Cap 1- Annabelle (Apresentações)

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Nada pra mim nunca foi fácil, perder os pais com 4 anos e não ter nem um parente foi difícil pra mim e pra minha irmã Alisson, apesar de ser só 2 anos mais velha que eu, ela sempre foi meu porto seguro, era sempre ela que me animava e me abraçava nos momentos de solidão.
Quando finalmente saímos do orfanato a vida de sonhos nos esperava aqui fora, era tudo tão distinto do que pensávamos...
Dentro do orfanato estudamos e tivemos um teto e comida sempre, mas amor... Esse eu dava para Alisson e ela para mim.
Arrumamos emprego em uma lanchonete e logo conseguimos alugar um pequeno apartamento em uma das áreas mais humildes de New York, mas era onde conseguiamos pagar a moradia e os gastos dá nossa faculdade.
Ela começou a fazer administração, já eu comecei a fazer direito, e logo nossas vidas se encaminhavam.
Eu sempre fui a mais retraída, já Alisson sempre foi a espontânea, o que levou ela a arrumar um namorado de rápido.

Lembro como se fosse ontem de quando ela chegou em casa chorando e dizendo que viu seu namorado a traindo, eu como sou muito ligada a ela dei forças e aos poucos ela foi melhorando e voltando a rotina normal, mas então um enjôo fez sentido a tudo. Uma gravidez, o pior era que o pai era um canalha, e por isso tudo que eu disse não mudaria em nada, ela não contaria que estava grávida para o pai da criança.
Aí que as coisas começaram a apertar, não tínhamos dinheiro suficiente pra cuidar de 3 pessoas, e por esse motivo ela trancou a faculdade usando o dinheiro da mesma para comprar suas vitaminas e as coisas de que um bebê precisava.
Com 5 meses veio a notícia, ela teria uma menina, eu seria tia de uma menininha, apesar da dificuldade estávamos muito felizes.
Alisson não sabia o nome que daria para a pequena, e eu sugeri "Angel" do qual ela amou.
Com nove meses nossa menininha nasceu, pesava 3,300 kg, a bebê mais linda e rechunchuda que já vie, nossa Angel.
O tempo passava e nos desdobravamos em 5, Allison trabalhava de manhã e eu ficava com a pequena, e a tarde era a vez dela cuidar e eu trabalhar, e a noite ela ficava com ela e eu ia para faculdade.
Ficamos assim durante um ano, as vezes o aperto chegava, mas dávamos um jeito e nos animavamos a cada sorriso que Angel nos dava, sempre tão feliz, risonha... Mal sabia ela em que família torta ela foi parar.

Notava Alisson abatida, a cada dia mais recaída, mas sempre achavamos que era apenas uma gripe. Ela foi piorando ao decorrer do tempo, até em uma noite eu a encontrar prostrada na cama.
O médico disse que ela estava com uma pneumonia, dá qual já estava avançada, de forma que pegou parte de seu pulmão, ele foi sincero em dizer que não sabia se ela sobreviveria perante aquilo.
3 dias depois eu estava com ela, ao lado dela, ela estava tão serena e só pedia pra eu cuidar da Angel, mas eu tentava ser forte e dizia "você vai cuidar dela pessoalmente", mas infelizmente minhas palavras não adiantaram de nada, e então ela se foi...Calma, tranquila...

Após sua morte a justiça entregou a guarda de Angel nas minhas mãos, não por opção, mas sim por eu ser sua única parente.
Eu chorava, eu chorava dia e noite, a única pessoa que me segurava no mundo havia partido. Minha amiga Brenda me ajudou muito nesse período, ela que cuidava de Angel.
Mas chegou um dia que eu percebi que eu tinha que lutar por ela, ser alguém na vida por era, e assim construímos nossa nova vida sem a irmã e mãe Alisson.

Brenda ia visitar a gente com sua mãe no orfanato, e por isso sempre foi minha amiga, quando cresceu ela foi morar em uma república, mas como eu precisava de ajuda ela começou a dividir o apartamento comigo me ajudando a cuidar dá pequena.

E hoje estou aqui, tenho 23 anos, com cabelos cor de Mel, e olhos também dá cor mel. Minha vida se tornou 3 coisas, cuidar dá Angel, estudar e trabalhar. Agora eu estou no último ano dá faculdade de direito.
Angel e a razão deu ainda viver, cada vez que ouço sua gargalhada e vejo seu sorriso minha alma se enche de alegria, ela é uma menina tão meiga, tão carinhosa e tão esperta pra quem tem apenas 3 anos.

-Mamãe, tô com fomi-Ela entra na cozinha enquanto eu faço a macarronada.

-Ja está quase pronto meu amor, o que acha de lavar as mãos pra comer?.-Pergunto sorrindo pra ela.

Ela assente, sorri e sai correndo pro banheiro.

Assim que ela começou a falar, me chamava de mãe, eu não quis a privar de ter uma mãe, porque pra ela eu sou isso, e pra mim ela é minha filha, e então ficamos assim ela é minha filha e eu sua mãe. Nunca deixo ela esquecer que ela tem a "mamãe Alisson", dá qual vigia ela do céu, ela tem uma foto dela ao lado de sua caminha, e todas as noites ela conversa com a foto e a beija dizendo "Boa noite mamãe Allison".

-Voltei.-diz entrando na cozinha.

-Entao senta filha que vou colocar seu prato.

Coloco a comida em sua frente e ela começa a comer desesperadamente.

-Vai com calma Angel, se alguém ver vai pensar que eu deixo você passar fome.-digo rindo.

-Mas tô com fomi.-diz com seu jeito fofo e com a boca cheia.

-O que eu disse? Sem falar com a boca cheia.

-Ta bom, dicupa.-diz voltando a comer.

-Que história é essa de comer e não me chamaram?.-Diz Brenda entrando na cozinha fazendo seu escândalo como sempre rsrsrs.

-chenta titia.

-Vou mesmo.-diz apertando as bochechas de Angel e se sentando.

Coloco um prato pra ela e outro pra mim, me sento e começo a comer rápido, pensando que daqui a pouco terei de ir pra loja dá qual eu trabalho de vendedora.

E assim vou levando a vida...

"Da Tragédia Ao Amor"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora