three ↝ welcome to your life.

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Quinn abriu um sorriso ao perceber que Rachel estava assustada pela presença da menina com cabelos cor-de-rosa. Berry tentou parecer mais segura e confiante, uma tarefa um pouco complicada.
— Você é Tina Cohen Chang? A garota que vai fazer o Cisne? — Quinn cruzou os braços e serrou os olhos. Rachel olhou para o lado, e agora tinha raiva em sua expressão. Quem dera.
— Não. Meu nome é Rach... — A timidez de Rachel acabou rapidamente, mas ela foi interrompida antes que pudesse terminar o próprio nome.
— Bom, se você não é o Cisne, de fato, não me interessa. — Rachel franziu as sobrancelhas. Ela veio de Ohio, um lugar onde todos se conheciam e eram simpáticos um com o outro. Agora, em New York, ela vinha a se acostumar com a grosseria constante das pessoas, seja onde ela estivesse.
Berry cruzou os braços e sentou-se na arquibancada de madeira. Ela se sentou no banco mais alto enquanto Quinn colocava um disco para tocar perto da caixa de som. Uma música, que não era clássica, começou a tocar. Quinn fez um coque desajeitado com o pouco de cabelo cor-de-rosa que conseguiu, já que ele era curto. Ela prendeu com um elástico e alguns fios soltaram-se do coque.
Fabray ajeitou o coolant dela e puxou sua sapatilha de pontas da bolsa. Fez um alongamento básico, e Rachel, apenas fingia ignorar. Quinn passou a série de foutté que podiam ser chamados de perfeitos. Precisão perfeita. Equilíbrio exatamente divido entre as pernas, e a força que apenas o pé de Quinn conseguia exercer ela surpreendente. Rachel pensou em aplaudir, mas o ditado dela era: "Os aplausos devem serem direcionados para você. Caso contrário, estão diminuindo seu talento".
  — Bom dia, Berry e Fabray. Já estão se alongando? — Shelby Corcoran entrou com um sorriso simpático. A última vez que ela e Rachel conversaram, Berry chorou pelo resto do dia.    
   Logo atrás dela, uma garota baixinha e japonesa entrou na sala. Ela abriu um sorriso gentil e Rachel lançou um olhar terrível para ela.
  A sala foi lotando e em menos de dez minutos, pelo menos 30 bailarinos já estavam paparicando e babando por Tina Cohen Chang. Rachel sentou-se no lugar mais isolado possível enquanto falava sobre os dedos que eram meio tortos de Tina.
  — Ok, chega de puxa saco. Tina, já sabe o repertório? — Fabray caminhou pelas arquibancadas de madeira e parou quando chegou perto dela. Chang fez que sim com a cabeça e então desceu, indo para o centro da sala. — Quero que você sinta a dor do cisne. Sinta o ódio e a dor passando por todo seu corpo. Você é uma bailarina, não um robô. Sinta a dança.
  Tina não respondeu, mas não era atoa. Ela era exatamente o oposto do que Quinn pediu: ela era um robô programado para dançar sem emoção alguma.
  — Pare, pare! — Quinn gritou nos primeiros minutos da dança, quando Tina estava prestes a saltar. O pianista, Brad, parou de tocar a música e todos os bailarinos olharam para ela, esperando algo. Todos queriam um belo de um drama. — Tina, seja sincera. Você acha que consegue? Estamos falando de você dançar na melhor academia de ballet dos EUA. Estamos falando de você se apresentar para mais pessoas do que você pode contar, e eu sei que você pode contar até números altíssimos. — Quinn abriu um sorrisinho irônico e Rachel sorriu. Ela adorava quando os professores faziam seus alunos se perguntarem se era ou não capazes de tal ato.
  Shelby, desviava o olhar, como se estivesse com vergonha de ter escolhido uma bailarina não tão boa.
  Ela demorou para responder, mas seus olhos se encheram de lágrimas. Tina Cohen-Chang iria chorar. Novidade.
  — Eu posso tentar.
  — Eu não quero ouvir um 'posso'. Quero ter certeza que você vai dedicar cada nervo do seu corpo, que vai praticar dia e noite para se tornar a melhor bailarina que qualquer lugar já viu. Quero que toda sua vida baseie-se nesse papel, que você se torne esse papel. Quero expressões durante a dança, quero sentimentos, energia! — Quinn deu um passo a frente de Tina, de modo ameaçador. — Eu quero uma estrela. — Rachel voltou seu olhar para Quinn pela palavra 'estrela'. — Você é isso ou pelo menos será uma?
  — Não sei... — Tina cruzou os braços e todos os bailarinos ficaram chocados.
  — Então, Tina, sinto muito. Você terá um papel, mas não o cisne. — Quinn encarou Tina que, para nenhuma surpresa, se jogou em lágrimas. Ela enxugou os olhos e Fabray ignorou, como se fosse uma criança que queria um doce. Mike Chang não demorou muito para ir segui-la e dizer as palavras cafonas de namorado que Quinn, por sinal, detestava.
  Shelby lançou um olhar de reprovação para Quinn, apesar de, claramente, se sentir um pouco envergonhada pela apresentação de Tina.
  Fabray não respondeu ao olhar de Shelby. Ela passou os olhos na arquibancada procurando o rosto familiar que cantara Don't Rain On My Parade. Aquilo, ela devia admitir, foi incrível. A menina sentiu a música, ela usou a música a favor das suas emoções e fez com que Quinn sentisse a música.
  Mas ela finalmente encontrou Berry entre os bailarinos.
  — Você. Venha aqui. — Quinn apontou para ela e fez um sinal com as mãos para que se aproximasse. Rachel saiu da arquibancada lentamente e desceu até perto de Fabray. Ela escondeu suas mãos atrás do corpo, com medo, e esperou a garota de cabelos cor-de-rosa falar. — O que você fez mais cedo, o lance do Don't Rain On My Parade. Quero que repita! Mas agora, com a dança.
— Eu não entendi.
— Quero ver você dançando o repertório do cisne branco. Agora. — Berry arrealou os olhos e não respondeu. Quinn deu de ombros e encarou Brad de forma que ele já soubesse que música deveria tocar.

