SEVEN.

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          Boggs me acorda pela manhã dizendo que precisa fazer uma viagem de urgência. Acordo de supetão e pilhada pelo fato de ele estar longe.

— O que é de tão urgente? — pergunto, já sentada na cama.

          Boggs abotoava a camisa se olhando no espelho do meu quarto e respondeu:

— Tem um investidor que está interessado em fazer integração comigo. Mas para termos confiança um no outro, preciso conhece-lo, é claro — ele diz, seu sorriso refletindo no espelho.

— Ele não poderia vir pra cá já que é ele que está interessado?

— Foi exatamente o que eu sugeri, minha querida Primeira Dama. Mas ele é um dos mafiosos mais procurados de todo país. Se ele ousar ir pra fora de sua fortaleza, ele é enquadrado.

Franzi a testa.

— Ah, tem uma coisa que quero te perguntar já tem um tempo — disse ao terminar de ajeitar a camisa e virar para me encarar.

— O que?

— O que tem entre você e Backer? — ele franziu a testa.

Meu coração bateu forte contra meu peito.

— Como assim "entre eu e Backer"?

Dando de ombros, ele voltou a se olhar no espelho.

— Fiquei sabendo de alguns rumores de que foram vistos conversando.

— E esses rumores você quer dizer as Damas, os seus comparsas ou os dois? — falei com a voz fria.

Boggs olhou para mim novamente e aproximou, ficando de frente para mim.

— Independente de onde veio a informação, Uriah, você é minha. Minha Dama.

Levantando da cama, mesmo sabendo da diferença de altura, eu empinei o queixo:

— Isso não faz de mim sua propriedade, Boggs.

Boggs gargalhou.

— Já que estamos falando de rumores, vamos falar dos seus — continuei com o tom de voz. — Ia me contar que está ficando com outras?

Sua face ficou séria.

— Quem contou isso pra você?

— Não precisei de rumores pra saber, Boggs, eu simplesmente vi você beijar outra bem na minha frente.

Ele parecia surpreso, Boggs não tentou desviar nem mesmo se defendeu. Ficando, provavelmente vermelha, com raiva, disse:

— Você me magoou aquela noite. Muito.

Boggs tentou aproximar e dizer algo, mas levantei a mão para ele e o impedi de falar algo.

— Não quero um pedido de desculpas ou ouvir qualquer outra coisa que você tenha a dizer. Sei que você tem um trabalho a zelar, pessoas pra comandar e investidores ao redor do mundo — falei. — Eu amo você, Boggs, mas acho que não vou me adaptar nessa coisa de você ficar com uma e outra. Fui eleita a Primeira Dama por uma razão: ser sua, ser única. Se for o contrário, então pretendo ser nada pra você também.

— O que quer dizer com isso? — ele franziu a testa. — Acha que pode escolher aqui? Acha que pode ir por vontade própria? Não é assim que as coisas funcionam, Uriah. Você acha que Shantel continua porque quer? Ela é obrigada a ficar — ele falava áspero. — Vocês aceitaram permanecer aqui, aceitaram ser Damas. Não dá pra voltar atrás. Fim de papo.

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