que eu não posso ver? - Perguntei curiosa.

- O teu pai nunca quis que lá estivesse-mos mas penso que é um escritório típico. - Ela disse um pouco farta da conversa.

Tinha tantas mais perguntas para fazer mas sei que estámos muito frágeis, é tudo muito recente. E ela iria discutir comigo e isso era tudo o que eu menos queria neste momento. A minha mãe era o meu único apoio e eu, eu amava-a. Fechei os olhos de maneira a todos os meus pensamentos ficarem organizados... Um telemóvel começou a tocar, o tão conhecido toque dos iphones e a minha mãe correu para o atender. Ia ouvindo algumas partes da conversa,mas não perceia nada por isso decidi ignorar... Estava quase a adormecer no pequeno sofá quando ouvi alguém fungar. Abri os olhos instantaneamente e vi minha mãe no chão sentada a chorar compulsivamente, corri até ela e ajoalhei-me ao seu pé e abracei-a. Estivemos ali durante algum tempo... Depois ela silenciosamente foi para o seu quarto deixando-me ali confusa. Decidi ignorar e ir para o meu quarto também. Subi aquelas grandes escadas e após entrar na minha divisão atirei-me para a minha cama e em segundos um resumo da minha semana tomou conta de mim.

"Segunda-feira. Tudo estava a aparentar ser um típico dia da semana... Um típico dia do décimo segundo ano. Mas não o foi! Estava a ter aula de matemática, minha disciplina favorita, recebi um telefonema da minha mãe mas desliguei. Pensava que ela queria falar comigo à cerca de quem me ia buscar, ou dizer uma coisa do género por isso ignorei, até receber uma mensagem a dizer que era urgente. Pedi á Miss Nesbitt, minha professora de matemática, para sair da sala e assim o fiz. Liguei á minha  e esta apenas me disse que eu tinha que me ir embora rapidamente... A sua voz estava muito frágil como se ela estivesse tado a chorar e fez com que tivesse um aperto  no coração. Corri para a saída e ela estava ali de braços abertos, ignorei esse facto nunca fui muito de afetos, mas após ela me ter dito que o meu pai tinha falecido eu chorei, como nunca o tinha feito. Senti raiva, tristeza, medo, como se agora estive-se sozinha... Mas naquele momento fiz uma promessa para o bem da minha mãe: vou ter de ser forte!"

Estava lavada em lágrimas. Pensar nisto não me fez nada bem... Prometi que tinha de ser forte e cá estou a lamentar todo o sucedido. Tiraram-me o homem mais precioso da minha vida, o único que me apoiava... aquela pessoa que me mostrou o mundo, aquele que me fez ser uma rapariga determinada, aquele que fez com que eu acreditasse no amor e na felicidade. Tiraram-me o meu super-homem! Não estou a conseguir aguentar com esta dor, com este peso na consciência. 

- Eu amo-te, pai! - Sussurei, caindo depois num sono profundo. 

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Espero que gostem! 

 

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