Rachel tentou dizer alguma coisa, mas o pianista não esperou nem um minuto e começou a tocar a introdução da música. Berry tinha uns 5 segundos para se concentrar antes de começar a dançar, e assim fez. Os cinco segundos seguintes.
Os cinco segundos seguintes era uma coisa exclusivamente de Rachel Barbra Berry. Surgiu quando sua professora de ballet disse a turma, aos doze anos, que dança é sobre emoções. Dança transmite sentimentos, e a função do bailarino é exatamente essa. Encontrar pequenos fragmentos de memórias que faziam a sentir tal sentimento.
Quando a dança era sobre dor, Rachel reunia seus pequenos cinco segundos. Claro, que aos cinco anos, o sofrimento de Berry se resumia em coisas bobas. Mas o sofrimento evoluiu, assim como a dança dela.
Parecia que ela tinha dançado o repertório inteiro em segundos. Quando se deu conta, estava na pose final e Quinn a encarava. Não de um jeito ruim.
— Meh. — Quinn disse, como se quisesse dizer que foi mais ou menos. Shelby se levantou.
— Rachel, não me leve a mal. Você é uma dançarina muito boa. Ótima, até. — Berry segurou um sorriso de vitória. — Mas você não tem um cisne negro. Você pode até ter o cisne branco, pode ser perfeita nesse papel. Mas preciso de alguém que seja nos dois.
— E por isso escolheu a Tina? — Finalmente, Rachel falou. Os bailarinos sentados na arquibancada não tiravam os olhos da 'discussão' nem por um sequer momento.
— Tina pode ser boa. Ela precisa de ajuda, apenas isso. — Shelby explica e encara Quinn.
— E porque não podemos ajudar a Rachel? — Fabray fala. Shelby desvia o olhar, reprovando-a. Rachel, por sua vez, começa a prestar atenção em Quinn Fabray. Ela claramente não se parecia com o tipo de pessoa que ajudava bailarinos a se tornaram melhores. — Faremos um acordo: você acha alguém para treinar a asiática, eu treino o RuPaul. — Rachel encarou Fabray com uma cara feia pelo apelido. — Ambas se apresentam semana que vem e você escolhe.
— Acha que consegue mudar ela, Fabray? — Shelby cruza os braços.
— Não. Mas eu adoraria tentar.

N/A: Sim, eu sei. Deveria ter atualizado á umas duas semanas. ME DESCULPEM! Tive um bloqueio terrível de criatividade, então tivemos esse capítulo meio meh, como disse a Quinn. Espero que tenham gostado! <3

i pick my poison; faberry au.Where stories live. Discover now