Filha do Chefe

Capítulo 16

[...]

Juan.

Se passaram uma semana e meia, eu tenho ido ver a Helena no hospital, mas só quando ela está dormindo, a mãe dela chegou e parece que vai levá-la de volta para São Paulo, alegou que João não sabe cuidar da própria filha. Eu não gostei muito da mulher. 

Estou trabalhando ainda para João, mas agora pilóto, um pouco mais perigoso do que cuidar da filha do chefe, mas é o que tem. 

Helena sai hoje do Hospital...mas não faz diferença, ela não quer me ver. 

Helena. 

Cheguei em casa, estava tudo vazio, então João me disse que tinha uma surpresa. Me levou até a casa nova, que estava pronta, do jeito que eu havia pensado. 

João - Mandei apurar as coisas, queria que tivesse tudo pronto quando você chegasse. - sorrio. 

Eu - Tá ótimo. - giro olhando ao redor. 

João - O que acha de chamar o Juan pra ver? Ele ajudou não é?! 

Eu - Não quero ver o Juan. - digo. 

João - Por que? 

Eu - Só não quero. 

João - É estranho porque ele foi...- o interrompo.

Eu - João! Não quero vê-lo. - ele assente. 

João - Sua mãe vai vir ai mais tarde. Ela quer te levar pra São Paulo de volta. - diz um pouco triste - Você quer ir? 

Eu - Eu...não sei...- digo fraco. 

João - Helena, você é livre pra fazer o que quiser. Se quiser ir, eu vou entender, espero que não se prenda por minha causa. Afinal, você pode voltar quando quiser. Seu quarto vai estar lá, do jeito que você deixar e as portas de casa estarão sempre abertas pra você. 

Eu - Assinto, com os olhos marejados.

[...]

Dois meses depois...

Helena.

Desço as escadas do colégio ao lado de Catarina, sorrio com nossa conversa. Estou estudando novamente, voltei para São Paulo. Estou bem e combinei de passar as próximas féria no Rio, com meu pai. 

Entramos no refeitório e pegamos nosso lanche. Me afastei dos meus antigos amigos, eles não me procuraram, por esse tempo todo. Mudei de escola, conheci Catarina. Ela é loira, olhos castanhos, inteligente, bem inteligente. Um ano mais nova que eu, porém estuda na mesma sala que eu. 

Estamos conversando sobre algo aleatório, quando meu celular toca. O nome de meu pai estampado na tela, atendo, estranhando o horário da ligação. 

Eu - Oi. 

Pai - Oi filha... - parece aflito.

Eu - Tudo bem pai? - pergunto preocupada. 

Pai - Tudo. Quero dizer que eu te amo. 

Eu - Está tudo bem mesmo? 

Pai - Sim Helena. 

Eu - Parece que você está se despedindo pai...

Pai - Eu vou fazer uma coisa hoje, um pouco errada, - minha garganta seca - talvez eu me machuque, ou não ligue por um tempo, mas eu estou bem, quero que você não se preocupe. 

Eu - O que você vai fazer? 

Pai - Não posso te falar. Só confie em mim. Te amo. 

Eu - Pa... - ele desliga - eu também te amo. - sussurro. 

O dia passou rápido. Chego em casa e subo para meu quarto, pego meus cadernos para fazer as lições, ligo a televisão para não ficar tão em silêncio, está num canal de notícias, me alerto quando falam o nome de meu pai. 

"Em um conflito entre as comunidades rivais do Rio de Janeiro hoje, muitas pessoas ficaram feridas, os números ainda não foram confirmados, porém foi confirmada a causa da invasão. João Pedro Guerra, conhecido como "JP", atual chefe e suposto dono do morro, organizou a invasão do morro de Nicolas Horio, conhecido como "Nico", que assumiu o morro próximo á "JP", mês passado, ao que tudo indica, a invasão ao morro de "Nico" hoje, foi um contra-ataque, pois "Nico" invadiu o morro de "JP" a duas semanas, atacando a comunidade e destruindo casas. "Nico" e "JP" não se feriram, porém quinze homens estão no hospital, sendo sete da comunidade de "JP" e oito da comunidade de "Nico"."

Me desespero, corro para o  celular. 

João - Oi Helena...

Eu - Você está bem? - pergunto rápido. 

João - Estou filha. - sinto um alívio - Mas o Juan...

Eu - Pai, eu não quero saber do Juan okay? Eu estou bem sem ele, não quero ter notícias dele. Só queria saber se estava bem.

João - Eu estou...não precisa sepreocupar comigo. 

Eu - Okay. Beijo e eu também te amo. 

João - Tchau filha.

Desligo o celular. 

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O que vocês acham que aconteceu com o Juan???